Capítulo 15

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Acordei atrasada novamente. Só que não me apressei. A verdade é que não queria ir trabalhar naquele dia. O que iria dizer ao Dylan? Como teria coragem de olhar na cara dele após pedir para que me fodesse?

Sentei na cama e refleti os prós e os contras de faltar um dia. Não havia nada de tão urgente para ser feito. Os relatórios sobre a próxima campanha poderiam ser entregues no dia seguinte. Eu estava decidida a não ir, mas Emma me enviou uma mensagem dizendo que estava me esperando e insistiu. Então tomei coragem.

Me vesti toda de preto, conjunto social, cabelo amarrado num coque apartado e um óculos escuro para disfarçar minhas expressões.

— Se ele me tratar de forma grosseira, vou mandar ele pra casa do caralho. Depois, peço demissão. Pronto, é isso. — Repeti inúmeras vezes enquanto me deslocava até a companhia C&M.

Enchi o peito de ar quando as portas do elevador se abriram. A primeira pessoa que vi foi Emma, que estava prestes a tomar um gole de café. Quando me viu, correu em minha direção.

— Eivy, que bom que chegou! Soube de ontem.

— Oi, Emma. — Lhe cumprimentei com um abraço.

— Você está bem? Deve ter sido horrível! Ainda bem que o senhor Cooper estava lá. Essa cidade está um perigo...

— Estou bem. Foi só um susto. É... o Dylan já chegou?

— Não. Ele me ligou mais cedo avisando que iria viajar. Acho que foi se encontrar com o Jones em Washington. Parece que conseguirão fechar negócio.

Aliviada com a notícia, relaxei o corpo. Aquela viagem viera a calhar!

— Que bom! — Suspirei. Pus bolsa em cima do balcão.

— Por que está parecendo uma agente secreta? E esse óculos? — Minha amiga me avaliou de cima a baixo com desconfiança.

Será que deveria falar sobre o que aconteceu? Será que Emma iria me julgar? Afinal eu mesma não parava de fazer isso.

— Vai, Eivy... desembucha. — Ela cruzou os braços.

— Não tenho nada pra falar.

— Claro que tem! Está estranha e não para de olhar ao redor. O que andou aprontando?

Droga...

— Ok! — Inspirei fundo.

Eu precisava dividir minha aflição com alguém, e Emma era minha amiga, provavelmente não me julgaria.

— Eu... Transei com o Dylan — falei entredentes. Quase como um ventríloquo!

— O quê? Não entendi.

— Transei com nosso chefe.

— Fala mais alto, amig...

— EU TRANSEI COM O DYLAN COOPER!

Sentei na cadeira em que ela trabalhava e apertei as bochechas com as duas mãos.

— VOCÊ FEZ O QUÊ?!

Esperei por um sermão ou julgamento de sua parte, mas segundos se passaram e nada veio da boca de Emma. Quando tomei coragem para encará-la, me deparei com a expressão mais inesperada possível: ela estava rindo. Sim! Sorrindo abertamente e visivelmente surpresa.

— Por que está rindo da minha desgraça?

Ela começou a gargalhar. Fiquei mais desconfortável do que já estava.

— Para, Emma!

— Ai meu Deus, Eivy Louise! Eu não acredito. De todos os homens da face da terra, eu jamais apostaria que o cara a quebrar seu escudo seria o senhor Cooper.

A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora