We'll always have New York

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Eu não conseguia dormir, não importava o quanto eu tentasse. Levantei desistindo, escovei meus dentes, lavei o rosto, penteei o cabelo, vesti um casaco de lã comprido por cima do pijama e um cachecol para me proteger do vento que soprava naquela manhã em Hamptons.

Ok, eu sei que qualquer um pensaria que esse não era o melhor lugar para fugir. Mas aqui está minha lógica: os Hamptons é perto demais de NYC para alguém pensar que eu viria para cá me esconder.

Decidi ir até a praia que encontrava as escadas dos fundos da minha casa, assim como as de todos os vizinhos. O vento frio que soprava me fez tremer, mas a areia era quente e agradável, caminhei até estar perto o suficiente do mar para poder sentir a brisa, afundei meus pés descalços ali e fiquei encarando as pequenas ondas que se formavam. Sorri me lembrando dos momentos que havia passado ali quando criança.

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Flashback on (dez anos atrás, com sete anos de idade)

- Eu amo o pôr do sol, gostaria de poder vê-lo todos os dias – disse sentada no píer ao lada de Anne.

- Você não acha que enjoaria?

- Não... Não se pode enjoar de algo que você ama – suspirei. – É tão lindo, Anne. Queria poder tocá-lo.

- Se tocasse, se queimaria.

- Eu sei... Mesmo assim, queria poder tocar... Só um pouquinho.

Flashback off

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Talvez eu sempre tenha sido assim, deixando tudo me levar pelas aparências e me iludindo por algo lindo, mágico e querê-lo, mesmo sabendo que haveriam consequências. Acho que já passou da hora de encarar que a vida não é um conto de fadas e que a maioria das coisas dá errado.

Respirei fundo e um vento forte veio contra mim, o que fez meu cachecol voar. Corri atrás dele pela praia deserta.

O vento não parava e ele continuava voando até que alguém o pegou enquanto caia no chão:

- Acho que isso é seu – o homem me estendeu a mão e eu o peguei.

- Obrigada – falei um pouco sem graça o olhando.

Ele era lindo, extremamente lindo. Era alto, musculoso, bronzeado, daquela cor que só se consegue no verão, cabelos castanhos e olhos azuis, daqueles que chamam a atenção, um sorriso enorme, dentes perfeitamente alinhados e com toda a certeza era mais velho do eu, talvez estivesse na faculdade.

- Prazer. Meu nome é Ryan. Ryan Herzfeld.

- Prazer, Elizabeth. Mas pode me chamar de Liz.

- Sem sobrenome? – ele ergueu uma sobrancelha.

- E isso importa?

- Não. Nenhum pouco... Posso te convidar por uma caminhada pela praia?

- Claro.

Começamos a andar pela areia clara:

- Você é daqui? Acho que já te vi em algum lugar.

- Não, eu sou de Manhattan. Já faz tempo que não venho para os Hamptons.

- Eu também sou de NY, talvez tenha te visto lá.

- Provavelmente não, eu morava em L.A. até alguns meses atrás, mudei recentemente... Mas me fale sobre você.

- Estranho, eu tenho a impressão de te conhecer... Bom, o que quer saber?

- Você faz faculdade?

A New Life in NYOnde histórias criam vida. Descubra agora