Provocação e Desejo • Mirandy

Capítulo Doze: Jantar Desastroso

Opa, opa, opa. Vamos começar? Capítulo sem revisão, certo? Boa leitura.

ANDREA SACHS POV

- O que você está cozinhando?

Já faziam alguns minutos que eu observava, caladinha, o movimento de Miranda pra lá e pra cá na cozinha. O cheiro estava maravilhoso, mas não sabia dizer bem o que era que ela estava cozinhando, e eu realmente não queria saber. A visão diante de mim era melhor do que qualquer coisa.

- O básico. - Respondeu mexendo na panela.

Curta e fria como uma pedra de gelo. Ignorei completamente aquela audácia dela e continuei admirando o monumento. Não posso mentir, estava sendo difícil de não olhar para o quadril de Miranda cada vez que ela andava de um lado para o outro ou quando se esticava para pegar algum tempero. Não era um ato de provocação, eu sabia disso, era apenas um movimento simples, mas... nossa! Esse movimento estava me deixando bem molhada, me desculpe.

- E o básico seria... - Ela virou o rosto depois de um tempo, mas virou de volta. Sacou uma garrafa de vinho branco e derramou numa das panelas. - Você está colocando vinho na comida?

- O que falamos sobre o silêncio mesmo?

Mas que... ela virou para mim, cruzou os braços abaixo do seio e se encostou na pia.

- Você sabe muito bem que eu não consigo me manter em silêncio por tanto tempo. - Fiz o mesmo movimento, imitando-a.

- Okay, tudo bem. - Ela caminhou até um dos móveis, abriu e tirou duas taças. - Já que você é uma criança petulante, vou dizer.

- Criança petulante?

Ela estava com a língua afiada hoje!

- Qual era a pergunta mesmo?

Ou eu me apaixonei pela pessoa errada, ou é a certa mas na versão que nem Deus aguenta. Ela voltou a namorar as panelas, me deixando sozinha comigo mesma. Não era tão ruim, eu pelo menos tinha acesso livre àquele traseiro maior que o Monte Everest, mesmo que não fosse tão grande assim.

- Quero saber o que está cozinhando...

Ela ficou em silêncio e eu? Aguardando, calada.

- Viu como seu silêncio é uma poesia. - Antes que eu pudesse dizer, ela se antecipou. - Você gosta de legumes? Porque como você desmaiou, pensei em fazer legumes com macarrão, uma carne. Molho especial.

Amoleci automaticamente. Ela estava preocupada comigo mesmo? Resolvi brincar:

- Que básico esse, ein? Porque pelo que estou vendo, o que tem aí não é pouco não.

Ela riu descontraída. Eu estava doida para provar e saber o quão bem ela sabia cozinhar.

- Mas você disse molho especial? - Perguntei depois de um tempo. - Que molho especial?

- Não vou dizer os meus segredos. - Ela respondeu - Só sei que você irá amar.

- Vou sim. - O silêncio que estava não era tão ruim, mas precisava de alguma maneira manter uma conversa com Miranda. - Você não precisava ser tão rígida com as meninas.

Ela respirou bem fundo, e talvez não tenha sido uma boa idéia.

- Era preciso. - Colocou algo na panela que não vi, e continuou: - Elas precisam me obedecer, porque se eu não corrigir irão repetir. Não se preocupe, é necessário. É bom que elas entendem que nem tudo é no tempo delas.

Era interessante a forma como ela falava das filhas. De um jeito amoroso, doce, capaz de me fazer sentir todo o amor mesmo que eu não fosse filha dela. Não tive pais assim, e eu gostaria de ter tido.