— Oi! Desculpa a insistência, mas estou aqui há quase uma hora. Quando o senhor Cooper poderá me receber? — perguntei à secretária pela segunda vez.
— Desculpe, senhorita Louise, mas já o informei que está aqui — a mulher de olhos azuis deu de ombros, constrangida.
Depois que cheguei em solo norte americano, mal pude descansar. Tantas horas de viagem deixaram meu corpo exausto. Mal dormi a noite anterior e já estava de pé às sete da manhã no escritório do sr. Dylan Cooper, aguardando ele ter a caridade de me receber para conversar sobre a minha contratação.
Coloquei a roupa mais empresarial que eu tinha: uma calça reta preta, um pouquinho folgada, para não marcar tanto minhas curvas, uma blusa de tom nude, um blazer preto, conjunto da calça, e um salto scarpin da mesma cor da blusa. Soltei meus cabelos, inaugurei minha nova bolsa executiva, a qual comprei antes de vir para os Estados Unidos e para quê?
Tomar um baita chá de cadeira!
Nunca tive muita paciência para esperar, e pelo que a Emma, a secretária, havia falado, o tal Dylan Cooper tinha chegado há algumas horas na empresa e sabia da minha presença ali.
Puta que pariu..., mal comecei e já não fui com a cara dele!
Dei um leve sorriso para a secretária, sentada atrás de um grande balcão de tom amadeirado, e voltei à poltrona bege, localizada ao lado de uma das poucas plantas do local.
Pelo que soube, a empresa do senhor Cooper possuía os dois últimos andares do prédio situados no centro da cidade de Richmond, Virginia. O lugar era muito mais luxuoso em comparação ao meu antigo trabalho. Naquele, o ambiente era mais espaçoso. As salas foram reservadas para cada setor nos últimos dois andares, exceto as dos sócios da empresa, que tinham uma para cada um.
Um se chamava Dylan Cooper, que era o dito cujo ao qual eu aguardava há um bom tempo, e o outro era Jones Miller.
Mario, meu antigo chefe da agência de publicidade, me informou que os dois eram muito competentes e, logicamente, bem sucedidos. Eram amigos há vários anos e sempre trabalharam duro para conquistar suas fortunas. Antes que eu embarcasse, ele me alertou sobre seguir as regras à risca; deixou claro que os donos eram chatos com isso. Também falou que eles costumavam valorizar os bons funcionários, então, se eu trabalhasse certo, poderia evoluir bastante ali dentro. E era esse o meu objetivo.
Mario contou que conheceu o senhor Dylan há alguns anos em um evento, em São Paulo. Eles trocaram dicas e isso evoluiu para uma amizade. Graças a isso, ele conseguiu a vaga pra mim, mesmo depois de eu tê-lo deixado na mão quando me demiti sem aviso prévio para cair na escuridão do luto.
Nunca esquecerei o que fez.
Olhei para a meu lado direito e observei a planta verde resistente que era usada na decoração daquele ambiente. Lembrei imediatamente da minha mãe, dona Fernanda. Ela adorava cultivar suas plantinhas, era seu passa tempo preferido. Principalmente depois que se separou do meu pai há quase vinte anos. Eu tinha oito anos na época. Meus pais viviam brigando dentro de casa, as vezes eu até fugia para a casa da minha vizinha e amiga, Catharine. Como ela não tinha irmãos, passávamos muito tempo brincando e conversando.
Não demorou muito e papai foi embora de casa. Anos depois, descobri que o motivo das suas discussões era porque ele traía minha mãe.
Depois que foi embora, nos distanciamos muito. Ele só me via uma vez por mês. E depois que se casou novamente, se mudou para São Paulo e só nos víamos em datas comemorativas. Eu ficava muito triste por não ter uma figura paterna em casa, invejava as colegas da escola quando chegavam com o pai, mas na adolescência, mudei meu pensamento. Me uni a quem sempre esteve comigo pra tudo: mamãe.
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A Minha Vez, Eivy - Livro 2 Completo
Roman d'amour"Depois de perder o namorado em um acidente, Eivy decide transformar completamente sua vida. Se mudou para outro país na esperança de voltar a ter uma rotina normal. O problema é que essa perda mexeu com seus sentimentos ao ponto de ela não querer...