Capítulo 27
Marina Marques
Fred veio para o Rio no seu aniversário. Eu e a mãe dele preparamos uma surpresa. Nada grande, não era momento para isso. Bruna estava firme no tratamento, mesmo com todas as dificuldades que vinham junto com ele. Fred disse que era muito doloroso vê-la passar por isso, que as reações eram tristes demais, chegou a chorar. Disse que ela estava muito magra, como se estivesse definhando. Que era muito duro se manter forte e ele precisava ser, todos ao redor dela precisavam, para que ela acreditasse na cura. Ela mais do que ninguém, poderia desanimar. Ser resiliente era muito importante.
Ele estava mais magro também, mais bagunçado, meio estressado e confuso. Quando chegou, ficamos abraçados por mais de cinco minutos, ele só queria isso, um afago, um descanso.
— Eu e sua mãe escolhemos aquele Buffet que você ama — eu falei, tentando animá-lo e ele sorriu fraco — achei que Bruninho quisesse vir com você.
— Ele não quer sair de perto. Se deixássemos, moraria no hospital. A sorte dele é que os professores estão colaborando, senão ele iria ter que repetir o ano.
— Ele é esforçado, logo recupera tudo — falei e Fred assentiu.
Nos arrumamos juntos no meu apartamento. Eu coloquei uma blusa de mangas compridas e gola alta, um short jeans todo rasgado de cintura alta e calcei uma bota. De presente, comprei para ele um tênis que ele comentou superficialmente ter gostado, em uma das poucas conversas amenas que tivemos nas últimas semanas. Sabia que a última coisa que ele faria agora, era se preocupar em comprar sapatos. Estava em frente ao espelho consertando o rabo alto no meu cabelo, quando Fred me abraçou por trás e segurou o celular, tirando foto de nós dois. Na segunda, posamos direito e essa ele postou, na legenda contou que estava comemorando o aniversário com o amor da vida dele, me deixando toda derretida.
Postei a foto no storie, no meu perfil, logo recebendo várias mensagens elogiando a beleza do casal.
Antes de sairmos, Fred encontrou alguns afrodisíacos naturais, além de outros brinquedos eróticos.
— Foi de uma publicidade — expliquei, enquanto ele analisava, depois olhou para mim, presunçoso.
— Posso levar?
— Pode — falei — mas melhor usarmos depois. Quando sairmos da casa dos seus pais.
— É — ele falou, olhando os dois frascos. Um masculino e outro feminino — você tomou isso outro dia?
— Foi, na verdade tomei três — contei, segurando o sorriso — e foi muito gostoso.
— Imaginei — ele pontuou, guardando no bolso e veio até mim, me puxando pela cintura e me olhou, avaliando — agora não quero mais sair.
— Você é muito safado — eu falei, mas nem era uma novidade — e vamos, porque seus pais, familiares e amigos estão esperando.
— Ordenei que Ravi levasse Denise — ele falou, me fazendo rir — Chiara precisa parar. Ela sabe a dor de ser traída.
— Denise e Ravi não estão namorando, amor.
— Mas se ele diz que gosta dela, precisa fazer jus a isso. Depois ela termina e ele fica choramingando atrás, só falta morrer — ele resmungou, fofoqueiro que era, estava sempre a par de tudo.
No caminho, fiquei vendo os comentários da foto de Fred. Vi que Tereza comentou "lindos" e um emoji de coração. Curti o comentário dela e agradeci ao de Jordana.
Quando chegamos, Fred foi recebido calorosamente por todos. Talvez ele precisasse de um momento desses mais feliz e saísse um pouco da dura realidade que enfrentava.
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Minha Louca Tentação
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