Capítulo bônus p/2

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By:Jenny...

 
   A Trix surtou quando entrei em casa, com um Jeremy ensanguentado, meus joelhos ralados e os olhos vermelhos de lágrimas, depois de tudo devidamente contado a ela, novamente me vi fazendo algo que nunca imaginei, peguei na mão do Jeremy e o arrastei comigo para o banheiro, senti que precisávamos conversar e ao menos agradecer, lhe fazendo um curativo. E acho que todos perceberam pois ninguém se opôs, ou questionou quando me levantei o levando comigo.

   - Não precisa se incomodar, já tive ferimentos piores.

   - É o mínimo. Desculpa você ter acabado no meio desse meu drama.

   - Sabe... Nunca pensei que você. Logo Você. Iria viver ou aceitar algo desse tipo.

   Travo com o algodão banhado de soro, a meio caminho do corte em sua sombrancelha, seu olhar é de questionamento, ele espera uma explicação, e sei que devo isso a ele ao menos. Mas só consigo desviar do seu olhar e focar no corte.

   - Quantas vezes? A quanto tempo ele te tratava assim?

   - Não quero falar disso...

   - Minha irmã sabia?

   - Contei só quando resolvi terminar com ele.

   - Dois anos Jennifer. Não entendo, você sempre foi tão forte.

   - Você fala como se me conhecesse, mas nunca trocamos mais de duas palavras. Acho que essa é a conversa mais longa que temos, desde que nos conhecemos... Isso vai arder.

   - Já to acostumado... E não é porque não conversamos que não reparo em você.

   "Quê? Ele reparava em mim? Por quê?"
   Novamente me vejo paralisada, por uma fração de segundos, impressionada com sua declaração. Pego a primeira coisa que vejo, a toalha de rosto do banheiro, e entrego pra ele segurar contra o nariz. Voltando a limpar outro corte, dessa vez em seu lábio. O Lucas acertou poucos socos nele, mas os que ele acertou foram bem eficazes.

   - Você gostava? No início, por isso aceitou?

   - Que? Você acha que eu sou o que? Acha que gostei de ter que esconder hematomas, mentir pra todos que amo, estar sempre com um sorriso no rosto, mesmo por dentro estando dilacerada, perdida. Acha que eu gostei de viver isso?

   - Então por que deixou ir tão longe? Por que não pediu ajuda?

   Ele segurou minha mão me fazendo parar e o encarar, ele me olhava nos olhos, tentei desviar mas ele puxou meu rosto, e me venceu ali.

   - Achei que o amava.

   - Onde isso pode ser considerado amor?

   - Ele... Ele era bom quando não estava bravo. Era gentil quando queria.

   - Mas se você o contrária-se...

   - Não era sempre... Não era assim, como você está pensando.

   - Então era como?

   Estávamos tão próximos, nunca tinha estado tão perto dele assim, seu perfume me invadia misturado com o metal do sangue que saia dos ferimentos, seu olho era de um verde tão nítido e profundo, nunca tinha reparado como a cor do olho dele era linda. Poderia me perder por horas naqueles olhos, e nunca tinha me tocado disso.

   - Deixa eu limpar esse corte, e segura essa toalha no nariz, ta pingando sangue em mim.

   - Sabe que não vou desistir né?!

Militar CiladaOnde histórias criam vida. Descubra agora