Capítulo 10

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Pov Joalin

Os dias seguintes eu passei a receber duas ligações a trabalho, em dois respectivos horários. As 07:45 da manhã, e as 19:40 da noite. Todos os dias eu já esperava essa ligação, e agora estou eu as 07:45 indo deixar Sabina Hidalgo na empresa.

Acho que estou me tornando quase uma motorista particular da burguesa.

Parei em frente a empresa, Sabina me pagou a corrida fiquei esperando ela sair do carro.

— Joalin você pode vir me buscar no horário de sempre?

— Am... Sim senhora!

— Ótimo! Você antes de vir pode passar em um restaurante e pegar o meu jantar? Te passo o endereço por mensagem.

— Certo, posso sim!

— Mais uma coisa... – Ela fez uma pausa. — Pode jantar comigo? Eu queria conversar uma coisa com você.

Pronto, vou passar o dia inteiro martelando o que é isso.

— Claro... Vou passar o dia inteiro curiosa, precisava falar isso?

Sabina riu, me desejou bom dia e saiu do carro.

Fiquei olhando ela entrar na empresa, ela vestida com roupa social é meu ponto fraco. Que bela mulher.

Segui minha vida e fui para mais uma corrida, em instantes tinha uma senhora sentada no banco de trás do meu carro, eu continuava no mundo da lua pensando no que Sabina queria falar comigo.

Será que ela vai dizer que não quer mais fazer corridas comigo? Essa grana certa de Sabina estava sendo ótimo para mim. Eu ao menos respondi ela mal esses dias. Droga...

— Jovem! – Ouvi um grito da senhora que estava no meu carro.

Dei um pulo da cadeira de motorista e arregalei meus olhos.

— Por Deus, o que foi?

— Minha filha estou a vários minutos te chamando. – Disse a velhinha. — Pode esperar eu pegar uma encomenda em uma loja?

— Claro...

Ela indicou a loja, eu parei em frente. A senhora desceu, eu fiquei no carro esperando. Olhei para a loja e levantei as duas sobrancelhas. Tá de brincadeira que essa vovó entrou em uma loja de lingerie.

Coloquei uma mão sobre a boca para evitar a vontade de rir. Cada uma que me aparece.

Não demorou ela sair da loja com duas sacolinhas. Me surpreendi quando ela entrou no carro e me entregou uma.

— Para você querida, por ter me esperado. Os motoristas de Uber geralmente são um pé no saco.

Olhei a sacola e foi realmente difícil segurar a risada, mas eu consegui.

Ela me deu uma lingerie fio dental.

Por Deus, como eu explico para ela que não uso calcinha? Pelo menos o sutiã é bom e esse sim eu uso.

Melhor não explicar nada, só agradecer.

— Muito obrigada vovó, não precisava. – Guardei no porta luvas e dei partida no carro.

— Recebi um convite para jantar hoje, comprei uma nova peça, vai que né?

Por Deus, eu realmente não queria ouvir isso.

— A senhora é viúva? – Olhei para ela pelo retrovisor.

Ela devia ter uns 50 anos ou pouco mais, era bem enxuta para falar a verdade.

Sob O Domínio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora