Capítulo 7

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Pov Sabina

Liguei para Sina lhe convidando para almoçar comigo, obviamente ela não negou. Minha vida virou uma verdadeira montanha-russa nos últimos dias, preciso conversar com alguém.

Sai da empresa apressada, Sina já tinha me ligado informando que estava no restaurante em frente a empresa.

Cruzei a rua e adentrei o local, logo vi a loira sentada fuçando algo no celular.

— Boa tarde meu neném. – Sina falou sem tirar os olhos do celular.

Me abaixei e deixei um beijo no rosto dela.

Joguei minha bolsa no canto da mesa e me sentei em frente para ela.

— Que cara é essa? – Disse ela.

— Muitas coisas acontecendo, acho que minha cabeça a qualquer momento vai explodir.

— Como foi seu rolê com o Sharles?

— Péssimo, não me lembre dessa catástrofe.

Chamei o garçom e pedi um vinho.

— Me conta, eu quero saber.

— Ele me levou para uma baladinha, o papo dele era horroroso Sina. Depois ele me chamou para dançar, no meio da dança me puxou para um local escuro da balada, me beijou a força e queria transar comigo ali mesmo.

— Sabina...

— Pois é, e as coisas só pioram, eu dei um chute nas partes íntimas dele, sai correndo da balada e a melhor coisa está por vir. A primeira pessoa que me veio a cabeça para ligar foi Joalin. Deus Sina, se arrependimento matasse, eu tinha bebido umas doses de vodka, liguei para ela chorando as 02:00 da madrugada, pela voz e pelo tanto que ela chegou estressada devia estar dormindo, ainda me pegou conversando com Antony.

Sina começou a rir alto.

— Sabina tu é muito retardada, como tu chama ela para te buscar em uma balada, que você estava com outra pessoa sua doida?

— Eu sei lá Sina, eu faço tudo errado mesmo. Mas por Deus, eu estou com tanto ódio dessa loira maldita.

— Isso não é vontade de dar uns amassos nela?

— Sina entenda uma coisa, Joalin ao menos lembra de mim, e eu achei que nunca mais na minha vida veria essa mulher.

O garçom trouxe o vinho e serviu duas taças para mim e para a loira a minha frente. Anotou nosso pedidos para o almoço e se retirou.

— Sabina você já considerou contar a ela sobre o Samuel?

— Seria perfeito eu chegar nela e falar "Então Joalin, a gente ficou em uma festa, fizemos coisinhas dentro do meu carro, você estava bêbada e o resultado disso tem quase dois anos".

— Eu nunca achei justo Josh assumir um filho que não era dele, não foi justo com você pois casou com um homem que nunca foi seu, não foi justo com Samuel que está crescendo achando que o pai é um e na verdade o pai dele nem homem é, e principalmente não é justo com Joalin, não agora que ela simplesmente brotou na sua vida e o menino ama ela.

— Sina pare de jogar verdades na minha cara. E mesmo que eu assumisse para Joalin, o que você pensa? Que eu e Joalin vamos viver um conto de fadas com nosso filho?

— Você é atraída por ela Sabina, você deveria assumir. Joalin tem os dois lados da moeda que você adora. É uma mulher, e ainda tem um belo presente no meio das pernas.

Tomei um gole de água em puro nervosismo apenas de imaginar aquela nossa noite, mesmo ela alterada pelo álcool parecia saber exatamente o que estava fazendo. Não entendo como ela não lembra de mim, talvez pelo tempo e também acho que estou um pouco diferente, principalmente meu corpo está mais avantajado após a gravidez.

— Quem cala consente.

Passei meu dedo na borda da taça circulando. Eu olhava hipnotizada para o líquido.

— Sina quem não é atraída por aquela mulher? Ela é belíssima. Samuel tem tanto dela, e parece que eles são ligados pelo sangue, o menino a adora. Samuel nunca me trocou nem pelo Josh e no dia que ela estava na minha casa, ele correu para os braços dela.

Sina segurou forte minha mão que estava descansada sobre a mesa, no mesmo momento que eu senti uma lágrima descer por meu rosto.

— Saby, dê uma chance para você mesma, nunca se colocou em primeiro lugar na sua vida, você sempre quis ser o orgulho dos seus pais e isso custou muito sua própria felicidade. Você deve se fazer feliz e não fazer feliz os seus pais.

— Não é exatamente assim Sina, foi legal ter Josh ao meu lado até porque eu e ele sempre fomos amigos.

— Sabina por favor, quantas vezes você e Josh deitaram em uma cama como casal? Ou resolveram coisas juntos fora as coisas da empresa? Quantas vezes Josh levantou para ir ver o Samuel a noite? Ou saiu com ele para passear? Te levou para jantar? Vocês nunca foram um casal.

Eu engoli em seco, Sina tem razão, sempre estive sozinha com meu filho. Ela passou um dedo secando uma lágrima que insistia em cair.

— Não foi um acaso Joalin salvar Samuel na estação de trem, não foi um acaso você chamar um Uber e ser exatamente ela. Acho que o destino está tentando juntar vocês e mostrar que não foi apenas o Samuel que vocês fizeram juntas, talvez tenha uma história que esteja se encaminhando para ser escrita.

Sorri para Sina, ela sempre foi meu refúgio, e sempre se mostrou contra eu me casar com Josh apenas por status.

Ouvi um bip do meu celular, peguei e abri, era uma mensagem no meu whatsapp, sorri quando vi o remetente.

— E esse sorriso aí? – Disse Sina com malícia.

— O que tem? – Me fiz de desentendida.

— Fala logo Sabina Hidalgo!

— Loira curiosa, é Joalin.

Sina abriu a boca em surpresa.

— Mentira, o que ela mandou?

— Está chamando eu e Samuel para dar uma volta no shopping e tomar um sorvete a noite.

Sina soltou um "huuuummmm" e bateu palminhas.

— Passeio em família! – Concluiu a loira com um sorriso.

— Quem te falou que eu vou aceitar? Joalin que se foda e morra engasgada com aquela arrogância dela da madrugada.

Sina fechou a cara para mim.

— Você não está louca de negar, Sabina Hidalgo!

Peguei meu celular e digitei a mensagem.

"Sinto muito, não estou disponível, irei jantar na casa dos meus pais"

Assim que enviei senti o celular ser arrancado das minhas mãos, Sina digitou algo.

— Sina Deinert não ouse!

Sina continuou mexendo no meu celular, tentei puxar das mãos dela mas foi em vão. Logo depois ela me devolveu.

Abri a conversa com Joalin, ela tinha apagado para todos a mensagem que enviei e mandou: "Aceito, te espero as 19:00. Não se atrase, beijos."

Baixei meus ombros e olhei para Sina que sorria e piscou um olho para mim.

— Não precisa me agradecer, eu sei que sou uma ótima amiga.

— Quero te jogar no meio de uma favela e mandar os caras do morro fazer de você uma peneira.

Sina começou a rir alto.

— As 19:00 Hidalgo, vista aquele vestido preto soltinho e bem curtinho que você comprou naquelas compras comigo e nunca usou.

Revirei os olhos para Sina, nossos pedidos chegaram e comemos em meio a conversas. Ela me atualizou das fofocas dos nossos amigos e me falou sobre uma nova paquera dela.

Dia que Sina parar quieta com alguém eu juro que compro uma caixa de fogos de artifício. Tenho certeza que nunca vou ver essa mulher no altar.

(.) (.)

Iiiih

Sob O Domínio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora