Pov Joalin
Acordei assutada com um barulho alto no meu quarto, sai procurando meu celular pra desligar o despertador, mas percebi que não era o despertador, era apenas 02:00 da madrugada.
— Por Deus, de quem diabos é esse número?
Não estava salvo na minha agenda, eu estava com tanto sono que apenas ignorei e fechei meus olhos para dormir de novo. Quando estava mergulhando em sono profundo o celular voltou a tocar.
— Mas que inferno!
Deslizei meu dedo na tela e botei no ouvido, se for um preso me ligando ou operadora, não vai dar bom não. Pior que só quem liga para mim é esse povo mesmo.
— Hum... – Foi tudo que consegui dizer.
— Joalin... – Era uma mulher chorando, ou alcoolizada.
Pronto, era tudo que eu precisava, uma bêbada me ligando.
— Quem é?
— Sou eu, Sabina...
Me sentei na cama em um pulo, foi mesmo que ter me dado umas 10 latas de energético, o sono foi embora no mesmo momento.
— Sabina? O que foi? Você está bem? O Samuel está bem?
— Você está trabalhando?
Percebi que ela não estava bêbada, ela só estava chorando. Aconteceu alguma coisa com o Samuel, tenho certeza, ela não me ligaria por outro motivo.
— São 02:00 da madrugada Saby, eu só trabalho até umas 20:00. Por que? Onde você tá?
— Eu sai com um cara para uma balada, mas me arrependi.
Passei uma mão no meu rosto e puxei um ar para meus pulmões. Pelo menos Samuel está bem.
— Me mande o endereço, eu já chego aí.
Desliguei a ligação, vesti uma calça moletom, já que eu usava apenas uma cueca para dormir e uma camisa. Peguei uma jaqueta, pois não queria colocar sutiã e nem trocar de camisa. Calcei rapidamente um tênis, botei uma toca, estava frio e meu cabelo estava uma verdadeira bagunça. Depois sai atrás dos meus pais.
Cheguei em frente ao quarto deles, dei duas batidas na porta, não demorou a meu pai aparecer.
— Que foi filha?
— Pai, será que dava para me emprestar o carro?
— Essa hora? Vai sair para beber? De jeito nenhum, vai dormir!
— Pai por favor confia em mim, eu não vou sair para beber, uma amiga minha precisa da minha ajuda. Por favor! Eu cubro meu horário e o seu no Uber durante o mês inteiro se eu estiver mentindo e for beber.
Ele me olhou desconfiado, geralmente ele está trabalhando uma parte da manhã e da tarde. A gente reveza os horários.
— Tenha cuidado e qualquer coisa me ligue!
Sorri para ele e dei um beijo em seu rosto.
Entrei no carro e sai nas ruas para o endereço que Sabina me enviou, ainda bem que pela madrugada o trânsito é uma maravilha.
Fiz uma careta pois me dei conta do que eu estava fazendo.
— Por que diabos eu estou indo buscar essa mulher mesmo? Eu estava dormindo, levantei para vir atrás dela. Minha nossa senhora, o que raios deu em mim?
Balancei minha cabeça em negativo. Fui chegando no endereço, logo vi ela em pé conversando com um cara, parecia visivelmente irritada e desconfortável.
Desci do carro e fui até onde eles estavam.
Como cumprimenta alguém de madrugada? Será que é com boa noite ou bom dia?
Vi o cara segurando a mão dela de uma forma maliciosa, deixando Sabina ainda mais desconfortável.
— Tudo bem aqui Sabina? – Toquei na cintura dela e a puxei para perto do meu corpo.
— Quem é você? – Disse o cara.
Era um rapaz bem parecido, com certeza playboy bancado pelo pai rico.
— Podemos ir Sabina? – Ignorei a pergunta e a existência daquele rapaz. Sabina estava petrificada ao meu lado.
— Podemos, por favor. Até mais Antony, fale para sua mãe que mandei um beijo.
— Foi um prazer te rever. Qualquer dia te ligo para a gente tomar um vinho juntos. – Ele piscou um olho para ela.
O rapaz saiu, deixando apenas nos duas.
— Francamente! – Disse olhando para o rapaz se afastando.
— Os pais dele são sócios do meu pai.
Conduzi Sabina até meu carro, abri a porta do passageiro e ela entrou.
Dei a volta no carro e entrei no lado do motorista.
— Obrigada por vir me buscar. – Disse ela quebrando o silêncio.
— Saiu com esse cara por causa dos pais deles?
Dei partida no carro e passei a macha.
— Não sai com ele, foi ele quem me encontrou enquanto eu estava te esperando e ficou conversando comigo.
— Você não me deve satisfação.
Ela ficou calada, amaldiçoei no mesmo momento, pois queria conversar com ela. Droga. Eu estou com sono isso já me deixa irritada, e eu ainda estou irritada com ela.
— Desculpa, eu não queria ser grossa.
Ela continuou em silêncio.
— Sabina, desculpa! – Aumentei um pouco o tom de voz.
— Eu não te devo satisfação, você não me deve desculpas, é seu trabalho, só precisa me levar para casa.
Ela também foi grossa.
— Mas que diabos! Eu não estou aqui a trabalho!
Ela ficou em silêncio, minha cabeça já estava a ponto de explodir com tanto ódio que tinha dentro de mim. Essa mulher consegue me estressar de uma forma que nem minha mãe consegue, eu estava dormindo, já estou com raiva por ter sido acordada, e ela ainda vem com ignorância.
Não demorei a chegar na casa dela, um segurança abriu o portão, entrei com o carro e estacionei em frente a porta.
Sabina não falou nada, abriu a bolsa tirou algumas notas e me entregou.
— Já te falei que não estou aqui a trabalho!
Ela jogou as notas no meu colo e saiu do meu carro. Dei um soco no volante do carro e soltei uma longa respiração.
Minha vontade era descer desse carro e descontar toda raiva que ela me fez essa madrugada com um beijo.
Balancei minha cabeça em negativo, passei a macha e tratei de sair daquela casa.
Inferno de mulher!
(.) (.)
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Sob O Domínio do Destino
FanfictionO destino as vezes pode ser bem insistente, ele deu não só uma, mas sim três chances para essas duas se encontrarem, e talvez essa insistência pode valer a pena. Sabina precisa da Joalin, tanto quando Joalin necessita da Sabina. O destino deve estar...