Capítulo 44

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Vincent Castelli

     Ela acordou.

     Enfim, minha sereia acordou, só esse fato merece uma celebração, uma comemoração, queria poder gritar a plenos pulmões para que todos soubessem que a minha mulher, a mãe do meu filho, a dona do meu coração, para todo o sempre, está de volta, bem e em breve estará em casa, na nossa casa, essa é a única certeza que eu tenho na vida, Lara minha amada, esposa que o meu coração escolheu para amar, para ser fiel e reverenciar cada pedrinha em que ela pisar, meu porto seguro, minha casa, meu lar.

     Os médicos a examina e confirma o seu estado, tirando a perna machucada e o curativo na cabeça ela está em perfeito estado, conversou, fez os testes que eles pediram e recebeu alta da UTI, graças a Deus ela está indo para um quarto, ainda não é o nosso, precisa ainda ficar mais alguns dias aqui no hospital, ou até os exames confirmarem que está bem, mas já pode receber visitas sem restrições, até mesmo ter alguém com ela dentro do quarto. Isso é bom, posso redobrar a sua segurança e controlar quem entra e sai, até ela receber alta definitiva.

     No momento em que ela acordou, eu tirei um peso dos meus ombros, foi como se uma montanha saísse de cima de mim, em nenhum momento pensei em perde-la, mas sabia que existia uma possibilidade, Lara é luz, força, determinada, uma guerreira nata, jamais desistiria de lutar, tão pouco eu desistira de lutar para traze-la de volta, é claro que sei que eu não fui o responsável por sua volta, mas eu prefiro acreditar que sim, que ela voltou para mim, por mim e por nosso filho.

     ― Como você está se sentindo, sereia?

     ― Bem. Com saudades suas e do meu filho, de sentir o seu cheirinho.

     ― Ele também está com saudades de você.

     ― Quanto tempo eu estou aqui?

     ― Levando em conta que o dia já amanheceu, quatro dias, três em coma.

     ― Meu Deus! ― ela olha para todo o quarto ― Como Heitor está? Como você fez para alimenta-lo? Ele não como comida ainda.

     ― Não se preocupe com isso, uma esposa de um soldado o alimentou algumas vezes no dia, e em outras ele tomava mamadeira.

     ― Mamadeira? Oh, céus! ― levanta o braço que ainda tem uma IV conectada ao soro até aos seios ― Eu não devo mais ter leite, né? ― seus olhos enchem d'água.

     ― É claro que tem! ― seguro sua mão, que agora está mais quente ― todos os dias a enfermeira tirava o seu leite, e eu leva para Heitor, sua mamada da madruga era por minha conta, e ele esvaziava toda a mamadeira, um verdadeiro esfomeado ― consigo colocar um sorriso em seu lindo rosto. ― Também não tem como não gostar, seu leite é uma delícia, sereia.

     ― Vincent! Não acredito que você provou o meu leite?

     ― Precisava ter certeza que o produto era de qualidade ― pisco para ela ― posso garantir que ele é uma delícia, garanto que da fonte deve ser mais gostoso, inveja daquele malandrinho.

     ― Vincent!

     ― E verdade! Além de ter o melhor leite da mulher mais linda do mundo, ainda o toma direto da fonte, carinha sortudo esse meu filho. ― Ela gargalha.

     ―Amor! Pra ele é apenas comida! Você está me saindo um verdadeiro pervertido, sabia Sr. Castelli.

     ― Sabia. E você não sabe como eu estava com saudade de ouvir o seu riso e de ouvir você me chamar de amor.

Salvando o MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora