Manhattan waits for you

656 42 22
                                    

Liz's POV

Abro meus olhos e vejo Serena e Blair dormindo ao meu lado na cama e isso me consola. Passo horas tentando pegar no sono em vão, minha cabeça está girando e parece que vai explodir a qualquer momento, então decido me levantar para pegar um copo de água e tomar um remédio para enxaqueca.

Não consigo derramar uma lágrima desde ontem quando tudo aconteceu, mesmo assim sinto meu coração pesar, a imagem de Chuck e Georgina não sai da minha mente e não sei ao certo como estou me sentindo. Existe uma bagunça de sentimentos e pensamentos embaralhados dentro de mim, sinto raiva, decepção... Sinto-me enganada e me odeio por isso, odeio ter me aberto para ele e sentir como se não tivesse significado nada.

Acabo rindo de mim mesma, como ter uma traição exposta on-line pode acontecer duas vezes com a mesma pessoa? Primeiro Leonard, agora isso... De alguma forma me sentia mais machucada dessa vez, talvez tenha me deixado envolver demais num relacionamento que sempre esteve condenado a terminar.

Penso como esse será o único assunto segunda-feira na Constance. Penso em como vou precisar conviver no mesmo ambiente que Chuck Bass. Tudo isso faz meu estômago revirar. Não queria encarar nada disso.

Quando amanhece eu ainda estou sentada na cozinha me afogando em meus próprios pensamentos, sentindo meu corpo pesar uma tonelada a mais do que no dia anterior, sem conseguir encontrar forças para me mover. Anne serve o café da manhã para B, S, Meghan e eu, elas tentam me distrair falando sobre amenidades e tento disfarçar meus sentimentos.

Logo meus avós chegam e se juntam a nós para tomar café enquanto minha mãe ainda está dormindo. Estou dando meu melhor para aparentar estar bem, mas sem muito sucesso. Resolvo me levantar com a desculpa de que precisava me trocar, já que ainda estava de pijama, então me tranco no quarto e fico sentada na cama tentando me concentrar na minha própria respiração.

Ouço alguém bater na porta de leve:

- Liz, posso entrar? – ouço a voz delicada da minha avó perguntar.

Ela entra, senta-se ao meu lado na cama e me abraça forte, aquilo me faz desmoronar e eu choro. Choro por um bom tempo e ela me segura tentando me acalentar, sinto que tenho cinco anos procurando o colo dela.

Quando me acalmo, eu deito em seu colo:

- Eu vi que você não estava bem, quer me contar o que aconteceu? – ela pergunta enquanto passa os dedos pelo meu cabelo.

Eu assinto e conto sobre Chuck, sobre ontem, sobre como me sinto.

- Você não precisa se culpar por nada disso, minha querida. Eu sei que está doendo, que você se sente machucada, mas se dói é porque você se permitiu amar, experienciar o que é se apaixonar e viver isso intensamente. Pode ter acabado, mas não significa que o que vocês compartilharam não foi real. Foi real enquanto durou... Vocês são tão jovens, Liz. Vocês estão errando e aprendendo com isso. Tenho certeza que você já machucou pessoas que eram importantes para você. Digo isso não pra você aceitar que te magoem, mas para você não carregar apenas dor no seu coração, perdoe a si mesma e encontre algum lugar em você que possa perdoar os outros. Perdoar não significa fingir que nunca aconteceu, mas deixar a dor no passado.

Ela continua acariciando minha cabeça e eu absorvo as palavras dela.

- E, Liz... Se você quiser ou se você precisar, saiba que nossa casa sempre estará aberta para te receber.

Levanto-me enxugando meus olhos e olho para ela:

- Você diz ir para a Austrália?

- Se você quiser tirar um tempo de tudo isso, se achar que pode te ajudar... Venha quando quiser e pelo tempo que quiser, querida.

A New Life in NYOnde histórias criam vida. Descubra agora