Capítulo 79 - Um novo começo

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Niklaus Mikaelson

Três semanas se passaram desde que ele partiu, e ela ainda está sofrendo muito com a perda. No entanto, hoje é o dia do seu aniversário, e decidi organizar uma festa para fazê-la feliz.Nossa família está chegando de Mystic Falls hoje.

Pedi a Tom que a tire de casa por algumas horas para que eu possa organizar tudo. Durante uma conversa com Wanda ao telefone mais cedo, ela sugeriu fazer uma espécie de baile para ela. Comprei um belo vestido para Olívia e algumas joias também, embora saiba que ela não vai tirar o anel que ele deu a ela tão cedo.

Tom Riddle

Hoje é o aniversário dela, e Klaus me pediu para levá-la para um passeio enquanto ele organiza as coisas em casa. Devemos nos ocupar o dia todo, então pedi a ela que me mostrasse a maravilhosa cidade onde nasceu.

Visto um terno que mantém o calor magicamente e coloco um sobretudo preto por cima devido ao frio. Caminho até seu quarto e bato na porta, esperando que ela abra.

— Bom dia. — murmuro com o braço apoiado na porta, e ela abre um pequeno sorriso.

Ela faz um gesto com a cabeça para que eu entre, e eu aceito o convite. Entro em seu quarto e me sento no sofá que fica de frente para sua cama.

— Você está pronta para a nossa excursão? — pergunto, e ela aparece na minha frente com uma mini-saia preta, botas de salto e uma blusa de frio verde larguinha.

— Você sabe que existem pessoas que são pagas para te mostrar a cidade, né? — ela pergunta rindo.

— Eles não são dignos do prazer da minha companhia. — respondo, entregando-lhe um meio sorriso, e ela vai até a porta.

— Não acha melhor colocar outra blusa? Está frio lá fora. — pergunto, e então ela me olha nos olhos, revelando seus belos olhos azuis esverdeados.

— Eu ainda não trouxe todas as minhas roupas de Hogwarts. — ela responde, e então entrego meu casaco a ela.

Ela nega com a cabeça, e eu reviro os olhos, colocando o casaco sobre ela. Saímos do quarto e seguimos em direção à rua.

Olivia Mikaelson

Quando chegamos à rua, olho para ele e reparo em como ele é incrivelmente alto.

— Sei que está aqui para me distrair. — resmungo, e ele me olha com uma expressão de dúvida.

— Não faço ideia do que está falando. — responde, e eu sorrio.

— Hoje é meu aniversário, não é exatamente um dia feliz para mim. — digo, olhando para o chão enquanto caminhamos.

— Por que diria isso? — ele pergunta, colocando as mãos nos bolsos.

— No dia em que nasci, minha mãe foi sugada por um portal. Passei boa parte da vida sem uma mãe. Claro que Hayley cuidou de mim, mas nunca foi a mesma coisa. Às vezes penso que não há motivo para comemorar aqui. — respondo, cabisbaixa, e ele nota.

Tom Riddle

Estendo meu braço para ela, e caminhamos em silêncio por horas até que ela pergunta.

— Podemos voltar para casa? Estou ficando com fome, e não sei se você se importaria de eu me alimentar aqui.

— Sério? Já te vi arrancar cabeças de corpos, e você acha que eu me importaria de ver você se alimentando? — dou risada, e ela cora.

— Então vamos escolher a refeição. — resmunga, andando e colocando as mãos nos bolsos.

— Como você escolhe? De quem vai se alimentar? — pergunto, curioso.

— Depende do dia. Às vezes escuto um homem gritando com sua mulher na rua, às vezes só escuto as batidas do coração. — ela responde, e então levanto as sobrancelhas, achando interessante.

Ela se afasta, e eu a sigo. Ela chama um homem alto até um beco, e ele a segue como um cachorrinho.

Chegando lá, ela ordena que ele se ajoelhe e morde seu pescoço. Nunca a vi se alimentando, é estranhamente sexy.

Então ouvimos um grito atrás de nós, e uma mulher aponta para Olívia. Ela rapidamente se vira e vai até a mulher.

— Você vai esquecer tudo o que viu aqui. — ordena, e a mulher grita em resposta.

— Eu vou chamar a polícia. — antes que eu possa reagir, Olívia arranca seu coração e o joga no chão, deixando agora dois corpos no beco.

Ela sai do beco limpando a boca, e eu a sigo.

— Por que a matou? — pergunto, segurando seu braço.

— Ela estava usando verbena, não podia correr o risco de ela me entregar ao conselho. — diz ela, e então eu pergunto sobre o conselho.

— Que conselho? — pergunto.

— Nova Orleans tem um conselho, com um membro de cada comunidade. Marcell representa os vampiros, Hayley representava os lobos, Vicent representa as bruxas e um policial representa os humanos. Os vampiros não têm permissão para matar pessoas da comunidade, são regras do meu irmãozinho. — explica, revirando os olhos, e eu dou risada.

— Desde quando você segue as regras? — pergunto, arqueando uma sobrancelha.

— Não sigo, por isso matei aquela mulher. Agora a única pessoa que sabe o que aconteceu é você, e você não se atreveria a me entregar.

Nós caminhamos até o complexo, e quando chegamos, Klaus nos recebe no portão.

Niklaus Mikaelson

A festa está pronta, e ele conseguiu manter Olívia longe de casa o dia todo, o que facilitou para mim. Quando escuto suas vozes, corro até o portão e os recebo.

— Feche os olhos. — ordeno a Olívia, que me olha com uma expressão vazia.

— Pai, eu pedi para você não fazer nada. — resmunga relutante em fechar os olhos.

— Não me lembro disso. — debocho, sorrindo para ela e tampando seus olhos com a minha mão.

A levo até o pátio, onde a família nos espera. Todos estão aqui, e daqui a alguns minutos os convidados chegarão.

— Surpresa. — todos gritam, e eu tiro minha mão de seus olhos. Ela nos entrega um meio sorriso e agradece o gesto.

— Filha, você não quer, hum, ficar aqui mais um pouco? — Wanda pergunta a ela.Ela nos olha com indiferença.

— Eu vou trocar de roupa, já que vocês convidaram outras pessoas. — responde, correndo até seu quarto, e Tom vem até mim.

— Ela matou alguém? — pergunto discretamente para ele, que afirma com a cabeça. Meus irmãos não entendem minha preocupação com ela matando. Eles não entendem que não quero que minhas filhas virem o mesmo monstro que eu.

Tom Riddle

Sinto uma dor de cabeça intensa e vejo um dos familiares dela se aproximando de mim, perguntando se estou bem. Então, vejo tudo ficar preto.

Quando abro os olhos novamente, estou em um lugar totalmente vazio, e vejo meu irmão parado, me encarando.

— Acorda, bela adormecida. — ele debocha, rindo.

— Mas que porcaria... — começo a dizer, mas sou interrompido por ele.

— Preciso de ajuda. — ele resmunga, ajudando-me a me levantar.

— O que você quer, Mattheo? E onde estamos? — pergunto, arrumando meu terno.

— Estamos em um espaço não físico. Pedi a uma bruxa do quartel francês para me colocar aqui. — responde, e meus olhos se arregalam.

— Diga-me que você não foi burro o suficiente para continuar em Nova Orleans. — então ele coça a cabeça, revirando os olhos.

— Preciso vê-la, Tom. Ela precisa saber que eu não a odeio, eu só... Droga, eu não sei. — ele diz, cabisbaixo.

— Você não vai vê-la. — respondo, e ele me olha confuso e com raiva.

— E quem é você para dizer quem ela pode ver ou não? — ele pergunta, prestes a explodir.

— A pessoa que ficou. A pessoa que cuidou dela quando você quebrou sua promessa e foi embora. A pessoa que quase morreu porque, até semana passada, ela estava matando todo mundo que mencionava o seu nome. A pessoa que aguentou os pesadelos dela à noite, que aguentou ela gritando e quase matando o pai de tanto ódio que tinha em seu corpo. Eu sou o Riddle que cuidou dela, então não, você não vai chegar perto dela. E sugiro que corra, porque ela vai descobrir que você está aqui, e vai matar você e a bruxa que te ajudou.

Ele me olha, algumas lágrimas escorrendo de seus olhos castanhos.

— Você é um traidor, Tom. — ele grita, olhando-me furioso, e eu não entendo o motivo.

— O que? — pergunto.

— Você a ama, não ama? — sim.

— Não, absolutamente não. — respondo, em tom seco.

— Então, o que você está fazendo aqui? — ele esbraveja, gritando.

— Concertando as suas merdas, como sempre. — respondo, calmamente.

— Desde quando você a ama, Tom? — ele pergunta, dando uma leve risada.

— Eu não a amo. — minto.

— Não minta para mim. — ele grita, vindo para cima de mim.

— Esta conversa acabou. — anuncio, fechando os olhos e recitando o feitiço que me tirasse dali. Por sorte, Olívia me ensinou um pouco de magia de coven.

Quando abro os olhos, Olívia e sua família estão ao meu redor. Ela está magnífica, usando um vestido branco com alguns detalhes brilhantes. O vestido não tem alças, e o cabelo dela está com seus cachos soltos.

— Tom? Tom, o que aconteceu? — escuto sua voz me chamando, e então consigo ver nitidamente seu rosto. Minha cabeça está apoiada em seu colo, e sua família me olha preocupada. Como não consigo dizer nada, vejo os olhos dela se iluminarem.

Olivia Mikaelson

Eu cogito a ideia de entrar em sua mente e o faço, mas que merda, rapidamente ele se levanta ao sentir-me em sua mente.

— Tom Marvolo Riddle, me diga onde ele está e quem está ajudando ele. — eu sussurro, me levantando, e ele faz o mesmo.

— Tom, você tem três segundos antes de eu arrancar a sua cabeça fora. — esbravejo, e vejo o medo em seus olhos.

— Um. — conto, impaciente, batendo meu pé no chão.

— Dois. — cruzo os braços e o encaro. Meu pai agarra seu corpo para facilitar o meu trabalho, e antes que eu termine a contagem, ele resolve falar.

— Ele está no quartel francês, uma bruxa daqui o ajudou, é só o que eu sei. — isso é o suficiente para me fazer sair correndo da festa.

Quando chego às ruas, sei que ele pode me ouvir; sua audição está aguçada agora.

— Eu sei que pode me ouvir, seu bastardo. Acho bom correr, Riddle, porque eu vou te encontrar. — corro gritando pela rua em direção ao quartel.

Ao chegar ao bar onde algumas bruxas estão bebendo, chuto a porta, trazendo toda a atenção para mim.

— Quem foi a bruxa que o ajudou? — pergunto em alto e bom tom, e escuto um coração acelerado nos fundos do bar. Corro até lá.

Quando chego lá, vejo Monique Deveraux e Mattheo tentando fugir. Os dois me olham com desespero nos olhos, e eu me aproximo.

— Olá! Monique, você não aprende, não é mesmo? — debocho, e ela engole sua saliva, resmungando.

— Olivia-a eu, só... — antes que ela possa terminar, eu avanço contra ela, e Mattheo se coloca à minha frente.

Eu o empurro com facilidade, fazendo-o cair no chão, e chego bem perto da bruxa.

— Ah, Monique, você ainda não aprendeu? Não se desafia um ser superior. Não se contraria um original. — dou um tapa com força na cabeça dela, que rola até os pés de Mattheo, e antes que eu possa me aproximar, ele foge.

— Covarde. — grito.

Entro no bar e deixo o corpo da bruxa no chão como um aviso, e volto para casa correndo. Quando chego, Draco se aproxima e me derruba no chão sem querer.

— Você veio. — digo, abraçando-o, e ele me levanta.

— Não perderia por nada. — ele sorri, e antes que eu saia para cumprimentar os outros convidados, vejo uma mulher se aproximar dele.

— Draco Malfoy, o que essa vadia faz aqui? — pergunto, apontando para Astoria, que fica ao lado dele.

— Liv, eu e Astoria estamos juntos. Ela, bom... Ela está grávida, e vamos nos casar. — fico boquiaberta com a notícia.

— Draco, você não precisa casar com ela por causa da sua família. — digo, pegando em sua mão, e vejo os olhos de Astoria se revirarem.

— Venha, vamos conversar. — guio-o até uma das mesas que estão vazias, e quando ela nos segue, digo.

— A sós. — então ela fica ali parada.

Draco Malfoy

Eu me sento, e ela faz o mesmo. Não sei o que ela vai dizer, mas pela sua cara não é nada bom.

— Eu só queria tentar ser feliz. — murmuro para ela, que me olha com os olhos brilhantes.

— Draco, você merece ser feliz, e eu vou te dar essa oportunidade. — diz, se aproximando de mim.

Suas mãos geladas encostam em meu rosto, e vejo suas pupilas aumentarem.

— Draco, você merece ser feliz, e para que isso possa acontecer, eu te liberto. Você é Draco Malfoy, o príncipe da Sonserina, mas você deixou sua família de lado! Para você ser feliz, Draco, você precisa tirar as pedras do seu caminho, precisa esquecer. Esqueça de todas as coisas que te motivavam a se isolar; você vai olhar para trás e usar a tristeza como força de vontade para ser feliz. Você merece o amor, Draco! Um amor que eu nunca poderei lhe dar, mas eu sei que ela pode. Você é incrível, e deve deixar as pessoas certas verem isso. Eu sinto muito por tudo o que você passou, mas saiba que você tem uma amiga. No dia que você estiver feliz de verdade, você vai se lembrar de tudo, vai poder se lembrar de mim. Você foi o meu primeiro amor, e eu sempre vou te amar. Assim que você passar por aquele portão, você vai esquecer. — então seus olhos voltam ao normal.

— Está chorando? — pergunto, abraçando-a, e ela nega.

— Draco, você precisa ir. — diz, sorrindo, e eu não entendo, mas ela faz questão de nos acompanhar até o portão. Antes de eu cruzá-lo, ela me abraça intensamente e vai embora.Saio da casa e sinto uma leve dor de cabeça, então vejo onde estamos.

— Que lugar estranho, vamos embora. — comento, estendendo o braço para Astoria, para aparatar.

Bloodline (livro um)Onde histórias criam vida. Descubra agora