Capítulo 23

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Capítulo 23

Marina Marques

Coloquei um travesseiro sobre a cabeça e o apertei com força. Eu estava escancarada sobre a cama e Fred me chupava muito, sempre impetuoso e gostoso demais. Tudo o que eu queria era poder gritar, mas era impossível. Eu sentia que não suportaria toda essa tensão maravilhosa quando ele viesse me penetrar.

Fred abafou qualquer eventual gemido beijando minha boca, meteu fundo na minha boceta molhada e eu me agarrei toda nele. Os movimentos eram curtos, ele quase não saía de dentro e isso me estimulava por todos os lados. Nosso beijo estava sincronizado, por algum milagre, mas era muito gostoso. Ele chupou meu lábio inferior e voltou ao beijo profundo.

— Me coloca por cima — eu pedi, louca para gozar, mas queria aproveitar essa pressão no meu ventre por mais um momento. Ele assentiu, nos virando na cama e eu rebolei devagar, o acomodando dentro. Depois levou as mãos para minhas coxas e eu apoiei as mãos no seu abdome. Mantive o olhar firme no dele, me deliciando e satisfazendo, rebolando devagarinho.

— Assim é maldade, amor — ele falou manhoso, mas eu não queria aumentar. Fiz desse jeito e depois apoiei os pés no colchão, comecei a quicar do jeito que ele amava e ele mordeu as costas da mão, incrivelmente duro, estava maravilhoso cavalgá-lo. Fred apertou os olhos, apertou a mão que estava na minha coxa e virou o rosto, como se fosse incapaz de me assistir, mas no segundo seguinte, quando eu me contorci inteira em cima dela e gozei, peguei seu olhar em mim, nos nossos sexos.

— Eu vou gozar muito agora — ele falou desnorteado, mordeu as costas da mão de novo, apertou os olhos e franziu o cenho, fazendo uma careta de puro prazer e eu continuei, olhei para baixo a tempo de ver o sêmen escorrendo pelo pau ereto e de dentro de mim.

Cai deitada por cima dele e afundei o rosto em seu pescoço. Ele apertou minha bunda e me abraçou em seguida. Ficamos agarrados por um tempo, depois fui tomar banho e ele me acompanhou.

[...]

No final da semana, Fred foi levar o filho para visitar a mãe, como havia prometido. Ele voltaria no mesmo dia, deixaria o menino com a mãe e avós. Logo Bruna passaria por uma cirurgia muito invasiva e que mexeria com sua autoestima, de qualquer forma, se sentir acolhida da maneira que quisesse seria bom.

Há dois dias, ela enviou uma mensagem, pelo instagram, se desculpando por qualquer mal estar entre nós e agradecendo por eu não ter impedido Fred de apoiá-la. Fiquei sem saber o que dizer, então disse que estava torcendo por sua recuperação.

Fui para casa, aproveitei o dia livre no sábado para lavar roupas, organizar o quarto e dei uma olhada nos meus próximos trabalhos.

— Você não acha que deveria cair fora desse cara? — minha mãe perguntou, parando na porta da área de serviço e eu a olhei confusa — ele está lá, com a mulher e o filho... E você fazendo esse papel ridículo no meio deles três. Destruindo uma família.

— Eu não vou falar disso com você — falei decidida.

— O seu problema é a sua falta de respeito, Marina — ela falou indignada — não posso dar um conselho que você vem com sete pedras na mão.

— Obrigada pelo conselho — falei irônica, me virando para a máquina de lavar e assim fiquei.

Fred não voltou no mesmo dia, enviou uma mensagem dizendo que o filho pediu para que ele ficasse. Infelizmente meu celular estava sobre a bancada da cozinha e minha mãe viu a notificação primeiro, deu um riso de "eu sei o que está acontecendo" e não falou nada. Preparei um miojo, comi e fui para o quarto. Tinha mais o que fazer do que ceder às provocações.

E jamais seria a pessoa egoísta que deixa a insegurança falar mais alto. Eu iria brigar com ele por isso? Dessa vez não era um capricho da ex-mulher. Se fosse, ele não cederia. Evolvia algo muito maior, a compaixão dele como ser humano.

Era a mãe do filho dele. Se ele achava necessário dar mais suporte emocional, estava certo em fazê-lo.

No entanto, minha mãe começou a plantar isso em mim. Se a mãe do filho dele precisava de apoio, eu não tinha que ficar no meio esperando que ele se desdobrasse para me dar atenção. Seria exaustivo se dividir em três. O pai, o que apoia a mãe do filho e o que me namora. Ele não precisava dar prioridade para nós dois agora.

Segundo minha mãe, eu sequer merecia. Evitei retrucar, não dava para comprar uma briga maior com ela nesse momento.

[...]

Quando ele chegou, na segunda-feira, eu estava em uma sessão de fotos para uma publicidade de uma linha de batons. Ele apareceu de surpresa no estúdio e quando acabei, veio me encontrar com um abraço apertado.

— Como Bruna está? — perguntei e ele negou com a cabeça, pela cara, não parecia estar tudo perfeito.

— É desesperador. Ela está no estágio três, o que é incomum na idade dela. Mas vai fazer a cirurgia, retirar tudo e depois vai combinar a imunoterapia com a radioterapia — ele contou, falando mais baixo e olhou ao redor — como tem sido?

— Legal — franzi o nariz — não era o emprego dos meus sonhos, mas não posso reclamar que é um dinheiro que vem mais rápido e mais fácil.

— Você tá gostando? Isso que importa, não é?

— To gostando — falei, não poderia reclamar. Era um emprego mais fácil e rentável do que o cargo anterior. Além do que, eu recebia carinho de pessoas que nem me conheciam, pelas redes sociais.

— Bruninho não queria vir — ele contou, vindo comigo para eu me trocar — mas não quero que ele perca muitas aulas. Depois da cirurgia da mãe dele, vou tentar conversar na escola dele, se ele não consegue ficar pelo menos uma semana lá...

— Ela vai fazer todo o tratamento lá?

— É — ele suspirou — um médico amigo da família vai cuidar do caso de perto. A gente sabe o quanto um profissional que se confia passa mais segurança.

— Vai dar tudo certo — falei, tentando parecer convicta — logo ela vai estar aí, provocando a gente.

— Tomara — Fred falou.

Saímos da agência de mãos dadas e dali fomos jantar em um restaurante japonês. Fred não conseguia ignorar toda a preocupação, o que não me deixava insegura, mas era triste ver. Ele se preocupava pelo filho, tinha medo de algo não sair como o planejado. Mas logo dizia que precisávamos ser mais otimistas.

No final da semana, encontramos nossos amigos, no apartamento de Edu. Fred levou um vinho delicioso para mim e Jordana, já que Edu havia comprado um uísque caríssimo para os dois degustarem. E charutos.

Olhei incrédula vendo Jordana se divertindo, ela já sabia até mesmo cortar e acender o negócio.

— Você desvirtuou minha amiga completamente — eu falei indignada para Eduardo, que começou a rir.

— Você adora isso — Jordana falou o óbvio e eu dei um sorriso travesso. Ela estava animada para beber esta noite, já que a filha estava na casa da avó materna, mas Fred iria levar o filho à São Paulo na manhã seguinte e, por esse motivo, não iríamos ficar até tarde e nem beber todas.

Eu não estava com ciúme dele, nem insegura, porque de uma coisa eu sabia, a gente se amava. Mas era incômodo. A situação como um todo. Ela estar doente, num estágio avançado, ele precisar ajudá-la. Era como se a nossa felicidade tivesse ficado suspensa por esse tempo, até tudo se resolver. E não digo isso à toa. Mesmo que Fred não estivesse lá, dando todo suporte, não ficaríamos em paz até tudo se resolver. 

Minha Louca TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora