Após meu aparecimento no tribunal, tive que passar algumas horas prestando depoimento. Obviamente, o julgamento foi cancelado. Fui para uma sala juntamente com o delegado do caso e fiquei lá sem ter contato com nenhum dos meus amigos.
Um advogado foi encaminhado para meu caso e o mesmo me ajudou muito. Pelo visto, meu suposto assassinato deu o que falar.
Um pouco antes de meio dia, fui liberada. Na saída, encontrei Cat e Aleff, que me levaram para almoçar. Fiquei triste pelo fato do Dylan não ter me esperado.
No caminho para o restaurante, perguntei sobre minha mãe e eles disseram que ela estava em meu apartamento repousando, pois tinha passado mal desde o meu desaparecimento. Fiquei preocupada, porém me informaram que Emma havia ido ficar com ela.
— E a Laura e o Dr. Eduard? — perguntei assim que terminei minha sobremesa. Depois de todo o alvoroço no tribunal, eles saíram e não os vi mais.
— Bom, depois de prestarem depoimento, eles pediram desculpas por terem que ir sem se despedir, mas deixou um número para que entrasse em contato com eles. — Cat me entregou um papel dobrado e eu me dei conta de que nem tinha mais meu celular.
— Eles foram como anjos na minha vida. — comentei.
— Foram sim, amiga. Nem posso imaginar o que passou.
— É verdade, deve ter sido horrível — Aleff disse enquanto me estendia um olhar de solidariedade.
— Foi sim. Mas tá tudo bem agora.
— Sim, amiga. Você quase nos matou de preocupação, sem contar no coitado do Dylan.
Minha curiosidade aguçou e tive que perguntar:
— O que houve com ele, exatamente?
O casal se olhou com cumplicidade e Cat suspirou, mas foi Aleff quem cortou o silêncio:
— Quando ele foi encontrado pela polícia, não havia sinal de mais ninguém, a não ser uma poça de sangue, que mais tarde descobriram que era seu. Tinha também a arma nas mãos dele. Foram feitos três disparos e, como não havia DNA ou impressão digital do tal Sebastian, a polícia o levou como principal suspeito.
— Ah, meu Deus! — Levei a mão à boca.
— Te procuraram por dois dias na floresta. Até acharam um rastro de sangue, mas desapareceu entre as folhas e a neve. Todos acharam que Dylan tinha se livrado do... seu corpo...
— Ele jamais faria isso.
— Eu sei. — O namorado de Catharine voltou a falar. — Nunca acreditei nisso, mas sem pistas aparentes, não tinha como provar a inocência dele.
— Não posso negar que pensei ter sido ele que havia te feito mal, mas Emma me contou sobre vocês. As mensagens, sobre as ameaças que a irmã dele havia dito...
— Eu entendo. — Segurei em suas mãos. — Tá tudo bem agora.
Catharine sofreu algo parecido no passado. Estava certa de que meu sumiço lhe causou gatilhos.
— Não, não está! O desgraçado que fez isso ainda não foi pego e... e se ele tentar de novo?
— Calma, amor. — Aleff acalmou a namorada.
Só então vi o quanto foi difícil para eles ficarem sem notícias por tanto tempo. Ver todos dizendo que eu estava ferida e perdida na floresta, ou até morta. Uma vontade de chorar faz minha garganta doer, e saber que Sebastian ainda estava solto me fez sentir calafrios.
— Desculpa, Eivy. É que eu não sei o que faria se tivesse acontecido alguma coisa com você. — Minha amiga deslizou a mão sobre o meu braço carinhosamente.
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A Minha Vez, Eivy - Livro 2 Completo
Romance"Depois de perder o namorado em um acidente, Eivy decide transformar completamente sua vida. Se mudou para outro país na esperança de voltar a ter uma rotina normal. O problema é que essa perda mexeu com seus sentimentos ao ponto de ela não querer...