Capítulo 08

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Capítulo 08

Fred Toledo

Com medo de que uma conversa mais séria resultasse em um término, eu deixei que Marina conduzisse nossa relação. Em uma conversa mais sensata com minha mãe, ela alertou que não iria funcionar por muito tempo. Nós dois já não éramos mais crianças para agirmos desse jeito, termos medo de chegarmos em um acordo. Mas o triste era que nem ela e nem eu, estávamos dispostos a ceder nossos planos e vontades.

Queria poder pagar pela independência que ela tanto almejava, mas porra, qual sentido dessa mulher querer morar sozinha, se acabaria vindo morar comigo de qualquer maneira?

Sua mãe falou comigo umas duas vezes, insistindo em se desculpar. O que achei desnecessário. Porque depois das desculpas, ela replicava algum defeito de Marina.

Como era véspera de Natal e Bruninho passaria este comigo, nós dois saímos para comprar presentes. Avisei para Marina onde estávamos e pedi uma pista do que ela queria ganhar. Não por mim, mas para meu filho, que queria dar algo útil para ela.

— E se eu der uma roupa? — ele perguntou animado e ponderei, não teria erro — mamãe diz que tenho bom gosto pra escolher.

— Então vamos procurar — concordei com ele. A tarde no shopping foi produtiva, embora estivesse longe de ser um dos meus programas preferidos. Bruninho comprou uma bolsa de marca para Marina. Ele não olhou preços, deixou essa parte para mim. Eu já imaginava Marina surtando comigo por ter deixado, mas ele queria agradá-la. Minha mãe havia conversado com ele, sobre uma possibilidade de nos separarmos e ele achava que se fosse legal com ela, as coisas iriam melhorar.

Eu gostaria que tudo fosse assim tão fácil. Para minha mãe, ele comprou um par de brincos. A mãe dele tinha razão quando dizia que tinha bom gosto, mas zero controle com gastos.

Paramos para comer alguma coisa e por azar Luísa chegou ali, e, para cumprimentar o Bruninho, acabou se sentando na mesa conosco, a convite dele, e pediu uma salada.

— Uau, só coisa de grife — ela falou, olhando superficialmente as sacolas.

— Faltou o presente da Jordana — meu filho falou, como se lembrasse de repente e eu comecei a rir. Luísa fez uma careta de desgosto, mas não se deixou abater — o que foi? — ele perguntou para mim, completamente confuso.

— Nada, meu filho — falei, mas não conseguia parar de rir. Luísa perguntou para ele sobre o presente da Bruna, que já havia deixado predefinido. Uma bolsa cara que me custou milhares.

— E você quer que o papai e a mamãe voltem? — ela perguntou e eu a encarei sério.

— Não. Eles só brigam — Bruninho falou o óbvio — e eu prefiro muito mais meu pai com a Mari.

— Sério? — Luísa perguntou entojada — acho ela tão chata.

— Eu não acho — meu filho retrucou — e eu não quero falar dela com você.

— Tá bom... — Luísa revirou os olhos e os dois mudaram de assunto.

À noite, passamos para buscar Marina, que veio toda linda em um vestido de seda na cor vermelha. Demos um selinho demorado quando ela entrou no carro e depois ela falou com o meu filho. Deu logo o presente para ele, um jogo que os dois estavam falando outro dia.

— Espero que não tenha incidentes nesse natal — eu falei para ela, que começou a rir.

Ainda no carro, Bruno deu o presente de Marina, que ficou chocada, mas não tinha como retrucar ou recusar. Se fosse eu, provavelmente a bolsa estaria descendo goela abaixo. Ela agradeceu o presente e eu a olhei presunçoso.

Chegamos à mansão dos pais de Edu, que já estava movimentada. Toda a família estaria presente, dessa vez, apenas a família. Isso se devia ao incidente desastroso do Natal passado. Passei meu braço ao redor da cintura de Marina e ela parou de andar, segurando meu queixo para beijar meus lábios suavemente, agora que Bruninho já havia ido correndo para encontrar as pessoas.

Por mais que eu quisesse empurrar qualquer frustração para longe, toda vez que eu via a família perfeita de Eduardo, eu olhava para Marina, não conseguindo não questionar o porquê de nós dois não podermos dar passos largos também. Depois tinha que me convencer a voltar para a minha realidade e lidar com todos os bloqueios dela. Tiramos foto em família, em casal. Helena já saía dando vários passinhos sozinha, o que deixava todo mundo louco de animação.

Quando tia Nora começou uma conversa sobre a festa de batizado ser logo depois da de um ano da pequena, Chiara começou um chilique dramático de que teria que ser a madrinha. Eu sabia que o padrinho dela seria eu, não abriria mão desse posto. Jordana lançou um olhar significativo para Marina, que deu um sorriso complacente. Considerando a proximidade de Chiara com Helena, era justo que fosse ela.

— Mas vamos ter mais filhos, Mari — Edu prometeu para ela, ignorando os olhares fuzilantes de Jordana.

— Deixa eu te mostrar meu presente novo — Jordana falou para Marina, a arrastando pela mão.

— Eduardo se superou em todos os sentidos — tio Danilo falou, começando a rir.

— Um homem apaixonado faz qualquer coisa pela mulher amada — minha mãe quem retrucou e me olhou rapidamente. Era muito fácil quando o homem era apaixonado por uma mulher que faz todas as suas vontades e caminha junto com ele. Entraram rapidamente na conversa sobre Eduardo ter se apaixonado desse jeito outra vez. Engraçado como caras que se regeneram levam um crédito a mais por isso.

Caras apaixonados e que sabem o que querem, não passam de insistentes sem noção, como diria Marina.


***

Amanhã a história chega na amazon! 

Preparadas pro lançamento? 

As postagens seguirão aqui no mesmo ritmo, dia sim dia não

ahhh, deixei o prólogo do volume 4 lá no final do Ebook. 

E ele chegou por apenas R$:1,99

vocês podem comprar por boleto

moresss, é importante que baixem pelo kindle unlimited e comprem, pra me ajudarem a subir no ranking, tá? 

me contem o que estão achando da história

beijooooo ♥

Minha Louca TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora