Capítulo 22

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Após meu aparecimento no tribunal, tive que passar algumas horas prestando depoimento. Obviamente, o julgamento foi cancelado. Fui para uma sala juntamente com o delegado do caso e fiquei lá sem ter contato com nenhum dos meus amigos.

Um advogado foi encaminhado para meu caso e o mesmo me ajudou muito. Pelo visto, meu suposto assassinato deu o que falar.

Um pouco antes de meio dia, fui liberada. Na saída, encontrei Cat e Aleff, que me levaram para almoçar. Fiquei triste pelo fato do Dylan não ter me esperado.

No caminho para o restaurante, perguntei sobre minha mãe e eles disseram que ela estava em meu apartamento repousando, pois tinha passado mal desde o meu desaparecimento. Fiquei preocupada, porém me informaram que Emma havia ido ficar com ela.

— E a Laura e o Dr. Eduard? — perguntei assim que terminei minha sobremesa. Depois de todo o alvoroço no tribunal, eles saíram e não os vi mais.

— Bom, depois de prestarem depoimento, eles pediram desculpas por terem que ir sem se despedir, mas deixou um número para que entrasse em contato com eles. — Cat me entregou um papel dobrado e eu me dei conta de que nem tinha mais meu celular.

— Eles foram como anjos na minha vida. — comentei.

— Foram sim, amiga. Nem posso imaginar o que passou.

— É verdade, deve ter sido horrível — Aleff disse enquanto me estendia um olhar de solidariedade.

— Foi sim. Mas tá tudo bem agora.

— Sim, amiga. Você quase nos matou de preocupação, sem contar no coitado do Dylan.

Minha curiosidade aguçou e tive que perguntar:

— O que houve com ele, exatamente?

O casal se olhou com cumplicidade e Cat suspirou, mas foi Aleff quem cortou o silêncio:

— Quando ele foi encontrado pela polícia, não havia sinal de mais ninguém, a não ser uma poça de sangue, que mais tarde descobriram que era seu. Tinha também a arma nas mãos dele. Foram feitos três disparos e, como não havia DNA ou impressão digital do tal Sebastian, a polícia o levou como principal suspeito.

— Ah, meu Deus! — Levei a mão à boca.

— Te procuraram por dois dias na floresta. Até acharam um rastro de sangue, mas desapareceu entre as folhas e a neve. Todos acharam que Dylan tinha se livrado do... seu corpo...

— Ele jamais faria isso.

— Eu sei. — O namorado de Catharine voltou a falar. — Nunca acreditei nisso, mas sem pistas aparentes, não tinha como provar a inocência dele.

— Não posso negar que pensei ter sido ele que havia te feito mal, mas Emma me contou sobre vocês. As mensagens, sobre as ameaças que a irmã dele havia dito...

— Eu entendo. — Segurei em suas mãos. — Tá tudo bem agora.

Catharine sofreu algo parecido no passado. Estava certa de que meu sumiço lhe causou gatilhos.

— Não, não está! O desgraçado que fez isso ainda não foi pego e... e se ele tentar de novo?

— Calma, amor. — Aleff acalmou a namorada.

Só então vi o quanto foi difícil para eles ficarem sem notícias por tanto tempo. Ver todos dizendo que eu estava ferida e perdida na floresta, ou até morta. Uma vontade de chorar faz minha garganta doer, e saber que Sebastian ainda estava solto me fez sentir calafrios.

— Desculpa, Eivy. É que eu não sei o que faria se tivesse acontecido alguma coisa com você. — Minha amiga deslizou a mão sobre o meu braço carinhosamente.

A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora