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Meus pensamentos estavam longe enquanto eu pintava um quadro, eu estava pensando no meu pai, em Anthony, em tudo o que estava acontecendo. Que no começo eu odiava querer vim para cá, mas, depois tudo isso mudou. Estou me adaptando, e já adoro esse lugar!

Hoje não tinha aula pós é domingo, Estou no final do desenho, é meio que um casal ligados pelo universo e ao redor tem estrelas. ( Foto na mídia ) assim que passei o pincel no quadro dando o último retoque, mamãe apareceu na garagem com um curto sorriso.

— filha? — me chamou me fazendo olha-la e sorri meio termo

— Oi! — sorri me virando — pensei que estivesse fora. — comentei e ela rir fraco

— na verdade, eu vou sair com o Adam. — falou me fazendo soltar o pincel colocando de lado — vamos passar a tarde juntos. Vai ser bom, eu estou estressada esses dias. — comentou dando de ombro — tudo bem, pra você? — perguntou

Eu iria falar que tem problema sim, mas, no fundo, eu sabia que ela precisava passar o dia fora para esfriar a cabeça. Mas ao mesmo tempo eu não queria que fosse logo com o Adam. No fim, acabei forçando um sorriso indo em sua direção.

— não, claro que não. — abracei a mesma que retribuiu mas eu levantei a cabeça ainda abraçando ela — vocês estão juntos? — encarei ela e vejo ela prender o ar me encarando sem reação

Dei dois passos para trás enquanto esperava uma resposta, e logo observo ela suspirar lentamente enquanto me encarava. Eu já sabia da resposta, apenas não tinha certeza. E por um momento, eu torci para que não fosse um "sim". Sinto que no meu olhar, eu súplicava para ela dizer algo como: "claro que não, somos apenas amigos." E que, eles realmente sejam APENAS amigos. Mas, eu não recebi essa resposta.

— querida...— começou — você sabe que o Adam esteve junto da gente desde o começo, não sabe? Ele nos ajudou muito, e sempre estava ao nosso lado. — explicou cuidadosamente enquanto me olhava atentamente

Eu sabia, eu já sabia qual era a resposta e isso dói dentro de mim. E sem eu perceber, meus olhos estavam lagremejando e vejo a mulher a minha frente engoli seco.

— filha...— ela tentou se aproximar mas eu dei um passo para trás

— vai, pode dizer. — passei a mão no olho evitando que as lágrimas caíssem

— é. — balançou a cabeça — estamos namorando, não queriamos te contar por qu...— a interompi

— ah! Claro! — rir sem humor — vocês tem pena de mim! — falei curta e grossa e vejo mamãe me olhar

— querida, se importamos com você. — e novamente ela tentou vim em minha direção mas eu desviei — não contamos pra você porque estávamos com medo da sua reação, você não superou por completo a morte do seu pai. — explicou

— não! Para! — apertei fortes os olhos

— Shophia, me perdoe, mas...— ouvir seus passos em minha direção — Sofi, ele morreu.

E ali, naquele exato momento, tudo parou. Eu não estava ouvindo mais nada, eu estava imóvel, meu corpo estava paralisado enquanto a pequena frase, rodava em minha cabeça. "Ele está morto." E quando vi, lágrimas estavam escorrendo sem controle algum.

— não...— sussurei — não, para por favor. — implorei dando um passo para trás quando a vi chegando perto — não tinha esse direito, não tinha. — neguei

Eu sempre soube que talvez, futuramente minha mãe iria achar uma pessoa que lhe faz feliz igual o meu pai fazia, ou talvez não, que, talvez minha mãe não achasse ninguém ao nível do meu pai e que não iria mais se relacionar. E eu confesso, que, estava esperando pela segunda opção. Que ela não iria achar ninguém, e que seria apenas nos duas, era o que eu estava esperando que acontecesse. Mas apareceu o Adam e eu comecei a me perguntar se iria ser apenas eu e a minha mãe, depois eles ficaram muito próximos desde o acontecimento do meu pai e eu conseguir notar que tinha algo a mais do que "amizade" entre eles.

Não entrava na minha cabeça que minha mãe estava apaixonada por outra pessoa á não ser o meu pai, o marido dela! Sim, eu posso está sento totalmente egoísta em pensar assim, mas, isso era a única coisa que não entrava na minha cabeça, que minha mãe estava amando outro cara.

Passei a mão no rosto tentando conter as lágrimas mas foi tudo em vão, não adiantou nada, as lágrimas caíam desesperadamente sem parar. Meu coração estava acelerado e era como se eu tivesse recebido uma facada no peito, eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar, eu apenas queria sumir.

— Shophia, por favor!! — minha mãe implorou de novo

Mas eu balancei a cabeça negando no intuito para que ela parasse de falar, eu precisava de um tempo para entender tudo isso, mesmo que eu tenha desconfiado deles, eu me recusava a acreditar que eles estavam juntos. Mesmo que a resposta esteja bem debaixo do meu nariz.

— como você pôde? — minha pergunta saiu baixa — como pôde trair seu marido?! — ergui meu olhar para a mesma que estava com os olhos vermelhos e sua mão que estava  trêmula

— Sofi...—

— você me trata como uma criança desde que ele....— hesitei ajeitando um pouco a postura — desde que ele...— engolir um seco

— Shophia, pelo amor de deus! Me ouve! — ela deu um passo deixando sua postura firme

Mesmo eu querendo toda a razão do mundo, tenho consciência de que eu não estou 100% certa de tudo, e foi nesse momento que eu percebi que ela iria me da o maior sermão. Suspirei soltando o ar pela boca enquanto tombei a cabeça um pouco para trás e passei a mão pela testa, meu rosto estava todo molhado por conta das lágrimas e eu soluçava enquanto tentava respirar por conta do meu nariz entupido por conta do choro .

— eu não quero ouvir, por favor. — implorei choramingando e ouvir minha mãe bufar sem paciência

— Shophia, seu pai morreu! Ele se foi naquele acidente, entenda! — falou de uma vez me fazendo cambaleia para trás

os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora