Pov Sabina
O que eu tinha a perder? Pois é, nada, já tô no fundo do poço mesmo.
Vesti um calça jeans azul clara e uma camisa do Corinthians que por alguma razão eu tinha no guarda roupa. Calcei um tênis, peguei um boné, são 15:30, o jogo é as 16:00, o que eu tô fazendo da minha vida para ir a um estádio de futebol?
Vesti Samuel igual a mim, calça jeans, camisa branca de time, boné e um tênis.
— Eu nunca fui a jogo do Colinthians. – Disse ele.
Samuel desceu da cama quando terminei de amarrar o cadarço do tênis e já saiu correndo. Queria ter metade da bateria desse menino. Só para de correr se estiver dormindo.
Coloquei um short de tecido fino e uma camisa de algodão na mochila dele, uma frauda de pano e mais algumas coisas necessárias, a última coisa a colocar foi uma garrafinha com água.
Ouvi da cozinha gritos de empolgação e a voz de Joalin, denunciando que realmente era ela a ter chegado.
Ao chegar na sala desci meus olhos por aquele corpo. Hoje ela usava a bendita calça moletom e uma camisa de time. Vai ser uma pena te provocar e ver você constrangida com essa calça, Joalin Loukamaa...
Ela pegou Samuel nos braços e saíram conversando animados sobre futebol.
Entrei na porta de trás do carro com Samuel, sorri quando vi que Joalin tinha comprado uma cadeirinha para ele.
— Boa tarde senhora. – Falou um senhor se uns 40 e poucos anos, que acredito ser o pai dela.
— Boa tarde, me chame apenas de Sabina por gentileza.
— Como queira. Meu nome é José.
Ele deu partida no carro. Olhei para Samuel que estava super empolgado, o pai de Joalin conversava com ele, como se conhecesse a tempos.
Meu filho tá interagindo com o avô dele...
— Vamos jogar contra o Flamengo? – Me meti na conversa dos três.
— Sim, vamos ganhar. – Respondeu Joalin.
— Contra o Flamengo? Vamos ganhar um jogo contra o Flamengo? Está de brincadeira?
— Temos o Roger Guedes, Renato Augusto, Giuliano e William agora. – Foi o pai dela quem respondeu.
— Eu nem acompanho muito futebol e sei que o Flamengo está quase imbatível.
— Mamãe não seja chata... – Samuel tinha um bico nos lábios.
Meu garotinho capricorniano que não sabe perder.
Chegamos no estádio, o pai dela saiu para comprar os ingressos e nem me surpreendi quando Samuel foi junto.
— Meu pai adora crianças. – Disse Joalin.
Ela se encostou em um corrimão com as mãos no bolso da calça.
Cada segundo a mais que eu conheço Joalin, mais me sinto mal por ter privado Samuel de ser cuidado e amado por essas pessoas. Naquela época Joalin era apenas uma adolescente, devia ter uns 18 anos, ou pouco mais que isso.
Passou um rapaz, vendendo cerveja, ela me perguntou se eu queria, eu aceitei, achei que ela tomaria uma comigo, mas comprou apenas uma garrafinha de água para ela.
— Está sem beber desde aquele dia?
Ela confirmou com a cabeça.
— As vezes meu corpo fica desesperado por bebida, aí eu chupo uma balinha. Está dando certo, pra ser leal, Samuel quem tem me ajudado muito nisso, eu acabo me entretendo muito com ele durante o dia e ao menos me lembro de bebida.
— Vocês tem convivido bastante nos últimos dias, ele te adora de verdade.
— É bem engraçado na verdade, as coisas entre eu e ele aconteceu tão natural, que parece que somos ligados por alguma força maior. Ele é bem especial para mim.
Tomei um gole da minha garrafa de cerveja.
— Any tem me falado que vocês dois colocam minha casa de cabeça pra baixo.
Ela apenas riu.
O pai dela voltou com os ingressos, e continuava conversando com meu filho. Sorri vendo o avô de Samuel carregando ele no ombro, com as perninhas ao redor do pescoço, Samuel tinha as duas mãozinhas nos cabelos dele.
Pegamos uma fila rápida para entrar no estádio.
Sentamos em cadeiras próximas ao gramado, e meu filho realmente não queria saber de mim, se grudou com o avô e adeus.
Não demorou o jogo começar, eles três assistiam o jogo entusiasmado, eu estava apenas de corpo presente mexendo no meu celular. Vez ou outra tomava susto com a torcida gritando.
Ouvi as pessoas gritando, e o boné de Samuel indo parar no chão. Olhei para o campo os jogadores do Flamengo tavam comemorando um gol. Depois migrei os olhos pra meu filho, ele tava com os braços cruzados e um bico nos lábios.
— Eu não vou mais torcer pra esse time fraco! – Disse ele.
Como sou uma mãe muito madura eu comecei a rir.
— Querido o jogo não acabou ainda. – O avô dele que o consolou.
Samuel encostou a cabeça no peito dele.
Joalin abaixou e pegou o boné, logo me entregando para guardar.
— Seu filho é meio revoltado. – Disse ela com humor.
— Ele não sabe perder.
Estava fazendo tanto calor, eu levantei minha camisa e prendi a parte de trás no meu top. Olhei para Joalin, a loira tinha a boca aberta me encarando.
— Está calor né?
Vi um rapaz vendendo água no corredor, levantei e fui até ele comprar algumas garrafinhas.
Voltei com a água, quando ia passando por Joalin para sentar na minha cadeira, pisei no pé dela e caí sentada em seu colo, a mão dela foi direto na minha bunda.
— Ops... Desculpa.
Arrastei minha bunda na cintura dela para poder levantar. Joalin estava rígida na cadeira.
Me sentei na minha novamente, entreguei uma garrafinha com água para o pai dela e uma para ela. Dei um pouquinho para Samuel também, que ainda estava irritado pelo time perdendo, tudo piorou quando o Corinthians tomou outro gol.
— Mamãe tire essa camisa feia de mim, quero uma daquela. – Ele apontou para o campo.
Eu ouvi a risada alta de Joalin se misturar com a minha. Samuel tentava a todo custo tirar a camisa sozinho, até que o próprio avô dele tirou.
Peguei uma regata de algodão quer eu tinha coloca e entreguei para o senhor José.
Notei Joalin derramando um pouco de água no colo, ela passou a mão tentando secar, o que acabou marcando o volume. Mordi meu lábio inferior, mas rapidamente tratei de tirar minha visão daquele local. Quando olhei para Joalin, ela também me encarava.
Merda, ela viu meu olhar faminto, um sorriso safado estava desenhado em seus lábios.
Voltei minha atenção para o jogo, em algum momento Samuel acabou dormindo nos braços do José.
E no fim, o Corinthians perdeu de 3 a 1, Joalin também ficou estressada e o pai dela também. Eu apenas me divertia com os dois, o Corinthians ganhar ou perder não acrescenta nada na minha vida.
Quando eles foram me deixar em casa, chamei Joalin e o pai para jantar comigo, ele negou pois alegou que tinha marcado com a esposa, e eu quase chorei para Joalin ficar comigo, felizmente ela aceitou.
Eu amo que meus "encontros" com Joalin é sempre a gente pedindo comida para jantar.
E eu amo esses momentos.
(.) (.)
O_o
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sob O Domínio do Destino
FanfictionO destino as vezes pode ser bem insistente, ele deu não só uma, mas sim três chances para essas duas se encontrarem, e talvez essa insistência pode valer a pena. Sabina precisa da Joalin, tanto quando Joalin necessita da Sabina. O destino deve estar...