Ouvi a porta rangendo ao ser aberta e uma silhueta masculina se aproximou a passos lentos. Tentei ver seu rosto, mas não consegui. Ele estava de terno cinza. Em sua mão pendida ao lado do corpo, uma arma.
— Quem é você? — questionei assustada.
Porém, ele não disse nada, apenas riu baixinho. Meu corpo inteiro se arrepiou. Quando o rosto de Sebastian se aproximou do meu e seu riso malefício se abriu, eu gritei.
Acordei tremendo e suando frio. Meu coração estava a ponto de sair pela boca. Acalmei a respiração e acendi o abajur ao lado da minha cama. Eu estava molhada de suor.
Levantei devagar e caminhei em passos curtos até o banheiro. Me assustei quando me olhei no espelho. Meus cabelos estavam desgrenhados e embaraçados. Eu parecia um porco espinho.
Com um pouco de dificuldade tirei as roupas e liguei o chuveiro na água morna. Em alguns minutos, já estava mais tranquila. O pesadelo com Sebastian me tirou o sono. Então aproveitei para lavar os cabelos também. Tomei o máximo de cuidado com os pontos, lavando somente ao redor dos ferimentos.
Uns cinco minutos depois de ter começado o banho, a perna que levei o tiro começou a doer. Agilizei o enxague do cabelo e deixei o peso do corpo na perna boa. Não foi uma boa ideia. Acabei escorregando e caindo violentamente no chão.
— Ai, caralho! — gritei alto. — Merda, merda, merda!
Senti vontade de chorar ao ver alguns pontos abertos e uma grande quantidade de sangue pintando o chão de vermelho.
— Eivy? — A voz de Dylan soou através da porta. — Está tudo bem? Ouvi um barulho.
— Não entra! — gritei. Me esforçava para me levantar. — Estou pelada!
Me arrastei para fora do boxe e sentei em cima do vaso sanitário. Alcancei a toalha pendurada na parede e me enrolei de qualquer jeito.
— Pode entrar agora.
Assim que Dylan abriu a porta, se assustou com o sangue. Sua primeira ação foi pressionar o ferimento, o que me faz gemer de dor.
— Droga, Eivy. O que aconteceu?
— Caí no banho.
— Preciso te levar pra um hospital agora. — Ele segurou em minhas costas com uma mão, passou a outra atrás das minhas coxas e me ergueu com uma facilidade absurda.
— Preciso vestir alguma coisa. — murmurei com os olhos marejados, segurando a toalha na altura dos seios.
— Não dá tempo, está sangrando muito. Por que não chamou alguém pra te ajudar? — Ele parecia bravo.
— A tomar banho? Consigo fazer sozinha.
— Estou vendo.
Me senti uma idiota e minha vontade de chorar aumentou.
Na porta da frente, um dos seguranças veio ao nosso encontro. Ele ajudou a me colocar no carro e correu para acordar minha mãe, como Dylan pediu.
— Faz pressão sobre o ferimento. — ele falou enquanto dava partida.
Tentei pressionar, mas a dor era muito intensa.
— Não consigo apertar muito. — gritei vendo a toalha mudar de branca para vermelho escuro.
— Caralho, Eivy! Você ainda vai me matar do coração. Por que diabos estava tomando banho às duas da madrugada?
Comecei a chorar desesperadamente. O arrependimento e a culpa aumentaram minha aflição e terror. Eu achava que iria sangrar até morrer no banco do carro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Minha Vez, Eivy - Livro 2 Completo
Romance"Depois de perder o namorado em um acidente, Eivy decide transformar completamente sua vida. Se mudou para outro país na esperança de voltar a ter uma rotina normal. O problema é que essa perda mexeu com seus sentimentos ao ponto de ela não querer...