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— vovó...— tentei falar mas ela me interompeu

— escute, por favor. — pediu — sua mãe já é adulta e sabe o que faz, ela tem direito de ser feliz, não é porque ela vai namorar o Adam, que significa que vai esquecer o seu pai. — ela apertou firme a minha mão — sobre vocês irem para Nova York, ela apenas fez isso pensando em você. Pare de ser cabeça dura. — franziu a testa

— por um momento é como se ela estivesse traindo ele, me desculpa, mas, é o meu sentimento! — expliquei e vovó assentiu

— me perdoe, mas...— ela deu uma pausa — seu pai morreu, Shophia. Mas não significa que ela não ame ele, pós ela ainda ama ele, e sempre vai amar. Sabe porque? — ergueu as subrancelhas — porque ele faz parte da uma grande parte da vida da sua mãe, não tem como ela esquecer dele de uma hora para outra.

— prometo pensar nisso. — avisei e ela assentiu sem falar nada

— faça isso. — sorriu sem amostrar os dentes — agora vá, amanhã você tem que acordar cedo.

— não precisava me lembrar disso...— murmurei e ela sorriu triste

•••

será que se eu ficar acordada a madrugada toda a hora se passe mais devagar? Perguntei enquanto caminhava até meu quarda roupa, peguei uma calça moletom preta, um moletom meio cinza e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Era tarde da noite, e todo mundo estava dormindo essa hora, obviamente. Coloquei meu tênis que eu mesmo colorir, e sorri olhando meu reflexo pelo espelho. Mesmo eu sabendo que tenho que está em ótima forma daqui á algumas horas, eu não me importava.

Eu precisava fazer uma última coisa antes de ir embora.

Me inclinei sentando na janela do quarto passando uma perna e depois a outra, e suspirei sorrindo sabendo o que eu estava prestes a fazer. Desci as escadas pulando no último ferro e caminhei até a casa do outro lado da rua, me agachei pegando algumas pedrinhas minúsculas e joguei na janela do garoto. Joguei umas três pedrinhas até vê a luz se acender e logo a janela se abrir.

Observei a cara de sono do garoto e abrir um sorriso amostrando os dentes admirando ele, eu sou apaixonada por esse garoto, e eu nunca tive dúvidas disso. Assim que ele me viu, abriu um sorriso rindo negando com a cabeça e por um momento, quis saber o que passava em sua cabeça. O mesmo fez sinal para eu esperar, e assim eu fiz. Logo ele saiu da janela e vi as luzes se apagar, não demorou muito para ele aparecer de novo, abrir toda a janela e logo se sentar nela, desceu as escadas pulando o último ferro e parou na minha frente sorrindo.

— Oi, gatinho. — sorri e ele riu se aproximando

— Oi, gatinha. — riu segurando minha cintura para mais perto de si — você está muito serelepe, Sofi. — comentou me fazendo gargalhar — é sério. Não deveria está dormindo? — perguntou

— deveria. — assenti — mas, quero fazer isso pela última vez. — avisei e ele fez uma careta

— credo garota. Falando assim até parece que vai morrer! — me repreendeu — escuta...— começou — sobre nós...— ele me encarou

— olha, a gente pode tentar. Não é? — perguntei segurando seus braços

— claro! — falou como se fosse óbvio — o que? Você acha que só porque vai voltar pra Nova York, e provavelmente achar um cara diferente e modinha, eu vou te deixar? — perguntou erguendo uma das sobrancelha e eu rir

— eu não vou te trocar por um "garoto diferente modinha". — neguei segurando seu rosto — Eu te amo. Não te troco por nada.

— Eu também te amo! E não te troco por nada. — sorriu e logo ele me deu um selinho me fazendo sorri — vamos? — perguntou e eu assenti

Anthony passou seu braço por cima do meu ombro e eu coloquei minha cabeça em seu ombro, éramos quase do mesmo tamanho então, não tinha dificuldade nenhuma de andarmos assim. Sinceramente, não sabíamos para onde estávamos indo, era bem nítido isso, mas, a gente não estava se importando com esse fato. O caminho todo foi a gente rindo, conversando, e na maioria do tempo pairava um silêncio confortável. O fato de eu estar indo embora, deixando essa pequena cidade que me fez me sentir viva que, estaria deixando-a daqui á algumas horas, me fazia me perguntar se eu não podia ter feito algo para mudar.

Eu posso fazer algo para mudar ainda? Ou, eu realmente estou indo embora e isso tudo vai ser lembranças do passado? Sai dos meus pensamentos quando paramos de andar, tínhamos chegado no parque que eu sempre vinha. Acabei soltando um sorriso sem amostrar os dentes e Anthony fez o mesmo.

Caminhamos até uma árvore que tinha, e nos sentamos ali. Anthony encostado na árvore, e eu á sua frente. O mesmo soltou um suspiro longo e eu virei meu rosto encarando o lago não muito longe da gente onde os patos ficavam, não demorou muito e voltei a minha atenção para Anthony, e, se tudo isso for fazer parte da minha lembrança, quero que seja uma das melhores.

Me inclinei segurando seu rosto e antes que ele pudesse falar algo, beijei o mesmo que logo retribuiu de imediato, sem pensar, apenas... retribuiu segurando meu rosto também e logo segurei sua nuca o puxando para mais perto. Depois que paramos o beijo, ele sorriu e disse:

— você e seus beijos surpresos. — falou me fazendo sorri

— você me faz querer viver, não sobreviver; existir; viver. você me faz querer viver, Anthony. — admiti e ele me encarou sem palavras o que me faz sorri afundando minha cabeça em seu peito, e logo ele me abraçou e ouvir sua risada feliz.

Assim que amanheceu, fomos embora daqui, passamos quase a madrugada toda juntos, o que foi incrível, não importa o que esteja acontecendo, passar nem que seja minutos com Anthony, torna as coisas muito melhor. Já estávamos no meio do caminho quando o tempo fechou, o céu que estava um azul claro se tornou nuvens cinzas, o que significa que iria chover.

Acho que, o temporal está igual minhas emoções.

— vai chover, será? — perguntou Anthony olhando para o céu

— não sei...— murmurei olhando também

Não demorou muito e logo chegamos em frente a minha casa, fiquei em sua frente e soltei um sorriso triste para o mesmo que não sei esforçou para sorri de volta. Eu apenas o encarei enquanto segurava sua mão que ainda estavam estralacadas desde que saímos do parque. Anthony me observava detalhadamente, e eu fazia a mesma coisa, tanto eu quanto ele, não queria se despedir. e antes que pudéssemos falar ou fazer algo, eu quase me joguei para o mesmo abraçando ele forte.

— eu odeio despedidas, então, por favor. Não me faça chorar. — sussurei e logo ele assentiu retribuindo o abraço apertado

— eu não queria que você fosse. — murmurou e eu fechei meus olhos — prometo te ligar todo dia. — falou quando me separei dele

— Shophia? — ouvir uma voz atrás de mim

Merda.

os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora