Capítulo 14

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No silêncio mais constrangedor da minha vida, vesti minha calcinha, que estava jogada em uma das pias. Se pelo menos eu pudesse sair correndo... Mas não, estávamos trancados e pelados naquele banheiro.

Tinha que ser com ele? Não poderia ser um velho feio moribundo em seu lugar?

Pelo menos eu teria conseguido me segurar.

Um movimento na maçaneta da porta me deixou em alerta. Corri para trás de Dylan, que já estava parado a esperando abrir.

­­­ — Senhor Copper? — Um homem de quase dois metros de altura entrou com uma arma em punho nos avaliando. Percebi Dylan relaxar o corpo e presumi que conhecia o tal cara.

— Oi, Charles. Que bom que chegou. Onde estão os assaltantes?

— Alguns mortos e outros fugiram, senhor. A polícia já está no local.

Finalmente! Suspirei aliviada.

O homem de terno escuro me encarou de forma estranha. Voltei a me encolher atrás do corpo largo de Dylan, mesmo ciente que dava para ser vista pelo espelho ao lado. Eu estava numa situação deplorável. Pelada, descabelada e desajuizada. Sim, essa era a definição perfeita.

— O que está esperando? Dê o seu paletó a ela! — Dylan vociferou.

Constrangido, Charles retirou sua peça e me estendeu, evitando olhar para o meu corpo.

— Obrigada. — murmurei enquanto me cobria rapidamente.

Fiquei como uma criança em roupas de um adulto, mas pelo menos não estava mais nua. Charles era um homem grande, maior até do que Dylan.

Senti um perfume agradável na roupa. O segurança tinha bom gosto, mas o cheiro que estava impregnado em meu corpo se sobressaiu. Era o mesmo cheiro que senti na manhã do meu aniversário. A combinação de notas frescas, adocicadas e amadeiradas criou uma essência vibrante e magnética, que se tornou inesquecível ao meu olfato.

— Vou procurar algo para o senhor vestir. Lá fora há muitos repórteres e fotógrafos, só um momento. — O homem saiu apressadamente.

Me sentei no sofá sem saber muito como agir ou o que falar. Algo duro pressionou meu peito e eu, curiosa como sempre, enfiei a mão no bolso interno do paletó. Puxei de lá um canivete dourado, personalizado com o nome de Charles.

— Ele anda bem preparado — mostrei o objeto a Dylan.

— Charles é o meu chefe de segurança, ele é muito eficiente.

— Por que nunca o vi? Ele nunca te protege ou sei lá o que os chefes de segurança fazem?

— Normalmente, ele fica com a Denise, ou na minha casa. Hoje, pedi para que vigiasse o evento.

Ele se sentou ao meu lado e notei seu olhar ficando distante.

— Eivy..., Olha, eu sinto muito.

Ah, Deus. Se ele dissesse que se arrependeu de ter transado comigo, eu mesma mataria o desgraçado!

Tudo bem que não agimos corretamente. Mas aconteceu, caramba! Não fiquei quase um ano sem sequer beijar alguém para ouvir que não fui boa o bastante. Definitivamente, não estava pronta para aquilo.

— Antes que você diga o que tem pra dizer, não usamos preservativo. Eu tomo anticoncepcional por conta do meu ciclo menstrual e também fiz todos os testes quando vim pros Estados unidos, então sei que não te ofereci riscos, mas e você? — Larguei tudo de uma só vez.

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes, visivelmente surpreendido.

— Eu... também. Faço exames semestralmente. E... — ele limpou a garganta. Levou a mão à testa e coçou — Não transo com alguém tem um tempo.

A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora