Capítulo 13

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Lara Castelli

     Meus olhos ainda estão inchados, Max perguntou o tempo todo porque eu chorava tanto, não consegui dizer o real motivo, apenas disse que estava feliz em revê-los, não que seja uma mentira, realmente estou muito feliz por isso, mas a minha despedida com Vincent doeu profundamente em mim, na verdade ainda estar doendo e, desconfio de que nunca irá parar de doer.

     Atravessar as portas do nosso apartamento me trouxe uma nostalgia, pensar que setenta e três dias se passaram desde então, nada mudou, tudo no mesmo lugar, se brincar até a lasanha que fiz deve ter ainda dentro da geladeira. Me sento, e começa mais uma vez o bombardeamento de perguntas, vou respondendo uma a uma, mesmo tendo vontade de sair dali correndo e me enfiar no meu quarto, mais precisamente na minha cama e chorar até tudo se esgotar, tirando toda a dor que em meu peito se esconde.

     ― Então, graças a mamãe aqui, você e o senhor gostosão estão vivinhos da silva. ― Mia pula fazendo a sua famosa dancinha da vitória, depois corre pelo o apartamento como se fosse o "Rock Balboa", como senti falta disso, de sua alegria que contagia a todos ao seu redor, assinto e sorrio.

     ― Ei, espera aí Mia, por que se não fosse pelo o programa do papai aqui, eles nunca estariam de volta ― pisca.

     Ela vai até ele e ambos batem um na mão do outro.

    ― Nós somos demais ― Mia continua com os braços pra cima, se sentindo a própria "Rock Balboa".

     ― Muito bem, graças ao papai e a mamãe eu estou viva, satisfeitos?

     Mia vem até mim e senta do meu lado, Max faz a mesma coisa, cada um do seu jeito e me abraçam.

     ― Agora se vocês me permitem eu vou tomar um banho e vou descansar um pouco.

    ― Vou preparar alguma coisa pra você comer.

     Faço que sim e sigo para o meu quarto, minha cama estar do mesmo jeito que deixei, ainda com o meu pijama jogado em cima dela, pego a toalha e sigo para o banheiro, a água quente caindo pelo os meus ombros, massageando as minhas lembranças, as últimas construídas dentro daquele barco com Vincent entre as minhas pernas, sua boca me tocando, uma perna em cima dos seus ombros para facilitar suas investidas, sinto uma pulsação em meio as minhas pernas com as lembranças, lágrimas vem em meus olhos, começo a me tocar, imaginando Vincent ali, massageio o meu nervo sensível mais forte e mais rápido, enquanto lagrimas caem junto com a água do chuveiro, sinto o meu orgasmo chegando, nada comparado ao que ele fazia comigo, mas como nunca mais o terei o melhor é me conformar com o que tenho, com o que posso ter.

     Me sento no chão abraçando minhas pernas e deixo as lágrimas caírem sem me importar com o tempo perdido ali, meu cabelo estar todo molhado, descido por fim lava-lo novamente, Mia bate na porta e com um esforço sobrenatural me levanto e termino o banho.

     Saio toda enrolada na toalha, inclusive nos cabelos, em cima da cama há uma bandeja com um grande pedaço de lasanha.

     ― Por favor, me diz que não é a mesma que eu fiz, quando viajei?

     Ela ri, balança a cabeça.

     ― Claro que não! Mas se fosse por Max era bem capaz de ser. ― rimos, Max era péssimo com todos os afazeres de casa.

     ― Como ele sobreviveu todos esses dias sem mim?

     ― Porque teve a mim! ― ela aponta o indicador em sua direção ― Sempre que dava vinha aqui e fazia uma comida básica, tive que chamar a faxineira umas duas vezes, mas o seu quarto ele não deixou ninguém entrar e mexer em nada. ― Assinto ― agora coma, não é igual a sua, mas estar bem gostosa ― balança os ombros.

Salvando o MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora