Capítulo 25

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Pov Sabina

Meu coração disparou quando chegamos em frente a minha casa. Muita coisa podia mudar hoje e minha vida pode ter um rumo totalmente diferente.

— Nervosa? – Joalin falou assim que desligou o carro, e descansou uma mão sobre minha perna.

— Sim, mas vai dar certo. Vamos?

— É... Saby, como devo agir? O que somos hoje? Amigas? Sou sua motorista?

— Você é minha mulher.

Joalin confirmou com a cabeça, abriu a porta e desceu, eu fiz o mesmo, com meu coração quase na mão.

Segurei a mão dela e entramos juntas no local. Joalin não falou com ninguém, dava apenas sorrisos e gestos com a cabeça, eu ainda falei obrigada com alguns.

— Você não vai falar com seus pais? Aliás, quem são seus pais?

— Não vou me apresentar para ninguém, se meu pai quiser que venha até mim.

Peguei duas taças de champanhe e entreguei uma a Joalin.

— Sabina minha filha, que saudade. Como está meu netinho?

Minha mãe me abraçou e beijou meu rosto.

— Bem mamãe... Também senti saudades. Quero te apresentar minha namorada.

Minha mãe arregalou os olhos para mim, ela até então não sabia que eu me interesso por mulheres. Assim que seus olhos pousaram em Joalin, ela deu uns dois passos para trás.

— Cristo... – Ela disse em sussurro.

Enquanto minha mãe parecia desesperada, Joalin deu um sorriso de lado e ofereceu a mão a ela em um cumprimento.

— É um prazer te conhecer senhora Hidalgo!

Minha mãe olhou para a mão de Joalin estendida, depois olhou para mim.

— É... Oi, meu nome é Fernanda...

— Sou Joalin Loukamaa.

Ela enfim segurou a mão de Joalin e apertou, logo em seguida saiu quase correndo de perto da gente.

— Uma fofa sua mãe, casada a quanto tempo mesmo com seu pai? – Disse Joalin tomando um gole da bebida.

— Uns 30 anos...

— É, o amor é tão bonito né Saby?

— Sei lá se isso é amor, nem sei como minha mãe aguenta meu pai a tanto tempo.

— Ficando com outros.

— Que?

— Eu disse que ela aguenta, não olhando para outros, por que seu pai é meu babaca né? Eu não aguentaria.

Tomei um pouco de bebida, via Joalin fazendo contato visual de vez enquanto com minha mãe. Ela até levantava a taça como se fizesse um brinde com ela. Tem coisa estranha aí.

— O que você sabe que eu não sei?

— Eu? Nunca tinha visto sua família antes. Relaxa amor! A casa dos seus pais é bem bonita né?

— Bem exagerada na verdade.

Eu estava inquieta, pois pretendia se livrar da empresa dos meus pais hoje. Vou bater de frente com o senhor Hidalgo. Por que eu não tive a sorte de ter um pai legal?

Vi meu pai andar em nossa direção, ele deixou um beijo no meu cabelo e depois encarou Joalin de cima a baixo.

— Essa quem é? Sua amiga? – Disse ele encarando Joalin.

Engoli em seco, brinquei com o zíper da minha bolsa. Vai Sabina, coragem.

— Pai essa é Joalin Loukamaa, ela é minha namorada.

É agora que eu assinei o papel me desfazendo do direito de herdeira de todo o império Hidalgo?

— Sua o que? Acredito que entendi errado.

— Minha namorada... Mãe do Samuel. Você queria tanto conhecer o "pai" – Fiz aspas com os dedos. — Do Samuel, então, estou te apresentando a ele, na verdade, a ela.

Joalin estava parada, mais branca que o normal. Acredito que ela está buscando uma forma de sair correndo antes que meu pai mate a ela e a mim.

— Você só pode estar brincando com minha cara sabina! Me diga que tem uma câmera escondida e que você está apenas brincando!

— Não estou, e tem mais...

Sai de perto deles, sentia os olhos do meu pai me seguindo. Subi em um pequeno palanque com um microfone e chamei toda a atenção das pessoas para mim. Percebi minha mãe se aproximando de Joalin, então elas começaram uma conversa, que minha mãe não parecia muito satisfeita com aquilo.

— Minha vida pessoal sempre foi alvo de fofocas na empresa advocacia hidalgo, e eu sempre fingi não me importar com isso. Sempre tentei levantar minha cabeça e deixar para chorar em casa. Chorar por ter que seguir os caprichos do meu pai, por me casar com um homem que não amava e que não me ama, e principalmente por mentir sobre quem era o verdadeiro pai do Samuel. Mas agora estou dando um basta nisso, estou informando que deixarei meu cargo. A partir de hoje não sou mais funcionária das empresas Hidalgo, e acredito que também não sou mais herdeira desse império. Mas chegou o momento de lutar por mim e por minha felicidade. Sinto muito por não ser a filha que você esperava pai, por te dar tantos desgostos, você sempre quis um homem, mas ele não veio, e eu cansei de tentar dar o meu melhor, de viver de mentiras para dar a você o que queria. Agora chegou o momento de viver por mim, e não, eu não preciso mais do seu dinheiro, posso me virar daqui, de você, agradeço apenas pelo tanto que investiu em escolas de alto nível, e me dado um excelente educação, é isso. Obrigada pela atenção!

Desci do palanque, pude ver meu pai cambaleando um pouco para trás. Será que o velho está bem? Ele vai infartar, eu estou sentindo.

Descidi não falar com ele, sai na direção de Joalin, para que ela me tirasse dali. Minha mãe já estava próximo a meu pai, quando passei por eles, senti meu rosto queimar com um tapa que minha mãe me acertou no rosto.

— Sempre te damos tudo, e é assim que você retribui sua desclassificada? – Disse ela.

Antes que eu pudesse responder, senti a mão de Joalin segurar a minha.

— Vamos embora Sabina, não vale a pena.

Todos os olhares do salão estavam em nós, me sentia tonta.

Sempre fiz tudo por meus pais, eu não posso estar errado por agora querer viver por mim...

Ou estou?

(.) (.)

Sob O Domínio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora