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A dor de perder o grande amor da sua vida é inexplicável, e Philippe Coutinho estava a sentindo, além de também acusar a si mesmo como o culpado pelo acidente de carro que sofreu com a mulher, Ainê Coutinho, onde esta acabou perdendo a vida...
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Olho curioso para a flor branca, colocando a minha ao lado e as deixando encostadas na placa com o nome de Ainê.
— Quem veio te visitar? — Pergunto, agachado na grama.
Costumava ir ali sempre. Achava importante a atualizar sobre como estava indo a gravidez de Raphaelle, até porque foi Ainê quem teve a ideia e estava muito empolgada, antes de tudo acontecer. Ela não me escutava, obviamente, mas eu gostava de fazer aquilo.
— A Rapha está linda de barrigão, você ficaria toda boba vendo. — Sorrio de leve. — Acertamos em cheio quando a escolhemos, ela vem se saindo muito bem e vive preocupada sobre estar fazendo direito, mas eu garanto que está.
Faço uma pausa, mordendo um pouco o lábio e segurando um sorriso bobo que queria aparecer em meus lábios, ao me lembrar da recente descoberta.
— Nosso bebê é um menino. — Conto. — Fizemos bastante planos para termos um casalzinho, lembra? O garotinho nós conseguimos. — Murmuro.
Suspiro fundo e passo as mãos no rosto, tentando não chorar daquela vez.
— Estou muito feliz. — Digo. — Com o bebê, como estamos indo... mas eu ainda sinto saudades de você. Muitas saudades. — Falo com a voz embargada. — Eu te amo muito.
Jogo um beijo e me levanto, saindo dali.
* semanas depois
Tiro as mãos do rosto de Raphaelle e observo ela abrir os olhos, sorrindo abertamente ao ver o quarto do bebê já pronto. Ela me ajudou com aquilo, até porque era muito melhor naquela parte de decoração do que eu.
— Você gostou? Está bom? — Pergunto rápido, enquanto ela andava pelo cômodo, olhando ao redor. — Acha que ele vai gostar?
Raphaelle riu, se virando para mim.
— Vamos com calma. — Pediu. — Está ótimo e eu amei! Tenho certeza que o bebê também vai gostar. — Disse a última parte rindo.
As cores escolhidas foram cinza, azul e branco. Depois de todos os móveis estarem em seus devidos lugares, o cômodo ficou bem aconchegante, e eu não via a hora de ver o meu filho deitadinho em seu berço.
Raphaelle agora estava sentada na poltrona presente no quarto, alisando a barriga carinhosamente. A olhando daquele jeito, já conseguia imaginar ela com o bebê nos braços, ninando o mesmo. A imagem formada em minha mente me fazia sorrir.
— Já está até com cheirinho de bebê. — Ela comentou.
— Sim. — Sorrio animado e me aproximo, me agachando próximo a ela também fazendo carinho em sua barriga. — Está ansiosa?
— Muito. — Respondeu e riu baixo. Levanto a cabeça para a mesma, que já me olhava. — Estou adorando toda essa experiência com ele ainda na barriga, mas estou ansiosa para poder ver o rostinho e segurar no colo.
— Também estou. — Digo. — Você acha que ele vai ser parecido comigo ou com a Ainê?
Como tudo havia sido feito por meio da fertilização in vitro, eu estava ansioso para ver se o meu bebê viria com muitos traços de Ainê. Seria lindo e eu teria um pedacinho dela comigo.
— Tomara que com ela, porque você é feio. — Disse e eu a olhei com tédio, arrancando uma risada da mesma.
— A sua dinda é uma chata. — Sussurro para a barriga.
— Philippe, não fala mal de mim pra ele! — Raphaelle reclamou e eu ri.
Deixo um beijo em sua barriga e me levanto, dando um também em sua bochecha.
— Vamos comer?
— Hummm, podemos pedir lanche?! — Perguntou animada e eu segurei em sua mão, a ajudando levantar. — Estou com desejo.
— Você está abusando dessa coisa de desejo. — Digo. — Todo dia é um diferente.
— Vai negar um lanche pro seu filho?!
— Eu podia, porque vocês não podem comer essas coisas, mas hoje eu deixo. — Falo e ela sorri abertamente.
— Vencemos, Joseval. — Disse para a barriga e eu ri.
— O nome dele não é Joseval, Raphaelle!
Ela ignorou, continuando a conversar com o bebê e saindo do quarto na minha frente. Sorrio e nego com a cabeça, a seguindo e fechando a porta do cômodo depois de ter dado uma última olhada nele.
