Lara Selari
Há mais de uma semana desde a nossa primeira briga. Ainda não me conformo com essa história toda, sei que ele tem suas obrigações com a máfia e tudo mais, mas nem sua vida pessoal ele pode gerir sem permissão. E só pensar em ficar sem ele dói. Como dói.
Olho para ele na outra ponta da ilha, pescando com a água em seu peito, com a canga amarrada em minha cintura, prendo o meu cabelo no alto com um coque e caminho em sua direção, as ondas tranquilas mostrando as conchas trazidas por ela. Pego algumas, de diversos tamanho, formato e cores. Chuto a água, o mar estar calmo, tranquilo, bom para nadar. Do outro lado da ilha, se forma uma piscina entre os recifes, as vezes Vincent pesca lá quando a maré estar cheia e leva alguns peixes, outras vezes apenas nadamos, tenho um certo receio de mar aberto, tubarão, água viva e tudo mais, no entanto, em nossa piscina natural não tenho medo e nadamos bem à vontade, nos tocando, beijando e sempre acabamos transando. Geralmente é nessa ordem.
"Sempre é nessa ordem, não que eu esteja reclamando"
Imagino a mini Larinha que habita em mim e, que tem aparecido muito ultimamente, olhando as suas unhas e conferindo o seu esmalte. Balanço a cabeça rindo. Vincent joga a rede mais uma vez e a puxa sem nenhum peixe, resolvo ir até a nossa piscina de corais, talvez lá tem algum peixe trazido pela a maré de ontem.
Olho e não vejo nada, nenhuma movimentação dentro da água, apenas a calmaria de sempre, o sol estar forte, levanto a cabeça, mesmo de óculos mantenho os olhos fechados, quando volto a olhar o mar, vejo algo que não estava ali antes, não acreditando tiro os óculos para ter certeza.
— Vincent! — Corro e grito seu nome — Vincent!
— Ei! Cuidado senão você cair e se machucar.
— Vincent! — Começo a rir, mesmo com lágrimas escorrendo em meu rosto — um barco, tem um barco lá — aponto na direção.
Ele sai correndo da água e joga a rede na areia, vem até mim, segura em meus braços.
— Corre, vai até a caverna e pega o sinalizador — assinto e saio correndo enquanto ele vai na direção que eu falei. Meus cabelos soltam do coque e batem em meu rosto enquanto corro.
Pego o sinalizador com a caixa de munição e volto para onde Vincent estar, puxando a respiração pela a pequena corrida. De longe conseguimos ainda ver o barco, Vincent pego o sinalizador e atira para cima onde ele faz uma curva e solta uma luz vermelha no céu azul. Dispara um segundo e logo em seguida o barco se comunica soltando um grande e longo aviso sonoro.
Vincent me abraça e beija todo o meu rosto e topo da cabeça. Uma lancha vem em nossa direção, minutos que parecem eternidade.
Quatro homens dessem dele, Vincent rir de orelha a orelha, se aproxima de um dos homens, abraça e beija o seu rosto.
— Cio fratello!!
— Cio fratello mio!!
Claro que é seu irmão, são muito parecidos, mesmo olhos, mesma cor de pele, apenas mais baixo um pouco que Vincent.
Ele vai até o outro homem, esse completamente diferente, apesar de tão bonito quanto os irmãos Castelli, ele é negro, cabelo estilo militar, da mesma altura que Vincent, que o puxa para um abraço, depois vai até aos dois homens e apenas os cumprimentam com um aperto de mão.
— Lara esse é o meu irmão, Luigi — pega na minha mão — e essa é Lara Selari, a sereia que me salvou.
O irmão tão bonito quanto Vincent abre um sorriso de dentes perfeitos, segura a minha mão e me puxa dando um grande abraço, depois beija cada lado da minha bochecha.
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Salvando o Mafioso
RomanceUm acidente no meio do mar ou seria uma tentativa de assassinato? Um mafioso temido e odiado no meio de inimigos acima de suspeitas. Uma jovem que estava no lugar certo, na hora certa e no momento certo. Perdidos em alto mar, no meio de nada, uma il...