Fim. || Drarry (hiatus)

Hogwarts.

Não era assim que eu me lembrava de Hogwarts, os corredores vazios, escuros, fantasmas escondidos, um frio que chega a doer, a tristeza pairando sobre as paredes, empurrando o ar para longe, como se fosse impossível respirar.

É difícil ver esses corredores e imaginar que já teve alegria aqui, quase impossível reconhecer onde praticávamos quadribol, lembrar da ultima pegadinha dos gêmeos, noites e mais noites nas quais nos entupimos de hidromel, é tudo tão triste e vazio, que faz parecer ter sido a eras atrás.

Não foi difícil entrar, Neville nos encontrou em uma das passagens secretas e conseguiu guiar a gente até a sala precisa sem dificuldade, eu, Draco e Gina fomos os únicos que entramos, Ron e Hermione ficaram para trás, junto com Regulus, iam entrar em cena quando conseguíssemos o controle de hogwarts de volta, para isso, quanto menos pessoas aqui dentro, melhor.

- Snape está chamando todos os alunos para o salão principal. - Neville diz. Paramos no centro da sala, alguns alunos ao nosso redor, consigo lembrar de poucos, parecem abatidos, cansados, a guerra aqui em Hogwarts começou antes que pudéssemos nos dar conta. - Parece que ele soube que você foi visto em uma das entradas de hogsmeade.

- Achei que tínhamos passado despercebidos. - Gina diz, está ao lado direito de Draco, a jaqueta vermelha fechada até a base da sua garganta, o cabelo preso em um coque alto, ela parece uma lutadora, a varinha firme em mãos. - Viajamos o mais rápido que conseguimos.

- Acontece, não dá para ficar remoendo isso agora. - Draco aperta minha mão quando diz, vejo alguns olhares estranhos de alguns alunos, mas prefiro ignorar. - Qual o seu plano? - Ele vira para mim, perguntando.

- Pegar eles por dentro - Digo firme. - Vamos ao grande salão, tomamos Hogwarts, e quando vocês estiverem seguros e com a guarda preparada... - Me viro para Draco, olhando em seus olhos. - Eu me entrego a Voldemort.

- Harry? - A voz de Neville sai cortada, vejo a dor em seus olhos. - Não pode estar falando serio.

-Preciso que confiem em mim, em nós, Draco e Gina vão cuidar de vocês, temos reforços espalhados por fora de Hogwarts, tudo vai dar certo. - Neville dá um passo em minha direção, mas o impeço de chegar a mim, estendendo a mão. - Farei o que for preciso para salvar vocês.

- Ele não pode estar falando serio? - Nev se direciona a Draco. - Você não vai deixar que ele faça isso, eu te vi quando ele chegou naquela noite, sei o que você é. - Suas palavras me assustam, ele parece perceber. - Minha mãe contava historias, achava que fazia parte da loucura pelo crucius, mas não conseguir parar de pesquisar, sei o que você é, sei o que vocês são. - Ele aponta com a cabeça para nós dois. - Você não deixaria ele morrer, é mais forte que você.

- Farei o que Harry achar melhor. - A resposta de Draco é fria, calma. - Isso é tudo o que precisa saber, vamos fazer de tudo para salvar uns aos outros.

- Você também? - Gina tenciona o corpo, vejo suas feições ficarem mais duras quando Luna se destaca na multidão, o olho inchado, alguns arranhões sob a pele branca. - Você está bem? - Ela se aproxima, tocando com cuidado no rosto de Gina, a ruiva fecha os olhos com o toque. - Parece mais viva do que a ultima vez que eu te vi.

- Estou bem melhor. - Gina diz, levando a mão junto a da loira. - Você por outro lado, quem fez isso com você?

- Todos estamos assim. - Luna diz. - O tempo em hogwarts não tem sido fácil.

- Gosto de reencontros. - Draco dá um passo a frentes, passando as mãos pelo cabelo, exausto. - Mas precisamos começar a nós mexer, eles querem vocês no salão principal.

- Não vão com a gente? - Neville pergunta.

Draco me olha, esperando minha resposta, está me deixando decidir, sei que ele vai fazer o que eu pedir a partir daqui, olhando para ele agora, no meio dessa vida que nunca pediu, prestes a encarar e lutar contra seus pais, sua família, depois de ter largado tudo, vendo o quanto ele me ama, meu coração chora, desaba em lagrimas por que sei que é uma despedida, não temos mais como evita, não tem mais para onde correr, a guerra chegou, e eu já assinei meu nome na lista de mortos.