Capítulo 24

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Pov Joalin

Dia longo para uma motorista de Uber. Porém é até prazeroso trabalhar nesse carrão super confortável.

Sinto falta de Samuel, os últimos dias tinha passado o dia inteiro comigo. Hoje eu e Sabina deixamos ele com minha mãe, o que para Samuel e para ela não foi sacrifício algum.

Eu e Sabina ainda não falamos com Samuel sobre eu ser a outra mãe dele, não sei como ele vai reagir, e confesso que tenho medo da reação, mesmo ele ainda sendo uma criança, não deve fazer muito sentido na cabeça dele.

Parei o carro em um restaurante onde esperava minha última cliente.

Vi meu celular tocando, atendi rapidamente, pois era minha mulher.

— Oi meu amor!

— Ei! Onde você está? Eu esqueci algo muito importante, temos um jantar na casa dos meus pais.

— Só vou deixar uma senhora na casa dela. Em 30 minutos estou em casa.

— Será que sua mãe pode ficar com o Samuel? Droga, me sinto péssima por estar explorando ela.

— Ei não seja boba, minha mãe ama o neto dela e não é exploração nenhuma ela cuidar do nosso filho.

— Fico tão aliviada por você enfim saber, era doloroso esconder e lidar com essa situação sozinha.

Vi uma mulher andando em direção ao meu carro.

— Preciso desligar Saby, minha cliente chegou. Te amo, daqui a pouco estou em casa.

— Fiquei com ciúmes! Que cliente é essa? Dentro do meu carro Joalin Loukamaa?

Ri alto.

— Tchau Sabina Hidalgo, até já!

Desliguei a ligação e liberei a porta de passageiro para a senhora. Olhei para ela e sorri quando percebi que era a senhora que havia me dando o conjunto de lingerie.

— Meu Deus, nunca mais tinha te visto! – Disse ela sorridente.

Girei a chave e dei partida no carro.

— Passei um tempo sem trabalhar. Posso ir direto para o endereço que me entregou? Ou vai passar em algum lugar?

— Pode me esperar 5 minutos em um prédio? Só vou dar boa noite para o meu amor.

— Seu marido?

— Não, meu amor de verdade. Meu marido é apenas status.

— Ah, okay... Por que a senhora não termina com ele?

— Não é tão simples assim, ele é daqueles caras bem conservadores, faria um escândalo e estragaria com minha vida. Ele está fazendo isso com a vida da minha filha, só por que terminou com o marido.

— Mais um motivo para a senhora sumir da vida desse senhor. Não existe amor, respeito ou companheirismo, é trágico viver apenas uma vez e se submeter a tal situação.

— Você parece mais madura que a última vez que te conheci.

— Minha vida virou de ponta cabeça. Descobri que tenho um filho.

— Ah... Como gerou um filho e não sabia disso?

Olhei pelo retrovisor, ela tinha cara de confusão.

— Bom, eu não pari ele, eu coloquei ele dentro da barriga de uma mulher.

— Mas... Você é uma travesti?

Franzi o cenho com a pergunta.

— Não, eu sou uma mulher intersexo.

— Tem um órgão genital masculino.

Ela tinha um olhar de pena, ou nojo, não sei bem.

— Oh, pode me deixar aqui. Obrigada!

A mulher me entregou algumas notas.

— Não quer que te espere?

— Não precisa! Adeus!

E assim ela saiu caminhando apressadamente pela calçada.

— O preconceito é sempre inevitável...

Balancei minha cabeça em negativo e tracei a rota para casa.

Assim que cheguei, subi para o quarto, Sabina estava em frente ao espelho colocando um brinco, já estava pronta em um vestido longo azul marinho.

— Ei, cheguei...

Sabina me olhou com um enorme sorriso, mas logo ficou com cara seria.

— Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?

— Am? Não, eu estou normal, só cansada.

— Joalin, eu te conheço!

— Só fui vítima de preconceito, besteira. Vou tomar banho para gente ir.

Ia passando perto dela, Sabina me puxou pela mão.

— Preconceito não é besteira meu amor. O que falaram com você e por que?

— Enquanto conversava com a última cliente, acabei contando que descobri ser mãe, ela ficou um pouco confusa, então eu falei da minha condição. A mulher me pediu para parar o carro, me pagou a corrida e desceu.

— Raios, que inferno, eu odeio esse tipo de pessoa.

Sabina me abraçou e beijou meu ombro.

— Você também me acha estranha Saby? Eu... Eu não sou normal.

— Fala sério, eu amo você e gosto ainda mais do que você tem no meio das pernas. Para mim, o pacote completo. Sou uma mulher bissexual muito feliz, tenho os dois lados que amo em uma só pessoa. Mãos delicadas, boca sedosa, cérebro feminino, e uma coisinha maravilhosa para sentar e colocar bebês bonitos dentro da minha barriga.

Sabina me deu um selinho e me colocou para ir tomar banho.

Tomei um rápido banho, passei o secador no cabelo antes de sair do banheiro. Fui até o closet, vesti uma cueca e um sutiã e fiquei procurando o que vesti.

— Saby o que eu visto para ir a casa dos seus pais?

Sabina entrou no closet, me jogou uma calça de alfaiataria branca. Vesti e ajustei ela a meu corpo, ficava um pouco folgado na cintura, mostrando a logo da minha cueca.

— Nossa senhora... – Sabina encarava minha cintura enquanto mordia o lábio inferior.

— Perdeu algo aqui Sabina Hidalgo?

— Péssima ideia essa calça, tira isso, veste uma jeans pelo amor de Deus, eu tenho um desafio para ganhar!

— Se controla Hidalgo!

Peguei uma camisa de botões preta, tecido linho que ia até meus pulsos.

— Coloca um mocassim branco nos pés e esse blazer que faz conjunto com a calça.

Fiz o que sabina mandou, me olhei no espelho e me achei uma grande gostosa. Agora só falta o perfume, algumas jóias e acho que está legal.

Olhei para Sabina, ela continuava me encarando, devorando meu corpo.

— E então? Estou legal?

— Está uma grande gostosa!

— Ótimo, preciso estar, para poder andar com um espetáculo de mulher desses ao meu lado.

É bizarro como eu e Sabina construimos uma relação do dia para a noite. Parece que estamos juntas a anos. Já temos até um filho, que locura.

Okay, chega de enrolar, vamos lá enfrentar a família Hidalgo!

(.) (.)

O.o ksksks

Sob O Domínio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora