Capítulo 12

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Vincent Castelli

     Olho para a mulher deitada ao meu lado, seu cabelo todo espalhado pelo o travesseiro, rosto e costas, linda em toda a sua essência e, como estava maravilhosa. Só as lembranças dessa noite não serão capazes de aplacar o meu desejo por ela, sei que terei que fazer muita força para não ir atrás dela e colocar tudo a perder, também não posso simplesmente acorda-la e me afundar em seu corpo macio, ela deve estar cansada e precisa descansar.

     Levanto a contra gosto, faço a minha higiene e vou atrás de meu irmão, ontem contei a ele e a Lucca meu fiel amigo e soldado, todo o meu plano. Primeiro passo é o mais importante e convencer a todos que estou vivo, que quero o meu lugar de volta e que vou me casar, não com quem a famiglia acha melhor para mim, mas com quem eu acho. Sou o chefe, e apenas eu decido o que é melhor, tanto para mim como para a famiglia, e no momento, Lara é o melhor para mim, mas não posso simplesmente chegar e soltar a bomba, vai ter muita gente contra e, tirar a minha sereia de cena não seria nada para nenhum deles.

     Além de me vingar das pessoas que tentaram violentar Lara, também tenho que provar o envolvimento do pai de Gabriele Justine, minha pretendente, não sinto nada pela a garota, mas é a única em idade de casar e, como Don preciso de uma esposa, geralmente os casamentos são feitos entre as famiglias, assim não corremos o risco de termos um traidor em nosso meio.

     Armando Justine nunca me deu motivos para desconfiar dele, na verdade nem dele e nem dos outros cinco que estava naquele barco. Mas todos eles me traíram, portanto, traíram a famiglia. E para os traidores nada menos do que a morte, e por se tratar do chefe, vou fazer que descubram da pior forma e dolorosa possível. Todos da máfia sabem como os Castelli resolvem as coisas, cada caso sua sentença, roubo, mentiras, violência dentro da família ― não existe esse negócio, minha mulher minhas regras, a esposa e os filhos não são um objetos, tem que ser tratados como se deve um homem de verdade, um homem honrado ― não é porque somos mafiosos e fazemos todos os tipos de atrocidade que não temos um código de honra, de conduta, e ele tem que ser seguido à risca e traição é o pior deles, principalmente quando atentam contra o seu Don, só preciso saber qual é o motivo,  e isso eu vou extrair de cada um deles.

     Ainda está cedo, o barco avança cortando o mar rumo a Itália, o sol ainda está fraco, dá pra ver a bola laranja ganhando o céu azul, clareando tudo onde a pouco era apenas escuridão, nenhuma nuvem no céu, sinal que teremos um bom dia para navegação.

     Luigi e Lucca vem até mim, ambos batem no meu ombro, ficamos os três olhando a imensidão azul sendo cortada pelo o nosso iate, eles nada falam, sei que tem um monte de perguntas para serem feitas e talvez eu não tenha respostas para todas elas, mas vou em busca, e a única coisa que posso prometer.

     ― Cadê a garota? Ainda dormindo?

     ― É, estar ― assinto

     ― Já contou a ela que será cada um para o seu lado?

     ― Ela sabe! ― Respondo seco

     ― Estamos de mau humor?

     ― Não enche Luigi!

     ― Ok! Não está aqui mais quem falou ― se vira ― vamos tomar café estou morto de fome.

     ― Quando você não estar com fome? ― Lucca implica

     ― Quando estou enterrado em uma mulher bem gostosa, mantando a minha outra fome.

     Pisca um olho e sai na maior cara de pau, balanço a cabeça e Lucca ri, o seguimos, a mesa estar posta para quatro pessoas, Luigi é o primeiro a se servir, tomo um gole do café preto, como senti falta disso, fecho os olhos degustando o seu sabor, quando volto a abri-los vejo minha sereia vindo em minha direção, com um short branco e uma regata preta e cabelos presos em um rabo de cavalo, ela cumprimenta todos na mesa, olha para mim e sorri, e o seu sorriso aquece o sol fraco que nasce lá fora.

Salvando o MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora