Prólogo - Parte III
Marina Marques
Eu já estava pronta no horário marcado. Saí do quarto segurando as sandálias de saltos altos nas mãos, torcendo para todo mundo já ter ido para o quarto. Saí sem fazer barulho, não queria ser questionada, muito menos ouvir insultos gratuitos essa hora da noite.
Fiquei nervosa, por um momento achando que não deveria ter aceitado o convite. Ele me insultou e depois me chamou para sair, provavelmente só queria me levar para a cama. Não que fosse mau, também. O último cara com quem eu saí virou namorado da minha irmã.
Quando Fred desceu do carro e veio me encontrar, nos cumprimentamos com beijo no rosto e ele deu um sorriso bonito. Porra, ele era muito bonito. E cheiroso.
O jantar foi uma delícia. Não só a comida, o restaurante luxuoso, mas ele, que além de lindo era muito engraçado. Passeamos por todos os assuntos, inclusive a mãe dramática dele. Desviei quando ele questionou sobre a minha, o que eu iria dizer? Brigamos desde que eu tenho cinco anos de idade e os motivos eu não sei dizer? Jamais falaria. As coisas pioraram com o nascimento da minha irmã, quando eu tinha sete anos, mas eu não estava a culpando por isso.
Do jantar, esticamos para uma boate, onde os amigos dele se encontravam. Lá conheci Ravi, e Edu falou comigo de uma maneira casual. Os dois estavam acompanhados de modelos bonitas e sensuais demais. Não que me importasse, mas foi bem estranho ver a loira lambendo o ouvido de Ravi, enquanto deviam falar sacanagens.
— Ele é nojento, não liga não — Fred falou para mim, que o olhei e sorri fraco, envergonhada por ser pega observando. Ele trouxe bebidas para nós dois e ficamos ali. Eduardo e a outra foram embora pouco tempo depois, ele parecia sisudo, cheguei a perguntar para Fred se ali era a namorada, mas ele riu e disse não.
Ele reclamou que eu queria falar sobre os amigos dele, mas deixei-os de lado e falamos sobre a nossa noite, sobre nós dois aqui, do nada.
— Você não teria tido a sorte de sair comigo, se não me arrumasse a entrevista — eu provoquei e ele, que inclinava o rosto para vir me beijar, deu um sorriso sorrateiro. O olhei uma última vez e quebrei o espaço que faltava entre nós dois, começando um beijo suave. Ele trouxe uma mão, a emaranhando pelos meus cabelos e tomou o controle da situação, nos envolvendo mais no beijo.
Sei que tudo pareceu querer pegar fogo entre a gente ali. Mas não quis apressar nada, pelo amor, era o primeiro encontro com esse cara. Se ele queria sexo agora, teria que tomar o primeiro passo.
Fomos embora quando Ravi saiu por alguns minutos e voltou, não só com a modelo loira que o acompanhava, mas duas delas. Achei divertido o fato de Fred achar que eu me assustaria com aquilo. Não que fosse adepta a esses fetiches ou orgias, mas não iria condenar ou me assustar com quem praticava.
Ele ficou se desculpando pelo excesso do amigo, mas eu ria e revirava os olhos. Estava tudo bem.
— Tem algum compromisso amanhã cedo? — ele perguntou, enquanto dirigia.
— Amanhã, não — eu falei — não trabalho aos sábados — na verdade, eu não deveria trabalhar, mas a minha chefa arrumava alguns extras para mim e outras funcionárias em alguns sábados do mês.
— Não quer ir ao meu apartamento? Achei que poderíamos beber alguma coisa, conversar um pouco mais.
Quando chegamos, ele entrelaçou as nossas mãos e acenou para o outro, que bebia sozinho no apartamento gigantesco. Uma verdadeira obra de arte, minha amiga Jordana diria.
Subimos direto para o quarto. Lá, ele me puxou pela cintura e começamos um beijo que mais parecia um carinho. Afundei minhas mãos em seu cabelo, o puxando e ele entendeu que não precisava ser cauteloso, eu tinha consciência do que faríamos aqui. Se iria me arrepender? Já não sabia, mas provavelmente não.
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Minha Louca Tentação
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