Sob O Domínio do Destino

Capítulo 11

Pov Sabina

Deixei Samuel com Joalin e subi para tomar um banho rápido. É tão bizarro o quanto eu confio nessa mulher, eu acho que abuso um pouquinho da boa vontade dela, mas eu realmente quero que ela crie uma ligação com Samuel, eu pretendo contar em breve que ele é filho dela. Deus, isso vai ser tão confuso para ela.

Sai do banheiro, vesti uma calça moletom, um top e coloquei uma meia. Meu cabelo estava preso em um coque bagunçado, e eu sinceramente deixei daquela forma mesmo.

Se eu estou pensando em ter alguma chance com Joalin, estou indo por um péssimo caminho, olha as roupas que eu me apresento para ela. Mas estou tão exausta de passar o dia inteiro de salto, que meu corpo estava quase gritando atrás de uma roupinha folgada. Peguei meu óculos de grau para completar o look que destruiria qualquer chance que essa mulher estivesse pensando em me dar.

Desci as escadas e apenas ouvia a risada deles dois e os gritos de empolgação do Samuel.

Parei no final das escadas e fiquei encarando os dois, eles estavam brincando de se esconder. Joalin já tinha tirado o tênis e a jaqueta, estava apenas com uma calça jeans e uma camisa branca folgada, o cabelo que antes estava solto estava preso e um pouco grudado a pele pelo suor.

Acho que tenho que parar de confiar em Joalin, com relação a deixar ela sozinha com Samuel, eles dois juntos com certeza são capazes de colocar essa casa abaixo.

— Te achei! – Joalin gritou, Samuel saiu correndo e gritando.

Joalin alcançou ele o pegou nos braços e encheu a barriga do pequeno de beijos enquanto ele ria descontroladamente.

Os dois enfim notaram minha presença. Samuel estava todo suado de tanto correr, balancei minha cabeça em negativo, mas não evitei o sorriso bobo que escapou sem querer.

— Oi mamãe... – Samuel desceu do colo dela e correu em minha direção.

Peguei ele nos meus braços, os fios de cabelo estavam ensopados de tanto suor.

— Está brincando com a Joalin meu amor?

— Sim mamãe! – Ele gritou ainda empolgado. — Eu ganhei!

Ele desceu do meu colo e saiu correndo.

Joalin parecia um pouco envergonhada.

— Vem, vamos para a cozinha.

Samuel já estava lá abrindo a geladeira e pegando uma garrafa com água. Abri a garrafa para ele e coloquei um pouquinho no copo.

— Mamãe estou com calor!

Me abaixei na frente do meu filho e tirei a camisa que ele usava, passei a camisa em seu rosto limpando o suor.

Até ontem Samuel era apenas meu bebê, olha o tamanho que esse menino já está.

Ele novamente saiu correndo.

— Ele não para, parece que a bateria é infinita. – Disse Joalin.

— Você não viu nada, experimentar ver ele umas 2 horas depois que acorda, com a bateria 100%.

— No dia que ele estava comigo na estação de trem, parecia tão calmo.

— Ele estava dormindo minutos antes, fica preguiçoso quando acorda, ele também estava assustado.

Ouvi o choro dele, antes que eu corresse Joalin foi mais rápida. Quando cheguei na sala ela já estava com ele nos braços.

— O que foi?

— Prendeu o dedo na portinha do armário. – Joalin respondeu.

Fui até eles para ver se não tinha machucado, só ficou um pouquinho vermelho.

— Já passou filho, foi só um susto...

Limpei as lágrimas que escorriam por todo o rosto.

Joalin voltou comigo para a cozinha ainda com Samuel nos braços, e insistiu que eu colocasse uma compressa com gelo no dedo dele, um simples machucado e ela exagerando, deixando Samuel mais mimado ainda. O garoto claramente fazendo drama da situação, é realmente meu filho.

Enquanto eu estava esquentando a comida, ela continuava alimentando o drama do Samuel. Depois de alguns minutos ele já saiu correndo de novo.

— Ele só estava querendo sua atenção. – Falei para ela.

— Você não deveria falar isso, deve ter realmente machucado.

— Meu bem, Samuel se machuca de diversas formas umas 30 vezes por dia.

Ela fez um biquinho nos lábios. Eu respirei fundo, talvez eu tenha privado Samuel de ter sido muito amado por essa mulher. Mas eu não posso me culpar, o que eu poderia fazer? Não tinha nenhum contato com Joalin, número de telefone, nada. Eu só sabia seu nome e que era uma adolescente super festeira.

— Sabina você não esqueceu que tinha algo para falar comigo né? Passei o dia inteiro curiosa.

A carinha dela me deu vontade de beija-la.

— Quanta curiosidade senhorita...

— Óbvio, não se fala isso para ninguém.

Coloquei os pratos na mesa e peguei um suco na geladeira.

— Na verdade eu quero te fazer uma proposta.

— Do que se trata?

— Quero te contratar para trabalhar exclusivamente para mim. Eu tenho um carro e realmente preciso de alguém para dirigir.

— Quer que eu seja sua motorista particular?

— É tipo isso...

Na verdade eu quero é que ela conviva mais comigo e com Samuel. E eu realmente preciso de um motorista, meu pai vive me falando isso. Juntar o útil ao agradável.

— Sabina eu não posso aceitar isso.

— Qual é Joalin? Estou te oferecendo um trabalho, que não é muito diferente do que você está agora, só que ao invés de você passar por dia inteiro em um carro com pessoas desconhecidas vai trabalhar exclusivamente para mim, com carteira assinada.

— Eu posso pensar e te falar amanhã uma resposta?

— Claro! De qualquer forma quero que venha me buscar amanhã pela manhã no mesmo horário.

— Okay...

— E se aceitar já traga sua carteira de trabalho.

Sai da cozinha apenas para ir procurar meu filho que não para um segundo sequer.

— Vem Samuel, vamos jantar!

— A mamãe eu não queria...

— Precisa comer um pouco filho. Vamos!

Ele passou para a cozinha com a cabeça baixa e pisando duro.

Sentei Samuel na cadeirinha dele e coloquei o pratinho com comida, ele estava começando a aprender a comer sozinho e se sujava inteiro obviamente.

Vez ou outra Joalin parava de comer para ajudar o pequeno.

Olhei para a cena a minha frente e suspirei, eu preciso contar logo a Joalin sobre Samuel, mas isso vai me causar tantas dores de cabeça.

Jesus Cristo, o que eu faço?

(.) (.)