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Encarei Anthony ainda chorando e ele segurou meu rosto com suas duas mãos enquanto me encarava esperando uma resposta, funguei pela terceira vez encarando Anthony e tentei parar de chorar, suspirei soltando o ar pela boca e começei a mexer meus dedos

— eu não consigo falar isso — confessei ainda mexendo nos meus dedos

— a moto do meu pai está aí, se quiser, a gente pode ir pra longe. — avisou e eu o encarei

— mesmo? — perguntei e ele assentiu

— claro, vamos? — perguntou levantando e logo estendeu a mão

Segurei sua mão me levantando e ele sorriu passando o braço pelo meu ombro, caminhamos até a sua casa e assim que eu fechei a porta atrás de mim me virando, observei a sala e acabei sorrindo de lado, passei o meu olhar pela escada que era ao lado da parede da cozinha – igual a casa da minha avó, pós todas as casas eram iguais. O que mudava era a decoração. – a casa era bem aconchegante, logo uma mulher de cabelos longos preto apareceu na sala, a mesma mulher do primeiro dia que eu cheguei aqui.

Ela sorriu vindo em minha direção enquanto enxhugava sua mão no pano de prato e estendeu sua mão me fazendo aperta-la logo em seguida enquanto sorria fraco, eu infelizmente, não estava no meu melhor dia para soltar um dos meus melhores sorrisos.

— Oi! Shophia. — sorriu — quanto tempo, sua avó e sua mãe está melhor? — perguntou e eu assentir

— mãe, onde está a chave da moto? — perguntou Anthony se afastando de mim indo até um pequeno quadro que tinha ao lado da porta e tinha algumas chaves pendurada

— deve está por aí, se não estiver aí, está no seu quarto. — respondeu ela com a mão no queixo — aquela moto é mais sua do que a do seu pai. — comentou rindo

— certo. — respondeu Anthony — eu ja volto, tá? — falou me olhando e eu assenti sem dizer uma palavra

Logo Anthony subiu as escadas correndo e eu fiquei sozinha com a sua mãe, ela era gentil, sorridente, e semelhante ao Anthony, o que mudava era um pouco a cor do cabelo, que era totalmente preto e o cabelo de Anthony era um pouco indo para o castanho. Talvez o cabelo, ele tenha puxado ao pai.

A sua mãe me encarou por alguns segundos e logo franziu um pouco a testa confusa tocando no meu ombro com um olhar preucupado, acho que é bem nítido que eu tenha chorado. Sentia meus olhos pesados por conta do choro.

— querida, houve alguma coisa? — perguntou e eu prendi o choro

— hm...— murmurei — não, obrigada pela preocupação. — toquei em sua mão

— querida, eu sou mãe. — ele riu fraco — sei quando acontece alguma coisa, mas, vou respeitar e qualquer coisa, saiba que pode contar comigo, ok? — ergueu as subrancelhas e eu sorri fraco concordando

— obrigada, de verdade. — sorri fraco, mas um sorriso verdadeiro — Anthony tem sorte de ter uma mãe como a senhora. — admitir e ela sorriu

— Anthony tem sorte de ter você na vida dele. — confessou me deixando sem palavras

Antes que pudéssemos falar algo, Anthony desceu correndo as escadas e parou ao meu lado, notei que ele segurava as chaves e um moletom preto, o mesmo me encarou e logo encarou sua mãe.

— mãe, a gente vai...— foi interompida

— ok, ok. — concordou antes mesmo que Anthony explicasse — ela precisa de você, cuide dela! — avisou e logo saiu dali me fazendo rir fraco e Anthony me encarou

— vamos. — ele segurou minha mão e saímos dali

[...]

Aqui estávamos, no campo, estava perto de anoitecer e sol estava sumindo por trás daquelas distantes montanhas, estavamos deitados na grama, Anthony me abraçava enquanto eu estava deitada com a cabeça apoiada em seu peito. Estávamos assim á longos minutos desde que chegamos aqui. Ninguém sem falar nada, acho que, não tinha o que falar. A não ser eu contar tudo o que vai acontecer.

Eu ainda não estava acreditando no que estava acontecendo e so de pensar nisso, meus olhos lagremejavam e meu coração acelerava, mas agora, era de ansiedade. Suspirei me aconchegando no abraço de Anthony, que me apertou mais para si. E eu acabei sorrindo de lado.

Uma parte minha não quer dizer a verdade, e outra parte, precisa, necessita falar a verdade, afinal, eu vou me mudar daqui á dois dias. Ele saberia de um jeito, ou de outro, e eu não quero mentir pra ele. Se eu esconder, vai doer mais, muito mais. Era como se...eu estivesse perdendo outra pessoa importante da minha vida, de novo! E isso fazia meu coração se quebrar em vários pedacinhos que, são impossíveis de colar.

Me levantei cruzando minhas pernas me sentando igual índio, e Anthony me encarou por alguns segundos e logo se apoiou no seu cutuvelo ficando metade sentado, e metade deitado. Encarei ele enquanto mexia meus dedos sem parar, e percebi que ele se encomodou com o meu ato pós segurou minhas mãos enquanto fazia carinho nas costas delas.

— eu preciso te falar uma coisa. — minha voz quase não saiu, mas ele ouviu pós concordou com a cabeça e eu mordi meu lábio inferior desviando o olhar para as nossas mãos

Eu sentia meu coração a mil, como se, a qualquer momento, ele fosse explodir no meu peito, minhas mãos suavam e eu sentia minha respiração desregulada, eu estava quase tendo uma crise – se é que eu já não estou tendo – e eu só sentir isso, uma vez, que foi quando meu pai se foi. E eu não estou preparada para sentir isso de novo.

— eu, eu vou me mudar, Tony. — falei de uma vez fazendo ele de imediato, parar de fazer carinho na minha mão.

Não, não, não. Por favor, por favor Tony. Não me abandona agora. Supliquei na minha mente enquanto via o semblante de Anthony mudar.

os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora