Pov Joalin
Estou andando aos tropeços com uma garrafa de vodka em mãos.
Nem sei o que diabos fiz ontem, acordei agora deitada na estação de trem.
Passei a mão no meu rosto, olhei para a garrafa em minhas mãos, dei de ombro e resolvi tomar mais um gole.
Comecei a me recordar que eu havia saído para uma balada. Procurei meu celular pelos bolsos e nada dele. Você é uma puta vadia fodida Joalin Loukamaa, sua mãe vai te matar.
Tentei ler pelos avisos o próximo trem que ia para o fim de mundo onde eu moro, tinha um bem perto de sair.
Fui cambaleando até a porta do trem, tinha uma mulher parada próximo, com um carrinho de bebê e parecia estressada falando algo no telefone. Pelo tom de voz e as palavras de baixo calão ela devia tá brigando com a pessoa do outro lado, que pelo visto se chama Josh.
Eu não tinha nada a ver com isso, entrei no trem, as pessoas me olharam com uma cara feia, minha roupa estava suja, eu fedia a cachaça, e meu cheiro também não era dos mais agradáveis.
Já sei que sou uma pessoa descartável mesmo e que ninguém me quer por perto. Me sentei no chão, tomei mais um gole da minha bebida, passei minha mão limpando um pouco que caiu por meu queixo.
Any e Noah devem estar feitos loucos atrás de mim, eu nem sei onde diabos perdi meu celular. Eu devo ter sido assaltada enquanto dormia no chão.
Vi o carrinho de bebê entrando, e ficando parado próximo a porta, a mãe da criança continuava falando ao telefone e ao menos reparou quando a porta fechou.
Olhei para ela, a mulher estava desesperada batendo contra o vidro, a criança estava chorando no carrinho e o expresso estava saindo.
Fomos nos afastado, ela continuou correndo atrás o máximo que deu.
Essa mulher é maluca por algum acaso? Como ela coloca apenas o bebê dentro e continua brigando com esse Josh no telefone?
Olhei para as pessoas, ninguém fez menção de ficar com o menino. Será possível que uma bêbada quem vai ter que fazer isso?
Balancei minha cabeça em negativo e fui até a criança.
— E aí maninho? A gente vai encontrar sua mãe maluca tá bom? – O menino parou de chorar e me encarou. — O que foi? Nunca viu uma mulher bêbada? Só a sua mãe briguenta?
O menino já ia voltar a chorar, eu me sentei no lado do carinho dele e fiquei balançando pra frente e pra trás, enfim ele parou de chorar.
Uma bêbada cuidando de um bebê, ainda dizem que somos perigosos.
As pessoas continuavam me encarando com cara de poucos amigos. Mas cuidar do menino ninguém quer né? Bando de otários.
Olhei para o menino, os olhos dele continuavam arregalados me encarando. Duas lindas bolinhas assustadas da cor azul.
— Tá legal rapazinho, como deve ser seu nome? Vou te chamar de rapazinho mesmo, tá legal? Acho que eu bebi demais ontem. Tu é bonito em cara?
A criança devia ter mais ou menos um ou dois anos. O cabelo bem preto, olhos claros. Tem carinha de filho de burguês, as roupas que ele usa parece de ótima qualidade. O que diabos essa mulher fazia pegando um expresso?
— Mamãe! – Disse o menino olhando para mim.
— Quem dera eu fosse tua mãe cara. Talvez minha vida não tivesse uma bosta. Não queira crescer tá? Crescer é ruim.
O menino colocou uma fraldinha no rosto e puxou com um sorriso.
— Achooo... – Disse ele.
— Ah tá legal, você quer brincar.
Ele colocou novamente o paninho no rosto. Quando puxou eu falei "Acheeei o rapazinho"
— Xamuel!
— Esse é seu nome? Xamuel? – Levantei uma sobrancelha para ele. Só conhecia a Xuxa com nome no X.
— Água...
— Tá, vamos ver o que sua mãe deixou aqui nessa bolsa.
Abri a bolsa, tinha outra bolsa dentro da bolsa, lá tinha duas mamadeiras com alguma mistura que estava me dando vontade de beber, estou morta de fome.
Achei uma garrafinha com água bolando pela bolsa e dei para o menino.
Quando fui guardar a garrafa de volta, vi que tinha uma maçã lá.
— Cara, será que sua mãe vai ficar brava se eu comer essa maçã? Você não está com fome né?
O menino ficou apenas me encarando, fechei a bolsa e mordi a fruta.
Olhei novamente para o menino, ele estava cochilando. Me encostei nas paredes do transporte, fiquei segurando o carrinho com o pé para que não fugisse pelo balançado do expresso.
Como vou explicar para meus pais que estava indo para casa, mas me atrasei, pois encontrei um bebê perdido e fiquei esperando a mãe dele com ele? E que mãe...
PARA! Para Joalin, ela não é pra teu bico, é só a mãe feia desse rapazinho bonito.
Chegamos na próxima estação, eu resolvi descer e ficar em um local que desse vista para que a mulher me visse, quando ela pegasse o próximo expresso.
Empurrei o carrinho do bebê, me sentei novamente no chão e fiquei lá quase dormindo, mas acordada esperando a revoltadinha aparecer
O menino continuava dormindo, já estava ali a uns 30 minutos.
— Aí cara, na moral, cadê tua mãe em? Eu preciso realmente ir para casa. Não seria nada ruim te levar para mim né? Imagina que louco eu chegando em casa bêbada com um bebê? – Comecei a rir sozinha, o menino continuava dormindo. — Minha mãe me matava, e a tua também.
Ouvi um grito, me assustei, a mulher vinha correndo em nossa direção, o bebê acabou acordando também. Ela encheu o menino que chorava assustado de beijos, depois largou ele e me agarrou, eu ainda estava largada no chão, ela quase se deitou por cima de mim.
— Muito obrigada, obrigada, obrigada, você é um anjo. – Ela me soltou e parece ter perdido a cor do rosto quando me viu. – Por Deus...
— Moça me larga, eu tô suja e fedendo a cachaça.
Ela parece que ainda estava raciocinando uma resposta, ainda me olhava petrificada, parece até que já me conhecia.
— Eu tô pouco me importando para isso, você salvou meu filho, eu vou te dever uma para o resto da vida.
— Eu preciso ir... – Levantei do chão, bati a sujeira da minha calça e arrumei minha jaqueta. Depois dei uma última olhada pro bebê e dei um sorriso. — Tchau rapaz, foi legal te conhecer.
— Espera, deixa eu te dar algum dinheiro, preciso te gratificar. – Disse a mulher.
— Não fiz isso por dinheiro. Só não larga seu filho sozinho no trem novamente tá?
Ela me abraçou novamente.
— Muito obrigada...
Sai do abraço e entrei no trem que estava de saída com rumo para minha casa.
Agora é só sobreviver a meus pais.
(.) (.)
Pronto, pronto, voltei com fic Joalina. Hehe
Ps: Já vou logo avisando que a fic é gip, quem não gosta não ler. E pode começar as teorias. Haha
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Sob O Domínio do Destino
FanfictionO destino as vezes pode ser bem insistente, ele deu não só uma, mas sim três chances para essas duas se encontrarem, e talvez essa insistência pode valer a pena. Sabina precisa da Joalin, tanto quando Joalin necessita da Sabina. O destino deve estar...