Será que duas pessoas que cresceram juntas, podem esquecer as circunstâncias, perdoar e se amar?
E se suas famílias tivessem algo a ver com esse envolvimento?
Será que algo forçado pode acabar bem?
Mas e se no começo fosse verdadeiro?
...
Já estava tudo pronto, inclusive eu, minha mãe fez tudo parecer algo lindo, normal e esperado, cuidou de tudo me proporcionando inclusive o famoso 'dia da noiva', com direito a champanhe em uma banheira grande cheia de espuma, óleos perfumados, massagens e máscaras faciais, mas a minha vontade era de saltar de dentro desse carro que estava me levando até a igreja escolhida e sair correndo em disparada sem rumo, meu vestido parecia que me apertava cada vez mais, a cada rua que se passava, o cheiro do perfume que eu usava estava me dando náuseas, esse sapato com certeza era um numero maior pois estava escorregando no meu pé, meus olhos ardiam, minha boca estava seca, claramente estava tendo um ataque de pânico, linda e apavorada me descreveria agora. Quando o carro estacionou e olhei pela janela, dava para ver que o lugar estava cheio de gente e minha ânsia só fez aumentar, só tinha uma mulher com duas crianças vestidas de noivinhos na porta da igreja, meu pai veio até o carro e abriu a porta me ajudando a descer sem amassar de mais meu vestido de noiva.
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- Você esta linda coelhinha. _Ele diz formalmente me estendendo o braço.
- Acho que vou vomitar.
- Se for, faz isso agora, seria vergonhoso se vomitasse na frente de toda aquela gente importante.
- Só me da um segundo tá legal!
'Cheira a florzinha e sopra a velinha Trix, cheira a florzinha e sopra a velinha...' Minha mãe falava isso para mim quando estava tendo esses ataques de pânico quando era mais nova, não me acontecia isso a muito tempo, mas na minha infância eu costumava travar de pânico antes de algo grande ou onde teria muitas pessoas olhando pra mim, com o tempo me acostumei a ser exposta já que não tinha muita solução em relação a isso, mas agora aqui na frente dessa igreja cheia, eu estava surtando. "Respira, expira. Respira, expira. Cheira a flor e sopra a vela. Cheira a flor e sopra a vela... Ai meu Deus, eu vou mesmo fazer isso? Vou entrar ali e me casar com o Brendon? Respira e solta. Respira e solta... Há, foda-se vamos acabar logo com isso..."
- Vamos logo com isso. _Falo decidida, cobrindo meu rosto com o véu.
Minha única exigência em relação ao vestido foi o véu, se estava sendo dada como um presente de fidelidade para a família Melo, deveria ir toda embrulhada e coberta.
- Pronta? _A mulher que nunca nem vi na vida me pergunta.
Faço que sim com a cabeça, ajeito meu buquê, dou o braço para o meu pai e uma musica lenta começa, o casal de crianças entra calmamente na nossa frente, então a musica muda e a marcha nupcial começa a tocar e é nossa deixa. " Cheira a florzinha, sopra a velinha... Senhor se estiver me ouvindo nesse momento, não me deixa cair..." Começamos a caminhar e entramos na igreja debaixo de muitos flashes, o lugar esta simplesmente fabuloso, minha mãe claramente tentou fazer algo que eu gostaria, pois esta tudo em tons neutros com arranjos clássicos e simples, mas lindos.
