os sintomas do amor

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— é o meu pai. — ouvir uma voz atrás de mim e eu me virei vendo Zoe encarar a foto onde tinha a família toda reunida

— Desculpa, eu estava apenas vendo as fotos. — falei dando um passo para trás e ela riu dando de ombro

— tudo bem. — sorriu e voltou a encarar a foto — meu pai trabalha fora, sempre está viajando pelos lugares. — comentou — antes de você chegar aqui, ele ficou doente. O que significa que, ele não vem nos vê esse mês. — disse por fim me encarando

— entendi.. — falei baixo concordando com a cabeça

— ele trabalha muito e as vezes deixa de vim em datas especiais, as vezes vem uma vez por mês, ou, no final do ano. — continuo — enfim, não veio falar de mim, né? — sorriu e me puxou para o seu quarto que estava ao lado — pode ficar avontade.

— obrigada, não quero atrapalhar. — murmurei me sentando na sua cama

— e então?

Será que é uma boa eu me abrir para Zoe? Ela é incrível e uma amiga muito  companheira, mas, algo aqui dentro de mim me impedia de contar o que estava acontecendo, Porque, eu não queria encomodar ela com meus problemas.

— queria saber se você gostaria de ir no parque comigo. — menti e a vejo sorrir concordando

— claro! — sorriu se levantando

[...]

— como foi o encontro? — perguntou

— você não vai acreditar! — me animei me virando para ela

Agora estávamos no parque enquanto tomavamos sorvete, hoje era sábado então não tinha aula, poderíamos ficar aqui a hora que a gente quisesse. Me encostei na árvore e encarei Zoe sorrindo que deu uma colherada em seu sorvete.

— a gente acabou se beijando enquanto tomavamos banho de chuvas — comentei e vi ela virar seu rosto lentamente enquanto seus olhos se arregalaram me fazendo gargalhar

— mentiraaaa!! — sorriu — meu deus! — bateu palminhas animada — cara, eu shippo.

Acabei rindo e logo ela se virou para mim de novo e me encarou por alguns segundos me fazendo encara-la confusa enquanto dei uma colherada no meu sorvete

— o quê? — perguntei com a boca cheia

— você não foi la em casa para me chamar pra virmos aqui tomar sorvete enquanto falávamos do mundo alheio, né? — me encarou — se você não quiser desabafar, tudo bem.

— não queria te encomodar com meus problemas. — comentei deixando meu sorvete de lado

— que isso, Sofi. — me encarou incrédula — pode desabafar comigo quando quiser. — ela tocou meu ombro — pode contar comigo, pra tudo. Sério! Não hesite!

Acabei sorrindo e concordei com a cabeça e agradeci ela logo em seguida, e voltamos a tomar nosso sorvete. Eu precisava muito sair para esquecer os meus problemas, eu sei que, isso não é um problema tão grande. Mas, era uma coisa que eu evitava o máximo bater de frente. Eu não suportava, não entrava na minha cabeça Adam e minha mãe juntos. Era como se fosse muita informação pra minha cabeça. Eu confesso que, eu ainda não aceitei a morte do meu pai...

Fiquei ali com Zoe até dar a hora do almoço, acabou que fomos para um restaurante qualquer e almoçamos ali mesmo. Depois voltamos para casa de Zoe onde ficamos assistindo junto com Lorena – que tinha ido na farmácia e quando chegamos em casa ela já estava lá. – e ficamos assistindo ate eu ver a hora e me despedir delas. Passei praticamente a tarde toda com Zoe e Lorena. E confesso, foi muito bom!

Assim que cheguei na calçada da minha casa, bufei abaixando os meus ombros, tenho mesmo que voltar para casa? Perguntei a minha mesma enquanto andava em passos lentos, quase parando. Eu estava tentando demorar um pouco à mais para não entrar dentro de casa.

— Shophia! — ouvir alguém me chamar me fazendo virar e ver Anthony do outro lado da calçada

— Anthony? Oi! — acenei e atravessei a rua ficando na sua frente

— Oi! — sorriu e soltou um suspiro — eu te mandei mensagem, você não respondeu, fiquei preucupado. — comentou e eu levantei rapidamente as subrancelhas

— ahh! Desculpa, passei a tarde com Zoe e Lorena. — sorri e ele concordou rindo

— nossa! Fico muito feliz por você. — sorriu — ha...— ele murmurou me olhando — sua avó esteve aqui.. — avisou e eu rapidamente o encarei

— o quê?! — arregalei os olhos

— é. — concordou — ela perguntou se você estava aqui, e se eu te vi hoje. — me encarou — ela parecia preucupada. — avisou e eu passei a mão no rosto — tudo bem?

— sim...quer dizer, não. — balançei a cabeça enquanto franzi a testa

E antes que pudesse falar mais alguma coisa, Anthony me envolveu em um abraço apertado me fazendo retribuir de imediato. Era incrível como ele não sabia o que estava acontecendo, mas, me ajudava do jeitinho dele. Era uma das coisas que eu mais adorava nele.

— obrigada... — agradeci assim que me separei dele

— qualquer coisa, é só vim aqui em casa. — sorriu bagunçando meu cabelo me fazendo gargalhar concordando — sério, até de madrugada.

— tá certo, e olha que eu venho. — alertei e ele concordou — bom, eu vou indo. Acho que fiquei fora de casa por tempo demais. — rir e acenei para Anthony

Atravessei a rua, entrei dentro de casa e assim que fechei a porta e me virei, vi mamãe se levantar rápido do sofá vindo até mim com uma expressão nada boa, e logo vovó saiu da cozinha com uma colher de pau e me encarou. Tirei meus tênis colocando eles de lado e voltei a encarar a minha mãe que estava de braços cruzados, agora é a hora da bronca.

— Shophia! Onde você estava?! — perguntou — porque falou aquilo para o Adam? Ele ficou magoado!

— eu falei a verdade! — debati — ele fica forçando ser uma pessoa que ele não é! — a encarei

— não tinha esse direito. — negou — amanhã ele vai vim aqui, e você irá pedir desculpas para ele. — avisou e eu a encarei incrédula

Eu falo verdades e ainda tenho que me desculpar? Essa é boa.

— Shophia, sua mãe tem razão. — murmurou vovó me encarando — deveria pegar mais leve com ele, ele está tentando se aproximar de você. Criar um laço. — comentou

— esse é o problema, não quero criar laço com ele. E nem me aproximar dele. — avisei — por que tenho que fazer isso? Vocês falam isso como se ele fosse ser meu padrasto. — ironizei e antes que ouvisse alguma resposta sai dali as pressas

Eu sabia, só me recuso a acreditar.