Capítulo 26 - media exponens

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Olívia Mikaelson

Depois de algumas horas pensando em como será me encontrar com a minha mãe biológica, eu me levanto

Eu vou até o banheiro e tomo outro banho, estou me sentindo... suja.

Não posso acreditar que ele fez isso comigo, é o que eu penso comigo mesma enquanto ligo o chuveiro e tiro a única peça de roupa que eu coloquei.

Eu entro em baixo da água quente e tento relaxar, liberar minha mente, mas não consigo.
Tem tanta coisa na minha cabeça.
Draco, seus pais, minha mãe, minha irmã. Estou tão cansada de ser a salvadora de todos.

Eu termino meu banho e vou para o quarto me trocar.
Eu não estou com vontade de ficar bonita.

Eu coloco uma blusa de frio bege gigante e botas de cano longo de salto alto.

Eu me sento no chão gelado do meu quarto e invoco o anel que Hope me deu.

Eu procuro com a minha magia o antigo grimório da minha avó e o trago até mim.

Minha avó era uma bruxa extremamente poderosa! Ela era a bruxa original.
Criou a espécie dos vampiros e também uma das maiores maldições da história, a maldição do sol e da lua, a maldição que prendia o lado lobisomem do meu pai.

Ela era uma artista, tinha seu próprio jeito de fazer magia.
Ela praticamente inventou a magia negra.

Folheando o grimório da vovó posso encontrar facilmente qualquer feitiço, tanto de magia negra quanto de magia tradicional.
Mas eu preciso de um feitiço especial, seja ele tradicional ou não.
Feitiços de localização.... Eu preciso de um bem forte já que estou procurando uma pessoa que nem está nessa dimensão.

A natureza pode me punir? Não, pois eu quase não uso magia natural.
Eu não canalizo os ancestrais, na verdade nunca precisei canalizar nada na vida, sou forte o bastante para sustentar minha própria energia.

Continuo minha busca em todas as páginas do grimório e já se passaram horas.
Estou estudando qual dos feitiços daria certo para o meu objetivo, mas chego a conclusão de que esse grimório é antigo!
Como eu posso achar alguém de outra realidade com feitiços quase que pré-históricos?

Eu invoco uma pena e um pergaminho e vou anotando tudo que penso que poderia ajudar a encontrá-la, e estou decidida a criar meu próprio feitiço de localização entre dimensões.

Vejamos... Em todos os feitiços é necessário um objeto da pessoa que deseja localizar.
Eu pretendo usar algo mais forte, o sangue da pessoa ou de alguém de sua linhagem.

Vamos ver, talvez um mundo prisão?
Posso prendê-la lá até que ela fale comigo.... Não não, muito trabalhoso sair de lá.

Pensa Olívia, pensa.

Uhm, talvez uma possessão corpórea? Nha, melhor não. Ela jamais falaria com um estranho na rua que diz ser sua filha, sem chance.

Uma boa ilusão, talvez? Não... tem que ser algo que a prenda até que ela possa me escutar, não posso correr o risco dela ir embora e bloquear meus feitiços.

Como não consigo pensar em nada?

As horas continham passando, e a única coisa que recorre a minha cabeça é o sal.
Mas é claro.... O maldito sal.

Eu posso criar um círculo de sal nessa dimensão que prendera a minha alma, fazendo com que se crie um espaço não físico entre as duas dimensões.
Assim que eu usar o meu sangue a alma dela também estará presa ao círculo de sal até que eu encerre o feitiço.
Eu sou genial.

Pego o pergaminho e rapidamente anoto tudinho, mas acho que está faltando algo. O que poderia ser?
Sangue, sal, espaço não físico.
MAGIA. Não posso permitir que ela faça magia no espaço não físico, apenas a minha magia. Mas como?

É claro.... Runas.
Num determinado espaço apenas a bruxa que colocou as runas pode fazer magia. Isso servirá para um espaço não físico também.

Três horas depois.

Está perfeito! Esse é o primeiro feitiço complexo que eu crio. Agora está na hora de executa-lo.

Eu me sento no chão e faço um círculo de sal a minha volta.
Apanho um punhal de ouro e pego o anel da família.
As minhas instruções são claras.
Faça um corte diagonal com o punhal de ouro e derrube o sangue no objeto pertencente à você.

Observação: o sangue tem que ser da pessoa que você procura ou de alguém de sua linhagem.

Feitiços que usam sangue em seus meios costumam ser mais trabalhosos porém são mais poderosos também.

Eu faço um corte diagonal em minha mão e banho o anel em meu sangue, fecho os olhos e repito
— Vinde val tratunderes. Vinde val tratunderes.

Abro os meus olhos e o anel começa a brilhar, eu rapidamente o coloco no dedo.

A queimação é incômoda mas não dolorosa, então eu me deito dentro do círculo de sal e recito a segunda parte do feitiço.

— Treta che che che mal nunc que frater septime dominae. Treta che che che mal nunc que frater septime dominae.

Resmungo fechando meus olhos no círculo de sal.

Se der certo, dentro de alguns minutos eu a verei.

Bloodline (livro um)Onde histórias criam vida. Descubra agora