Bloodline (livro um)

Capítulo 74 - Transição

Olívia Mikaelson

Eu me levanto e carrego o corpo de Mattheo com magia, ninguém vai colocar a mão nele.

Eu corro até a câmara secreta e a abro para as crianças que estavam aqui, Joshua vem correndo até mim e me abraça.

— Obrigado. — ele sussurra e isso conforta meu coração, não pude salvar todos, mas as almas mais puras do castelo estão salvas.

Eu e as crianças nos dirigimos até o salão principal, onde todos me olham como se eu fosse maluca por carregar o corpo dele comigo, eles não sabem de nada.

Tom Riddle

Eu e Malfoy vasculhamos o castelo atrás dela, quando a encontramos ela está com os irmãos e o corpo de Mattheo ainda levitando ao seu lado, eu fico preocupado com ela, ela pode estar exausta.

— Olívia eu... — resmungo me aproximando e então ela diz:

— Se for dizer algo sobre ele, melhor nem começar!!

— Você não pode carregar um cadáver por aí, Olívia. — grito e todos os olhos ao redor se voltam a nós, os olhos dela se enchem de lágrimas e ela começa a olhar para baixo.

— Ele não, ele não está, você não entende. — ela se vira e abre um portal para Nova Orleans e some com ele.

Billy vem até nós e diz:

— Precisamos ir atrás dela, eu acho que ela não está bem.

— Você acha? Ela está carregando o noivo morto porque se recusa a acreditar que ele morreu, temos que ir antes que ela faça alguma besteira. — responde Malfoy e então Tommy abre um portal para Nova Orleans.

Draco Malfoy

Quando saímos do portal, vemos Olívia e seu pai ao lado do corpo de Mattheo que está deitado em uma mesa.

Seu pai está de pé ao seu lado com a mão em seu ombro, e ela está sentada em uma cadeira com a cabeça debruçado em seu corpo.

Quando seu pai nos avista ele corre até nós.

— Acho que agora não seria o melhor momento... — ele sussurra e antes que possa terminar Tom o interrompe.

— O meu irmão está morto, Klaus, ela não pode ficar esperando ele acordar. — ele grita andando em direção ao corpo antes de ser parado por Klaus.

— Ele não está morto, está em transição. 
Eu fico chocado.
Ele não vai perdoá-la.

— Transição? Para que? — Tom pergunta e eu o olho.

— Antes da batalha, Olívia deu sangue a ele, ele morreu com sangue de vampiro no organismo, ele está em transição e assim que ele acordar, será um vampiro. — responde e Tom a encara.

Olivia Mikaelson

Eu posso ouvi-los, mas não quero discutir com nenhum deles agora.
Eu estou com a cabeça afundada em seu ombro e então começo a escutar um batimento cardíaco, ele está acordando.

Assim que cheguei aqui transformei o anel dele em um anel para a luz do dia, e então eu escuto uma tosse.

Eu me levanto e fico olhando para ele assim como todos que estavam na sala fazem, eles se aproximam da mesa e ficamos em volta dele.

Mattheo Riddle

Eu acordo de um sonho muito ruim, eu estava sufocando e então consigo sentir o ar em meus pulmões.

Eu me sento e vejo ela ali, ela está bem e está viva.

— Amor!!! — grito me levantando e indo até ela que me recebe com um abraço caloroso.

— Por que estamos aqui? — pergunto e vejo a expressão de todos, parecem assustados.

— Por que estão me olhando assim? — pergunto os encarando.

— Theo, a guerra acabou. Seu pai está morto, mas você precisa saber de algo. — escuto ela sussurrar e então ela me convida a me sentar na mesa onde eu estava.

— Qual a última coisa que você se lembra? — pergunta e então eu começo a pensar.

— A floresta, meu pai me acertou com algum feitiço e então tudo ficou preto, devo ter desmaiado. — respondo olhando para o chão e quando volto meus olhos ao seu rosto ela está chorando.

— Amor? O que... — antes que eu termine de falar ela me interrompe.

— Theo, você não desmaiou, você morreu. — diz, cobrindo a boca e derramando algumas lágrimas em minha calça.

— Não, se eu estivesse morto não estaria aqui, eu estou bem. — nego pegando em sua mão livre.

— Querido... — ela resmunga passando a mão em meu rosto

— Antes de irmos a Hogwarts, eu te dei um pouco do meu sangue por precaução e fiz você esquecer disso. Quando você morreu com sangue de vampiro no sistema...Me perdoe. — diz aos sussurros.

Eu solto sua mão e fico olhando para os lados, não estou entendendo.

— Eu, eu não entendi. — eu respondo olhando para o pai dela que está relutante em falar, todos estão.

— Que droga está acontecendo? — eu grito e ela chora mais ainda.

— Olívia o que você fez? — pergunto, levantando seu rosto para que ela me olhe.

— Você não é mais um bruxo, você agora é como eu... vampiro. — quando ela diz a palavra, é como se uma casa tivesse caído em cima de mim, eu ando de um lado para o outro por alguns minutos, não posso acreditar, não quero acreditar.

— Theo. — ela sussurra tocando meu ombro e eu a empurro fazendo ela cair no chão.
Ainda no chão ela me olha.

— Mattheo, você precisa entender... — ela se levanta e antes que possa dizer mais uma palavra eu a encaro com ódio.

— Entender o que? Droga Olívia, você tirou a única coisa boa que eu tinha. — grito com ela.

— Mas Mattheo... — responde assustada.

— Mas nada, Olívia, eu prefiro morrer a ser como você. Eu era um bruxo poderoso e estava bem com isso. Agora eu sou um saco de carne podre que se alimenta de outros sacos de carne ambulantes. — grito me aproximando dela.

— Mattheo! — resmunga Niklaus se aproximando de mim e eu o encaro.

— O que? Não tente defendê-la, ela não tinha o direito de fazer isso. — grito apontando o dedo no peito dele e ele fica quieto, eu não tenho mais medo dele me matar, já estou morto mesmo.

— Me perdoe, eu posso.. — ela diz e eu a interrompo novamente.

— Eu nunca vou te perdoar, Olívia. — eu sussurro e ela se aproxima de mim com os olhos vermelhos de tantas lágrimas derramadas.

Eu vou até uma das garotas que trabalham aqui e mordo seu pescoço e o sangue... nunca imaginei que teria um gosto tão bom.

— Por favor, eu faço qualquer coisa. — ela implora correndo até mim e colocando a mão em meu rosto, eu tiro sua mão de mim, chego perto dela o suficiente para que eu possa sentir sua respiração.

— Então esqueça de mim, eu não quero te ver nunca mais. — saio dali correndo.

Eu não quis dizer nada daquilo, só queria que ela viesse atrás de mim, mas ela não veio.