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— Meu bê, o que você está tentando me dizer?!

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Meu bê, o que você está tentando me dizer?!

A voz de Philippe soou em um tom desesperado. Eu chorava como nunca antes havia o feito em toda minha vida e aquilo, junto aos soluços, dificultava que eu conseguisse formar uma frase se quer para tentar explicar o que estava acontecendo.

Minha cabeça não sabia o que pensar e nem no que eu poderia fazer depois de Enrique ter me negado como se eu fosse uma completa desconhecida na vida dele.

— Que eu tentei. — Digo com dificuldade. — E eu sei que eu disse que não deixaria isso me abalar novamente e estragar tudo, mas não dá, Philippe.

Raphaelle, do que está falando?

— Não queria tomar o lugar dela. — Choro mais.

Bebê, por favor, me diz onde você está. — Pediu preocupado. — Eu vou te encontrar e aí nós conversamos com mais calma, pode ser? Onde você está?

— O Enrique tá na casa da Inês. — Conto e solto um soluço, desligando a ligação em seguida e afundando o meu rosto em minhas mãos.

*

Tento ligar para Raphaelle novamente, mas nada dela me atender

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Tento ligar para Raphaelle novamente, mas nada dela me atender. Minha cabeça estava zonza diante de tantas coisas sem nexo que a minha namorada havia dito minutos atrás e eu tentava entender o que estava acontecendo.

A pergunta que mais tomava a minha mente naquele momento era: o que o Enrique estava fazendo com a Inês?

Philippe
[áudio]
Meu bê, estou indo buscar o Enrique. Me espera em casa para conversarmos, por favor, estou preocupado com você. Eu te amo muito.

[...]

Estranho estar naquela casa novamente. Após a morte da Ainê eu nunca mais havia aparecido ali, já que tudo me lembrava ela e ainda me sentia culpado pelo acidente. E depois que eu comecei a me relacionar com Raphaelle, passei a não ser bem vindo.

Ao invés de tocar a campainha, esmurro a porta como se quisesse a derrubar e espero que alguém me atenda, o que não demorou.

— Raphaelle, eu já falei que...

— Olá, dona Inês. — A interrompo sério e me aproximo dela. — A senhora vai me entregar o meu filho ou eu vou ter que chamar a polícia?

— Polícia? — Perguntou confusa. — Está ficando louco, Philippe?

— Louca quem está ficando é a senhora. — Digo. — Quem pensa que é para pegar o meu filho sem avisar e não o entregar para a mãe dele?

— A Raphaelle não...

— A Raphaelle é a mãe dele! — Falo. — Ela está com o Enrique todos os dias desde que ele nasceu e o cuida com todo o amor do mundo. Enquanto isso, onde é que avó do Enrique estava mesmo? Usando a morte da filha como desculpa para infernizar a vida alheia.

— Você não fala da Ainê! — Apontou o dedo na minha cara e eu o abaixei sem muita paciência.

— Acha que a Ainê estaria de acordo com esse seu comportamento ridículo? — Pergunto com desdém. — Que ela gostaria de ver você ignorando a existência do próprio neto, única coisa que restou dela aqui? E depois de anos começar a agir como se tivesse direito de alguma coisa?

— Claro que eu tenho direito. O Enrique é o meu neto!

— Não é o que pareceu nos últimos quatro anos! — Digo. — Qual é, dona Inês, nós não precisamos fingir que a senhora é uma avó presente na vida do meu filho. Nunca nem ligou para saber se ele estava bem ou precisando de algo, por favor, não venha querer dar uma de avó preocupada nessa altura do campeonato.

Ela me encarou com a boca entreaberta e eu me aproximei mais, vendo a mesma dar um passo para trás.

— O meu filho. Agora. — Falo.

— Enrique. — Chamou com a voz falhada e se virou. — Pega as suas coisas, o seu pai veio te buscar.

— Papai! — Ouço e logo vejo ele correr até mim, pulando em meus braços.

— Oi, meu amor. — Sussurro, o apertando contra mim e o enchendo de beijos, aproveitando e sentindo o cheiro que só ele tinha. — Vamos pra casa, está bem?

Ele confirmou com a cabeça e eu peguei sua bolsa, que Inês me entregava. Antes que ela dissesse mais alguma coisa, virei as costas, caminhando rápido até o carro.

*

— E ela pediu pla eu ir com ela, mas eu não fui. — Contou e eu fiz carinho em suas mãos, o ouvindo atentamente.

Já estávamos em casa e depois de eu ter procurado Raphaelle pela mesma e ver que ela não estava ali, eu pedi para Enrique contar o que tinha acontecido.

— Por que não, Enrique? — Pergunto. — É a sua mamãe.

— Vovó disse que mamãe Rapha é do mau. — Murmurou, olhando para os próprios pés e os balançando.

— Meu amor, a sua avó não sabe o que fala. — Digo e faço ele me olhar. — Mamãe Rapha não é malvada, você sabe muito bem disso, porque ela cuida direitinho de você. Ela ficou muito triste com o que você fez.

— Mamãe tistinha? — Perguntou e eu confirmei com a cabeça.

— Quando ela chegar, você tem que pedir desculpas e explicar direitinho o que aconteceu, está bem? — Falo, vendo ele concordar.

Dicupa, papai. — Pediu baixinho.

Dou um leve sorriso e o puxo para mim, abraçando novamente.

O meu celular tocou e eu me afastei de Enrique, pegando o aparelho rapidamente e vendo o nome de Raphaelle na tela.

— Oi, meu ! — Digo rápido assim que atendo. — Onde é que você...

Olá. — Uma voz masculina soou do outro lado e a minha preocupação só aumentou. Afasto o celular da orelha, me certificando se era mesmo o número de Raphaelle. — Houve um acidente e...

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eita poxa papoco

Recomeço ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora