os sintomas do amor

18

— está de sacanagem comigo. — acabei soltando uma risada irônica

— não, claro que não. — ele ajeitou a sua postura — assim chegamos mais rápido, e é muito bom andar de bicicleta, fora que, faz bem pra saúde. — ele sorriu orgulhoso

E novamente, o sorriso, que agora era irônico que eu tinha nos lábios, sumiu. Desapareceu em um piscar de olhos. Eu nunca andei de bicicleta e quando fui tentar andar, sofri um acidente o que me deixou com trauma por semanas. Eu não iria andar de bicicleta nem que me pagassem!

Encarei Anthony com a expressão de poucos amigos e logo seu sorriso sumiu também, cruzei os braços e continuei o encarando.

— Anthony. — o chamei — vamos a pé! — insistir

Qual o poblema de andar? Andar faz bem e alonga as pernas. Faz um bem danado! Continuei a encarar Anthony que suspirou e relaxou os ombros abrindo um curto sorriso, o que me fez franzi novamente a testa confusa.

Era como se, á cada sorriso divertido que ele soltava, era um pensamento que, por um momento, eu queria muito saber.

— vem, eu te ensino a andar de bicicleta. — o mesmo estendeu a mão

E logo, meus ombros relaxaram enquanto eu o encarava, e, depois de alguns longos segundos hesitando, eu acabei concordando com a cabeça enquanto esticava minha mão até a sua, onde o mesmo puxou segurando me levando até uma bicicleta cor verde água.

[...]

— AAAAAAA! — gritei arregalando com olhos quando notei que Anthony não estava mais ao meu lado

E assim que olhei para frente, meu corpo congelou vendo que tinha um poste na minha frente, acabei desviando mas não foi o suficiente, a bicicleta começou a perde o controle me fazendo cair.

Acho que estávamos a tarde toda ali com aquela bicicleta, eu já levei tantos tombos que meu joelho, minhas mãos, e meus braços estavam roxos. Fora que, eu me relei umas três vezes.

Acabei me jogando para trás me deitando no meio da rua, e soltei um suspiro pesado e ofegante, eu estava morta de cansada. Logo Anthony apareceu no meu campo de vista e soltou um sorriso todo torto esticando a mão me fazendo segura-la e ele me puxou me levantando.

— quase, se não fosse o poste, você tinha conseguido. — sorriu.

— sério? Você disse isso todas as vezes que eu caí. — falei enquanto limpava minha roupa

— não se preocupa..— o mesmo tocou no meu braço enquanto falava mas logo parou de falar quando soltei um gemido de dor

— aí! Doeu! — franzi a testa virando o braço e logo Anthony fez uma careta

— eita, esse machucado foi feio. — murmurou — vamos, acabou por hoje. — avisou segurando a minha mão enquanto caminhava até a bicicleta

Enquanto ele pegava a minha bolça que estava jogada no chão, acabei vendo nossas mãos estralacadas e logo o encarei, e no momento exato que levantei meu olhar, os nossos olhares se encontraram causando uma troca de olhares irresistível.

Anthony tinha perfeitos traços, principalmente em sua boca, que era avermelhada e formava um sorriso incrível, seus olhos eram castanho, um castanho intrigante em minha visão. Seu cabelo castanho sempre estava bagunçado o que deixava ele, talvez, um pouco mais atraente.

Mas logo desviei o olhar enquanto piscava várias vezes, e logo prendi o ar soltando nossas mãos, o mesmo coçou a garganta e logo esticou a bolça me fazendo segura-la e o mesmo foi em direção da bicicleta.

E, assim que ele foi até ela levantando-a eu acabei sorrindo indo em sua direção.

[...]

— filha? Meu deus! — murmurou mamãe vindo em minha direção — o que houve?!

— ai mãe! — exclamei assim que ela começou a ver os machucados — não foi nada, eu estava...— comecei a falar mas acabei parando o que fez ela me encarar esperando uma resposta — andando de bike.

— o que? — me encarou surpresa

Encarei ela por alguns segundos, e acabei soltando o ar que não sabia que tinha prendido e sorri concordando, na última vez que tentei andar de bicicleta não deu certo, então, acabei desistindo, e, acho que posso dizer que, eu estava recomeçando novamente a minha vida.

— é. Estava, e Anthony estava me ajudando. — sorri e logo sou surprendida por um forte abraço

— que bom! — mamãe sorriu — venha, vamos colocar uns curativos nisso. — avisou enquanto me puxava sorrindo

Pode parecer muito patético, talvez idiota demais, mas, desde que meu pai morreu, eu não tive mais vontade de fazer nada, eu me isolei total. e, está andando de bicicleta e fazendo novos amigos, é um grande passo. A garota que eu era simplesmente sumiu, e por um momento, eu sinto que ela está voltando, aos poucos, mas, está.

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Contínua....