Capítulo 42

1.8K 134 7
                                    

Vincent Castelli

     O estado de Spider é deplorável, cadê aquele filho da puta que me desafiou, que teve a audácia de tentar sequestrar a minha mulher? Definitivamente ele devia ter pensado melhor, devia ter amor pela vida ou pelo menos pela a sua. Não me importo nem um pouco com a sua vida miserável, na verdade, ele ainda respira por que fiz uma promessa a mim mesmo que o manteria vivo até a minha mulher acordar, até lá ele levará uma surra todos os dias, mesmo que elas o deixam desacordado.

     Ele está irredutível em dizer quem foi o mandante pelo o sequestro da minha sereia, pior para ele, a minha intenção é de mantê-lo vivo e descontar as minhas frustrações, nisso ele anda  colaborando muito, o que mais gosto nesses caras metidos a durões é que quanto mais tentam se manter eretos, duros, mais eu provo que eu posso quebra-los, dobra-los a minha vontade. E a minha única vontade é de me divertir como a muito tempo não me divertia.

     Quando eu era jovem, muito antes de me tornar o chefe de todos, quando eu era apenas um adolescente, e estava aprendendo como tudo isso de tortura funcionava, foi dado a mim, um homem que havia estuprado e estripado uma garotinha de apenas cinco anos, seu corpo foi encontrado todo sujo de sangue, violentado, machucado por todos os lados, suas tripas para fora do pequeno corpo, a imagem nunca saiu da minha cabeça.

     Era o assunto da época, saiu em todos os jornais, primeiro o seu desaparecimento e depois a forma como o seu corpo foi encontrado, meu pai, até então era o chefe e tinha em sua folha de pagamento a polícia de Palermo, o que não é muito diferente de agora, todos buscavam pelo o maldito estuprador e quando a polícia, com a nossa ajuda, por fim colocou as mãos nele, se fez a justiça dos homens, para que a sociedade voltasse a ter paz e tranquilidade novamente, no entanto, o infeliz foi dado a mim, era a minha iniciação na tortura, com quatorze anos já havia matado com arma de fogo ou branca, mas nunca havia torturado alguém.

     Meu ódio, nojo por aquele ser era tamanha, parecia que eu havia nascido para aquilo, passei horas com o estuprador, fiz dele uma colcha de retalho desconstruída, ao invés de costurar o seu corpo, eu fui tirando sua pele com ele ainda vivo, sabia quais órgãos matavam logo e quais era apenas para sofrer, me mantive fixado nesses, furei um olho e deixei outro para ele ver o que eu iria fazer, cortei a sua língua, para não ouvir mais os seus gritos implorando por sua morte, furei o seu pulmão para que o sangue o sufocasse, cortei o seu abdômen como ele fez com a pequena garotinha e deixei suas tripas caírem pelo chão, dando voltas em seu corpo, já que as tripas do corpo humano tem em média de 6m de comprimento.

     O homem fazia barulhos estranhos, tamanho era sua dor, aquilo alimentava minha alma, meu monstro interior, me deu prazer, quase entrei em êxtase, até ele não aguentar mais e morrer, fiquei frustrado, chutando o seu corpo, eu ainda não tinha terminado com ele, ainda tinha muita coisa que queria fazer, sim, por mim eu teria o torturado por dias, teria ido com calma, teria feito sua alma pedir clemencia já que seu corpo não suportou, ele não teve pena da pequena garotinha quando a violentou, ele não teve piedade quando ela gritou pedindo para ele parar, para não machuca-la, por que eu teria que ter algum sentimento bom com aquele verme? E foi a partir daí que ganhei a minha fama, onde muitos me temiam, e diziam que a encarnação do demônio havia por fim mostrado sua cara, minha mãe, é claro, não gostou nada disso.

     Depois desse dia, passei a discernir o certo do errado, decidi que não machucaria uma pessoa inocente, criança sempre seria minha prioridade, as protegeriam a qualquer custo por serem inocentes, as mulheres também entrariam para essa lista, desde que realmente fosse inocente, caso contrário, seriam tratadas como qualquer outro condenado. Foi a única forma de acalmar minha mãe, prometendo trabalhar apenas nos condenados. E como disse, sou um bom carrasco, melhor ainda quando o motivo vai além da minha sanidade mental. Por que de uma coisa eu tenho certeza, ninguém é 100% bom, por melhor que você seja, em algum momento você fez ou vai fazer algo de ruim, ou pensa em fazer, mas não tem culhão o suficiente para realizar, e muitos pagam para aqueles que tem coragem.

Salvando o MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora