Militar Cilada

Epilogo

   Um ano e meio depois...

   Estou atrasada, como sempre... Revirei minha bolsa a procura das minhas chaves, mas nada, tenho certeza que as deixei na cozinha, mas também não as encontrei lá, o relógio me lembra que se não correr vou perder a primeira aula na faculdade e isso não vai ser bom, já chego atrasada demais, ser mãe e universitária é uma loucura constante. 

   - Amor... Você viu minhas chaves? Brendon?

   Grito pra ele mas só escuto murmurinhos em resposta, ele nunca me escuta quando esta brincando com o Pietro, enfiou na cabeça que a primeira palavra dele será 'papai'. Pra ser sincera também quero que seja, ver os dois juntos é o sinônimo de perfeição para mim. Parece que o Brendon nasceu pra ser pai e marido, ele é simplesmente incrível, faz de tudo pra me ajudar, cuida do Pietro com excelência, melhor que eu, as vezes sou um desastre. 
   Depois que voltei pra casa, não demorou muito pra chegar o dia do Pietro vim ao mundo, e que dia foi aquele. Na verdade madrugada, pois estávamos dormindo... Bom o Brendon estava, eu estava tentando convencer meu pacotinho a ficar quieto pra mim conseguir dormir, então ele me respondeu bem claramente que não. Pois depois que eu alisei minha barriga enquanto conversava baixinho com ele, eu senti uma dor súbita no meu baixo ventre, então um liquido inundou a cama. Segundo o medico eu tive sorte, tem mulheres que passam horas em trabalho de parto, e o meu foi até razoavelmente rápido.
   Depois que a bolsa rompeu e do Brendon se recuperar do susto que ele levou, com meu grito de dor e pavor, corremos pro hospital aos atropelos, e seis horas depois o medico estava com meu pacotinho nos braços se esgoelando, enquanto ele sorria pra um Brendon todo bobo por finalmente descobrir que era um menino. Foi a noite mais fabulosamente incrível e apavorante da minha vida.

   - Brendon...

   - Esta aqui com a gente.

   Vou até o quartinho do Pietro e os encontro sentados no tapete, rodeados de brinquedos, mas é claro que ele não quer os brinquedos de bebe, ele quer minhas chaves pra brincar, caminho até eles sorrindo feito a boba que me tornei, e me abaixo pra ficar mais perto e aproveitar pra me despedir.

   - Como ele pegou isso?

   - Ele gosta do barulho... O que posso fazer?

   - Não dar as minhas chaves pra ele brincar seria uma ideia...

   Pego minhas chaves das suas mãozinhas gorducha as trocando por um chocalho pra ele não ficar triste.

   - Tenho quase certeza que o ouvi dizer algo hoje.

   - Tenho certeza que foi só impressão, ele ainda é muito novo pra falar amor.

   - Eu falei com um ano e meio.

   - E o que foi que você falou?

   - BU BU... Meu pai conta que foi porque ele brincava de esconder comigo no colo, e ficava falando BU o tempo todo.

   - Então continua falando PAPA, quem sabe você consegue... Estou atrasada, de novo. Beijo.

   Me inclino e beijo meu maior amor, em sua bochechinha rosada, e dou um beijo rápido no segundo maior amor da minha vida, sentindo meu coração se partir por ter que deixa-los, mas tenho que ter uma vida além de mãe e esposa.

   - Não esquece que seu irmão e a Jenny vem hoje à noite...

   Sim, minhas suspeita estava corretíssima, e só conseguimos descobrir no dia do nascimento do Pietro, o que eu achei o cumulo do absurdo...

   Um ano atrás...

   Estávamos no hospital, finalmente o grande dia chegou e meu pacotinho veio ao mundo nos revelando finalmente ser um menino, eu estava exausta mas não queria dormir, queria ficar olhando pra ele, ficar ali vendo ele dormir tranquilamente, enquanto seu peito subia e descia em um movimento constante. O Brendon estava comigo no quarto, tínhamos acabado de decidir o nome dele, Pietro, não sei nem explicar por que, estávamos entre Pietro e Henrique se fosse menino, e acabou que colocamos os dois, Pietro Henrique Vincent Melo.
   Mas em algum momento eu dormi e quando acordei nem ele nem meu pacotinho estavam mais comigo, olho pro lado desorientada e encontro com os olhos da minha mãe, que me encaravam calmos.