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Virei meu rosto e vi minha mãe que me encarava segurando sua mala ao lado do seu corpo e encarei minha avó que me encarava com uma expressão de: um dia ela iria descobrir. Até que, isso não é nada de mais eu só pulo a minha janela para sair com Anthony por aí. Eu só pulava a janela por que não queria acordar o pessoal da casa.

— Já está acordada? Que horas saiu? — perguntou e eu dei de ombro — ah...se despedindo. — murmurou olhando para Anthony que acenou com a cabeça e eu apenas desviei o olhar para o chão

Antes que pudesse falar algo, o carro de Adam para na calçada e ele abaixa o vidro sorrindo, logo desliga o carro e sai dele vindo até a gente, comprimentou minha mãe com um selinho rápido e logo acenou com a cabeça para minha avó que sorriu sem amostrar os dentes. Logo ele olhou em minha direção e deu um pequeno aceno para Anthony que acenou com a cabeça de volta. Enquanto a mim, apenas me virei para Anthony novamente e o encarei por longos segundos.

É agora.

— eu...— engolir seco — eu preciso ir. — falei baixo e ele apenas assentiu

— tchau, então. — tentou sorrir mas seus lábios se curvaram em um sorriso de poucos segundos

Eu apenas o abracei de novo, um abraço que, eu nunca quis dar em toda a minha vida, principalmente a ele. Assim que separamos o abraço, virei meu rosto de novo em direção a minha mãe que agora, estava colocando as malas no porta malas do carro e minha avó apenas observava tudo, enquanto a Adam, vi ele carregando minha bagagem.

— sem despedidas. — pedi enxugando uma lágrima que caiu, mas na verdade, eu estava falando isso para mim mesma.

— sem despedidas. — repetiu Anthony concordando com a cabeça mas logo ele segurou meu rosto e juntou nossos lábios

assim que separamos os lábios eu acabei soltando um sorriso de lado. E por um pequeno momento, sentir uma calmaria. O que me fez agradecer mentalmente por ele ter me beijado.

— Shophia? Vamos! — chamou minha mãe entrando no carro e eu suspirei

— tchau. — acenei e nem ao menos esperei ele dizer algo, eu apenas corri em direção ao carro mas parei quando minha avó apareceu na frente

— não se preucupe, as coisas iram se acerta. — ela segurou meu ombro e soltou um sorriso sem amostrar os dentes

— espero vovó, eu espero. — beijei sua testa e abrir a porta do carro, fiquei de joelhos no banco e me virei encarando Anthony e observei ele passar a mão na testa e soltar um suspiro. — tchau meu amor...— sussurei

Assim que perdi Anthony de vista, me sentei direito no banco de trás e peguei meu celular mandando mensagem para Zoe e Lorena, fiquei bem triste por elas não terem ido se despedir, por um parte eu gostei porque assim evitaria chorar, mas por outro lado, fiquei mal. Pra ser bem sincera, eu não tinha palavras exatas para decifrar meus sentimentos, era como se, a ficha fosse caindo aos poucos, nem eu estava acreditando no que estava acontecendo.

O caminho todo foi um silêncio naquele carro, pelo menos, de minha parte. Adam e minha mãe uma ou outra vez conversavam, pra evitar contato com eles, coloquei meu fone de ouvido e botei uma música qualquer da minha playlist, enquanto ouvia música observei a estrada, e confesso que acabei dormindo na metade da viagem, o que foi até bom pós não precisaria falar nada com eles.

[...]

— chegamos! — avisou mamãe alegre abrindo a porta do carro assim que ele parou

— Shophia? Chegamos. — Adam virou seu rosto para mim — adivinha? É no mesmo bairro em que você morava. — comentou e eu fiquei seria

No mesmo bairro em que eu morava, nem conheci o local mas, eu já odiei pelo simples fato de que era onde eu morava, Lívia mora aqui perto, e eu não estou afim de esbarrar com ela por aí, Não mesmo. Confesso que estou sendo egoísta e idiota por está agindo assim, mas, eu queria que pelo menos uma vez na vida, minha mãe me entendesse e me compreendesse.

hm. — murmurei pegando minha mochila que estava no canto do banco e abrir a porta saindo do carro e assim que me virei vendo o prédio, eu prendi o ar.

— e então? O que achou? — perguntou mamãe sorrindo para mim

Encarei ela e logo voltei a minha atenção novamente para o prédio, o que eu digo? O que eu penso? Deveria sorri e fingir que nada aconteceu? Que não me apeguei a cidade da minha avó, que não me apeguei as meninas, e que não me apaixonei? Eu fiz isso quando sai de Nova York, e essa nova eu, não vai fazer isso de novo.

— não é ruim. — resmunguei puxando minha mala

Realmente, não era ruim, pelo menos, não por fora. Entramos no prédio e caminhamos para o elevador entrando nele logo em seguida, Adam apertou o botão e assim que chegou no nosso andar, mamãe caminhou até a sétima porta do corredor abrindo ela e logo sorriu animada para mim. E foi nesse momento que, eu percebi que estou sendo dura demais com ela.

Assim que ela abriu a porta dando espaço para eu passar, quando eu entrei, soltei um suspiro observando todo o apartamento, já estava tudo instalado, e o apartamento era quase todo branco, com alguns tons beje que deixa o local mais simples, mas, bonito.

— e então? — perguntou Adam colocando as malas de lado — gostou?

Demorei um pouco para responder mas a resposta logo veio.

— talvez. — dei de ombro pegando minha mala e indo para um dos quartos que, seria meu.

Assim que entrei no meu novo quarto, observei ele, cada detalhe. As paredes brancas, uma cama no meio do quarto com um tapete cor clara, um quarda roupa branco, uma mesa de madeira no canto, e uma pequena janela. Me aproximei da janela e fiquei mal por não ter a visão da casa do garoto do outro lado da rua. A visão era de alguns prédios, que concerteza ficaria lindo à noite. Olhei para baixo e de imediato recuei para dentro quando vi a altura que estávamos.

É...eu não vou mais pular da janela para chamar ele para saímos de madrugada.... Me virei olhando de novo o quarto, suspirei soltando a minha mochila no chão e abracei meus braços, como se, de alguma forma, isso fosse me protejer de qualquer outra coisa.

os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora