Capítulo 24

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Ouvi a porta rangendo ao ser aberta e uma silhueta masculina se aproximou a passos lentos. Tentei ver seu rosto, mas não consegui. Ele estava de terno cinza. Em sua mão pendida ao lado do corpo, uma arma.

— Quem é você? — questionei assustada.

Porém, ele não disse nada, apenas riu baixinho. Meu corpo inteiro se arrepiou. Quando o rosto de Sebastian se aproximou do meu e seu riso malefício se abriu, eu gritei.

Acordei tremendo e suando frio. Meu coração estava a ponto de sair pela boca. Acalmei a respiração e acendi o abajur ao lado da minha cama. Eu estava molhada de suor.

Levantei devagar e caminhei em passos curtos até o banheiro. Me assustei quando me olhei no espelho. Meus cabelos estavam desgrenhados e embaraçados. Eu parecia um porco espinho.

Com um pouco de dificuldade tirei as roupas e liguei o chuveiro na água morna. Em alguns minutos, já estava mais tranquila. O pesadelo com Sebastian me tirou o sono. Então aproveitei para lavar os cabelos também. Tomei o máximo de cuidado com os pontos, lavando somente ao redor dos ferimentos.

Uns cinco minutos depois de ter começado o banho, a perna que levei o tiro começou a doer. Agilizei o enxague do cabelo e deixei o peso do corpo na perna boa. Não foi uma boa ideia. Acabei escorregando e caindo violentamente no chão.

— Ai, caralho! — gritei alto. — Merda, merda, merda!

Senti vontade de chorar ao ver alguns pontos abertos e uma grande quantidade de sangue pintando o chão de vermelho.

— Eivy? — A voz de Dylan soou através da porta. — Está tudo bem? Ouvi um barulho.

— Não entra! — gritei. Me esforçava para me levantar. — Estou pelada!

Me arrastei para fora do boxe e sentei em cima do vaso sanitário. Alcancei a toalha pendurada na parede e me enrolei de qualquer jeito.

— Pode entrar agora.

Assim que Dylan abriu a porta, se assustou com o sangue. Sua primeira ação foi pressionar o ferimento, o que me faz gemer de dor.

— Droga, Eivy. O que aconteceu?

— Caí no banho.

— Preciso te levar pra um hospital agora. — Ele segurou em minhas costas com uma mão, passou a outra atrás das minhas coxas e me ergueu com uma facilidade absurda.

— Preciso vestir alguma coisa. — murmurei com os olhos marejados, segurando a toalha na altura dos seios.

— Não dá tempo, está sangrando muito. Por que não chamou alguém pra te ajudar? — Ele parecia bravo.

— A tomar banho? Consigo fazer sozinha.

— Estou vendo.

Me senti uma idiota e minha vontade de chorar aumentou.

Na porta da frente, um dos seguranças veio ao nosso encontro. Ele ajudou a me colocar no carro e correu para acordar minha mãe, como Dylan pediu.

— Faz pressão sobre o ferimento. — ele falou enquanto dava partida.

Tentei pressionar, mas a dor era muito intensa.

— Não consigo apertar muito. — gritei vendo a toalha mudar de branca para vermelho escuro.

— Caralho, Eivy! Você ainda vai me matar do coração. Por que diabos estava tomando banho às duas da madrugada?

Comecei a chorar desesperadamente. O arrependimento e a culpa aumentaram minha aflição e terror. Eu achava que iria sangrar até morrer no banco do carro.

A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora