Epílogo

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Faz um mês que voltei a trabalhar, está quase impossível manter a sanidade toda vez que recebo Dylan na minha sala. Já transamos duas vezes em cima da sua mesa e quase fomos pegos por Jones da última vez. Me sinto como uma adolescente fazendo coisas sem pensar, mas tudo isso é tão forte eu que não consigo me conter.

Ultimamente, tudo está indo muito bem, exceto por Emma, que tem passado por situações complicadas. Gostaria de entender o motivo de pessoas boas passarem por coisas tão ruins... O que me tranquiliza é saber que tem alguém que faria qualquer coisa por ela, assim como tenho o Dylan.

Por falar nele, agora estou terminando de desembalar a comida que pedi por aplicativo. Hoje estou completando dois meses de namoro e decidi fazer um jantar em comemoração.

Ouço a campainha tocar e desamasso meu vestido, a fim de ajeitá-lo. Abro a porta e me deparo com um enorme buquê de rosas amarelas, minha cor preferida. Dylan, mais uma vez, impecavelmente lindo com a barba feita e cabelos alinhados me oferece um dos seus charmosos sorrisos.

— Feliz dois meses, amor.

Eu sorrio e o beijo, lhe trazendo para dentro.

— Feliz dois meses. Obrigada pelas flores, são lindas.

— Por nada... e que cheiro maravilhoso é esse?

— Comida italiana... finalmente vai experimentar meu tempero.

— Sério? — Meu namorado arregala os olhos me encarando, o que me faz rir muito.

— Não, mas pedi com tanto carinho que sinto como se tivesse feito. — ele joga a cabeça para trás gargalhando.

Jantamos num clima muito gostoso e divertido. Conversamos um pouco sobre nosso dia e depois deitamos no sofá para assistirmos um filme de comédia romântica. Claro que foi escolha minha, pois se dependesse do Dylan, estaríamos assistindo Rambo, ou Os Mercenários.

No meio do filme, escutamos um forte barulho do lado de fora, como se algo grande estivesse caído no chão. Curiosa, abro a porta para verificar do que se tratava e pra minha surpresa e total choque de Dylan, encontramos Denise e Ducan rindo de algo juntos e, ao que me pareceu, bem íntimos.

Agora está explicado o motivo de eu ter recebido tantas visitas da minha cunhada na última semana. Os dois pareciam ter acabado de tomar banho, seus cabelos estavam molhados e Denise estava sem maquiagem, o que é um pouco incomum, visto que nunca sai sem estar bem produzida.

— Que diabos está acontecendo aqui?! — Dylan vocifera, fazendo o casal parar de rir imediatamente.

— Ah..., oi, maninho... — minha cunhada responde acanhada.

Prendo o riso ao notar o jeito como Dylan encara Ducan.

— O que está fazendo aqui, Denise?

— Não é obvio? Eu e o Ducan estávamos tran...

— Não! Nem termina pelo amor de Deus! — meu namorado passa as mãos pelos cabelos.

— Eu e sua irmã estamos nos conhecendo melhor... — Ducan tentar argumentar, mas é interrompido por Denise.

— Não devemos explicações ao meu irmão, Ducan...

— Como é? — Dylan põe as mãos na cintura.

— Isso mesmo, já sou bem grandinha. Não preciso da sua permissão.

— Amor, ela está certa, deixa eles se conhecerem. — Intervenho. Pelo andar da carruagem, aquela conversa iria resultar em um bate-boca entre irmãos.

— Mas...

— Não, Dylan. Vamos entrar. — Dou uma piscada para o casal e empurro ele para dentro.

— Você acha isso certo? — Dylan me questiona indignado.

— Não sabia que era tão ciumento assim...

— Não sou! Mas ela é minha garotinha, não devia sair com esse tipo de homem.

Sorrio pondo as mãos em seu peito, colando nossos corpos.

— Sua garotinha cresceu e precisa andar com as próprias pernas agora, e outra... Ducan é uma boa pessoa.

Ele bufa contrariado e começo a lhe beijar o pescoço.

— Você está tentando me distrair? — sussurra segurando em minha cintura.

— Está funcionando? — mordisco sua orelha.

— Acho que posso falar daqueles dois outra hora...

Ele segura minha nuca e roça os lábios carinhosamente nos meus, atiçando nossos corpos que se aproximam até não restar nenhum espaço.

Estar em seus braços me assusta. Às vezes, sinto medo de que tudo não tenha passado de um longo sonho e eu acorde naquele hospital, coberta com o sangue do Matheus.

Dylan foi capaz de arrancar de mim coisas tão adormecidas que as vezes penso não ser real.

Será que todos esses sentimentos que ele desperta não vão me levar a outra perdição? E se acontecer de novo?

— No que está pensando minha ruivinha? — Dylan me enlaça num abraço quentinho.

— Não sei, é só... que... — suspiro alto — não sei se consigo me acostumar com isso...

— Com o que? — Ele põe uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Com essa felicidade toda. Às vezes, tenho a sensação de que tudo será arrancado de mim.

— Não pensa assim. — Ele me abraça por um instante e volta a me fitar de forma terna. — Tem que se permitir, Eivy. Sei que aconteceu muita coisa com você, coisas duras de lidar, mas tudo é passageiro, por isso tem que aceitar que chegou a sua vez de ser feliz; e essa felicidade pode ser um instante ou uma eternidade, nunca vamos saber. Temos que aproveitar cada momento. E no que depender de mim, te farei a mulher mais feliz do mundo.

Sorrio.

— Para de falar essas coisas bonitas. Eu fico com vergonha.

Ele também sorri e me beija na ponta do nariz.

— Te amo, meu amor.

— Também te amo.

Fim.

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EMMA

Sinopse:

Emma é uma mulher acostumada a lutar desde muito jovem para sobreviver. Aos vinte e cinco anos, ela se depara com mais um desafio: agressões físicas e psicológicas dentro da própria casa. O que a pequena Emma não esperava era que Jones Miller, o seu chefe brincalhão, iria se revelar um verdadeiro defensor e embarcar de cabeça na missão de proteger e conquista-la.


A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora