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Dia seguinte.

Parei de andar colocando minhas mãos para frente do meu corpo, e juntei os meus pés, eu estava nervosa. Encarei a casa à minha frente e soltei o ar pela boca, isso era uma despedida, e eu odeio despedida.

Era o dia seguinte e eu estava na frente da casa de Zoe para dizer tudo a ela, afinal, eu estou indo embora amanhã, isso não é algo que se diga por mensagem, ou, no dia em que eu for me mudar. Zoe fez grande parte da minha vida, tanto ela, quanto a Lorena também. As duas foram incríveis comigo e eu definitivamente não estou pronta para dar um tchau e sair daqui como se nada tivesse acontecido.

Em relação a mim e minha mãe, não estamos nos falando, eu meio que, estou ignorando ela, e ela compreendeu minha decisão, quanto a minha avó, é tão nítido que ela está arrasada com tudo isso, e logo ela que sempre está sorrindo, não está mais. Quanto a mim e Anthony, ainda vamos resolver sobre isso, com cuidado, o mesmo disse que não iria me abandonar e que iríamos tentar talvez, quem sabe, um relacionamento a distância. E que, nos finais de semana eu iria vim visitá-lo, ou, ele ir me visitar.

Derrepente tudo virou de cabeça para baixo...

Dei os passos necessário para ficar frente à frente com a porta, e logo toquei a Campainha, não demorou muito e a própria Zoe abriu a porta e assim que me viu, abriu aquele mesmo sorriso que ela sempre da quando me vê, lembro que é o mesmo sorriso que ela soltou quando a gente se viu pela primeira vez.

E como se em um piscar de olhos, flashbacks apareceram na minha cabeça, quando Zoe falou comigo pela primeira vez, quando saímos para o parque, ou, quando compramos a pulseira juntas. Tantos momentos nossos, que, eu quero levar para sempre. Com esse pensamento eu acabei sorrindo sem amostrar os dentes, logo ela me encarou confusa e me puxou para dentro fechando a porta.

Pode não parecer um fim do mundo, mas, para mim, é a pior coisa que está acontecendo. Entendo que podemos nos falar por celular mas, pra mim é pior que isso.

— Shophia? Tudo bem? — perguntou fechando a porta atrás dela

— na verdade, não. — confessei e logo Lorena apareceu na sala segurando alguns insensos e velas, o que me fez sorri a observando

Lorena usava uma calça jeans clara, uma blusa branca com um desenho meio Indie, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, e ela usava um brinco de pirulito grande e tinha uma bandana pendurada no lugar do cinto da calça. Infim, Lorena.

— Oi! — sorriu vindo até mim — tudo bom? — ergueu as subrancelhas — quer meditar comigo? — perguntou sorrindo mas Zoe a interrompeu

— não, ela não quer. Ela veio falar alguma coisa. Mas você interrompeu! — exclamou Zoe curiosa e Lorena me encarou

— eu notei, ela está com uma energia estranha. — murmurou e colocou as coisas na mesa — o que houve, meu bem? — perguntou se sentando no sofá enquanto me guiava para se sentar ao seu lado

— olha, eu vou ser curta e grossa. — avisei e ambas concordaram — acho melhor contar logo, porque, de uma hora ou outra, vocês iriam saber. — avisei

— sim, sim. Vá! Conte logo! — apressou Zoe gesticulando com a mão

— cala boca! Deixa ela falar! — reeprendeu Lorena arregalando os olhos

— eu vou voltar para Nova York amanhã! — falei de uma vez fazendo ambas me olharem chocadas — meninas, a história é longa. Mas, esse é o ponto mais importante. — avisei

— o quê?! — ambas falaram juntas — sofi...— a voz de Zoe quase não saiu

— santa mãe, por isso que sentir um pressentimento ruim. — murmurou Lorena se encostando no sofá — eu tô passada. — colocou a mão na boca

— Sofi, sério? — perguntou Zoe se agachando a minha frente

Ela estava mais chocada do que eu.

— sério, desculpa, eu não quero ir, mas...eu tenho que ir. — falei e ela concordou

— eu sei o quanto isso está sendo difícil pra você, mas, eu estou aqui tá?! — ergueu as subrancelhas — continuaremos amigas dependendo da situação, se alguma coisa acontecer, eu estarei aqui. Continuaremos a nós falar, mas, por celular. — sorriu fraco segurando a minha mão

— concordo com a Zoe. — concordou Lorena — aliás, e o Anthony? — perguntou

— ele já sabe? — perguntou Zoe

— sim, já sabe. — assenti — eu tô com medo! — admitir fazendo uma careta e logo as meninas me abraçaram

E eu sinto que eu precisava desse abraço, eu necessitava dele. Muito! E com isso, eu acabei sorrindo retribuindo o abraço delas, eu sei que, pode parecer muito exagerado da minha parte, mas, eu nunca sei como reagir com mudanças, principalmente quando as coisas estavam ótimas na minha vida, duas notícias me abalaram COM TUDO. Foram literalmente duas notícias de uma vez, foi como tivessem disparados duas balas ao mesmo tempo no meu peito.

Quando meu pai morreu, eu perdi o meu chão, perdi vontade de fazer coisas simples e principalmente, perdi a vontade de pintar, eu me isolei total e de uma vez, eu não soube lidar com o que tinha acontecido, e me isolar foi o único jeito que eu conseguir lidar com isso. Antes eu não queria vim pra cá, justamente porque eu estava saindo de Nova York, pra mim era como se, eu estivesse perdendo mais uma coisa. Mas depois que eu cheguei aqui, conheci Anthony e as meninas, as pessoas e a cidade, eu mudei de ideia sobre tudo. Aqui é o meu lugar, e eu não quero sair daqui.

A sensação é igual mas agora é mais difícil, porque em Nova York, eu só tinha Nova York e as lembranças, agora, eu tenho mais do que lembranças, eu tenho pessoas incríveis e que eu quero levar pra minha vida toda. Antes eu não queria sair de Nova York, porque foi a última vez onde vi meu pai, apenas. Agora é bem diferente em questão a tudo.

os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora