Capítulo 14

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By: Brendon 1/3

   Dois meses atrás... Natal.

   Todo ano a família Vicent prepara uma grande festa de natal e todo ano eu e meu pai somos convidados, mas no momento estou no meu limite com o Christian, depois que ele agrediu a própria filha, por um motivo totalmente fútil e que mesmo me doendo um pouco saber, não tem como alguém além dela controlar, já que a vida, o corpo e a decisão são dela.
   Estou parado no ultimo degrau de uma escada lindamente decorada com enfeites natalinos, todo ano a tia Elena decorra a casa de forma impecável e me faz imaginar se seria assim na minha casa também, se minha mãe fosse viva. Quando ela aparece no topo da escada, tenho certeza que meu coração erra um compasso.
   Ela esta simplesmente linda em um vestido vermelho que valoriza e muito seus seios, quando nos olhamos, seu rosto fica surpreso, logo estendo a mão pra ela, que aceita relutante.

   - O que esta fazendo?

   - Estou acompanhando minha noiva. Por que, não posso?_ A questiono sorrindo. 

   Ela desconfia e me pergunta se foi ideia do Christian, pelo visto ele andou dando instruções para ela de como agir na frente da família, assim como tentou fazer comigo, mas não permiti.

   - Eu e o Christian não estamos nos falando, divergências de opiniões.

   - Sério. Desde quando?

   - Desde que conversamos em seu quarto e você me mostrou o que ele fez.

   Coisa que me deixou completamente fora de mim, ele podia e até tinha todo a direito de brigar com ela e achar ruim, mas agressão, nunca, nunca é justificada. Não sou o tipo de pessoa que acho que os filhos não devem levar umas palmadas de vez em quando, não, muito pelo contrário, acho que corrigir um filho em sua infância é sim muito importante para a criação de seu caráter, mas que fique claro, corrigir, não espancar. Mas o que ele fez não foi isso, ele simplesmente descontou em cima dela a frustração que sentiu no momento que soube que ela não era mais virgem, e isso não desrespeito à ele, já que essa decisão era total e completamente dela.

   - Ouvi vocês discutindo aquela noite.

   A encaro por um momento lembrando que aquela foi a primeira, mas não a última vez que discutimos, ele criou um ódio da filha depois daquilo, começou a xinga-la e dizer para mim e pro meu pai, fazer bom proveito dela, porque ele não a queria mais, o que só me deixava com mais ódio, pela primeira vez na minha vida, quis socar um superior.

   - Aquela não foi a única discussão. Mas vamos ignorar isso tudo por pelo menos uma noite, que tal? Hoje somos só o Brendon e a Trix e uma ceia de natal, o que você acha?

   Mesmo com tudo isso que esta acontecendo e com a raiva que estou do pai dela, estou me sentindo brincalhão e tenho uma ideia para tornar a noite um pouco mais divertida para ambos. Proponho atuarmos e literalmente enganarmos a todos, quem tiver a melhor 'performance' ganha, se for ela a tiro da sua prisão domiciliar por um dia inteiro, não tenho a menor ideia de como vou fazer isso, mas quero muito tirar ela dessa casa, dar a ela um dia de paz, sem drama ou brigas com seu pai.
   Mas se eu ganhar, ela terá que me dar um beijo de presente de natal na frente de todo mundo, estou com muita saudade dos lábios doces e delicados dela, sonho com ela me beijando, me tocando e estou começando a perder meu alto controle as vezes por isso, além do que, seria lindo ver a cara do pai dela vendo a gente se beijando.
   Com um sorriso cúmplice ela topa a brincadeira, então vamos juntos em direção ao jardim, ela entrelaça sua mão a minha o que me causa uma sensação de conforto inesperada, o que me assusta um pouco, mas gosto. E que comece o show...
   Rimos muito juntos, ela conseguiu convencer até a mim de que estamos juntos a bastante tempo, tecnicamente estamos, mas não tínhamos exatamente um relacionamento, ficávamos sem o menor compromisso e confesso que não ficava só com ela nesse período, já que com ela não passava de beijos e sou um homem bem ativo, mesmo eu sabendo que ela era minha noiva, eu tinha que relaxar, porque ficar com ela já era uma tentação, ficar sem ter sexo a muito tempo seria algo completamente inviável, mesmo tendo outras fiquei com as bolas doloridas diversas vezes, só por beijar ela, ou poder tocar seu corpo mesmo que pouco, me deixava completamente louco, ela me deixa completamente de quatro e nem sabe disso. 
   Christian percebeu nossa brincadeira e veio tirar satisfações, estava na cara que ele não estava gostando da nossa cena de casal do ano, mesmo falando pra mim que não ligava mais pra filha, nossa intimidade o incomoda, mas como foi ele que pediu que fizéssemos isso, não teve muito argumento contra nos, então tia Elena o fez nos deixar em paz, nem me indignei a dirigir a palavra a ele, mas a Trix não perdeu a chance de jogar na sua cara o que ele está fazendo com ela, que pra ela é o maior absurdo, mas eu pude ter tempo pra aceitar e lidar com isso, até mesmo se não fosse algo pré estabelecido, eu iria querer ela ao meu lado, então me conformei com a situação, porque mesmo sendo estranha o fim será nos dois juntos e espero que com o tempo ela veja assim também.
   A mãe do Christian começou o tradicional brinde de natal da família, nos incluindo em seu longo de mais discurso, que claramente deixou a Trix envergonhada, já que ela praticamente ficou da cor do vestido que usava, a tradicional contagem regressiva começou, coisa que nunca entendi muito bem já que não é ano novo e sim natal, mas sempre fui no embalo.

Militar CiladaOnde histórias criam vida. Descubra agora