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meses depoisDentre todos os dias daquela semana, a quinta-feira estava sendo o dia mais nublado e foi ruim para Enrique tomar o banho de Sol que ele estava acostumado a tomar junto a mim toda manhã.
Até o humor do bebê estava diferente aquele dia. Ele não acordou todo sorridente como fazia nos outros e estava um pouco abusadinho, resmungando a todo momento e fazendo o biquinho adorável para algo nada adorável: chorar.
— Está fazendo frio pra você aqui. — Murmuro, o ajeitando em meu colo e levantando da cadeira que eu estava. — Amanhã tomamos um banho de Sol bem gostosinho, está bem?
Enrique bocejou e eu sorri, dando um beijo em sua testa.
— Você quer dormir mais um pouquinho, hum? — Pergunto, passando o meu nariz pela bochecha dele e aproveitando o delicioso cheirinho de bebê do mesmo.
Ele choramingou e agarrou a minha blusa. Dou mais um beijinho nele e o ajeito em meu colo da maneira que ele mais gostava de dormir, que era com a cabeça apoiada em meus peitos e recebendo o carinho que eu fazia em suas costas.
Não demorou para Enrique pegar no sono. O levei para o quarto e coloquei ele em seu berço, me certificando se aquela posição parecia confortável para ele.
A casa estava tão silenciosa que eu até estranhava. Não costumávamos ser barulhentos, mas estava na hora do café da manhã e eu não tinha visto Philippe ainda.
Desço até a cozinha e passeio pela mesma, pensando se eu começava a preparar alguma coisa ou esperava Coutinho levantar. Opto pela segunda opção e caminho até a sala, me jogando no sofá e ligando a TV.
O jornal passava e eu inclinei a cabeça para o lado quando ouvi o apresentador falar a data.
Demoro alguns segundos para assimilar e desligo rapidamente a televisão quando me lembro do que aconteceu. De repente fez sentido o dia estar tão estranho e eu me sentia péssima por não ter me lembrado que hoje fazia um ano do trágico acidente.
— Ah, droga. — Murmuro, me levantando do sofá e subindo a escada com pressa.
Bato na porta do quarto de Coutinho, não recebendo nenhuma resposta dele. Insisto e mordo o lábio com força, preocupada sobre como ele estava.
Entendia a dor da perda, mas além disso ele insistia em pensar que a culpa foi dele, então tudo ficava pior.
— Philippe. — Chamo e abro a porta devagar, colocando a cabeça para dentro e o vendo encolhido sobre a cama.
Entro no cômodo, fechando a porta atrás de mim e me aproximando dele. Me sento atrás do mesmo e respiro fundo, deixando a minha dor de lado para poder o ajudar.
— Philippe... — Sussurro, tocando seu braço.
— Eu não quero conversar. — Disse baixo e com voz de choro.
— Ok, não precisamos conversar. — Falo no mesmo tom, me deitando e fazendo um breve carinho em seu cabelo. — Posso ficar aqui te fazendo companhia?
Ele confirmou lentamente com a cabeça e eu deixei um beijo em seu ombro, mantendo o carinho no seu cabelo. De repente Philippe se virou e eu pude ver o seu rosto cheio de lágrimas, o que fez o meu coração se despedaçar.
Antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa, ele agarrou a minha cintura, deitando a cabeça em meu peito. Minha mão voltou para sua cabeça e eu deixei um beijo sobre a mesma.
— Está tudo bem, meu amor. — Sussurro.
— Não está. — Disse.
— Mas vai ficar, eu prometo. — Falo, o apertando mais contra mim e fazendo carinho em suas costas, assim como eu fazia em Enrique.
E, assim como o filho, Philippe acabou pegando no sono depois de chorar por mais um tempo.
*
Aperto um pouco os meus olhos, sentindo algo gelado em meu rosto.
Não sabia em que momento eu havia dormido, mas eu parecia estar fazendo aquilo a um bom tempo. Resmungo quando sinto um tapinha em meu rosto e ouço a risada de Philippe em seguida.
— Mais um, filho. — Falou baixo e eu senti outra vez.
Abro os olhos com dificuldade, piscando algumas vezes. Ao conseguir enxergar com clareza, vejo Philippe sentado ao meu lado, segurando Enrique e na mão dele, que acertou o meu rosto mais uma vez com o auxílio de Coutinho.
— Foi ele. — Disse e eu ri baixo.
— Palhaço. — Murmuro.
Coço os olhos com preguiça e me estico um pouco na cama, afim de espantar o sono do meu corpo.
— Bom dia. — Philippe deu um sorriso de lado ao falar.
— Desculpa, eu dormi demais? — Pergunto preocupada.
Havia ido para o seu quarto para lhe dar apoio, não dormir.
— Você sempre dorme demais. — Riu e eu fiz careta. — Vai escovar os dentes, tá com bafo. — Completou, me dando mais um tapinha com a mão de Enrique.
— Para com isso, vocês dois. — Digo e me levanto. — Eu já volto.
— Está bem.
Saio do quarto um pouco confusa e vou para o banheiro, fazendo as minhas higienes enquanto pensava se o acidente fazia mesmo um ano hoje, porque Philippe já não estava tão mais abalado como antes.
Volto para o quarto poucos minutos depois, encontrando ele brincando com Enrique, que sorria sem parar, como se hoje mais cedo não estivesse todo choroso.
Acho que um estava precisando do outro.
— Bom dia! — Falo, mesmo tendo certeza de que já era tarde.
Me deito na cama novamente e dou um cheiro em Enrique, cumprimentando Philippe com um beijo na bochecha depois. Os dois sorriram e eu retribui, me ajeitando e os olhando brincar.
— Philippe... — Chamo baixo, depois de um tempo.
Enrique agora estava concentrado nas próprias mãozinhas, as descobrindo devagar.
— Hum? — Falou e me olhou, encontrando os castanhos dele com os meus.
— Está tudo bem? — Pergunto meio receosa.
— Você prometeu que vai ficar e eu confio em você. — Respondeu e se inclinou, beijando a minha bochecha demoradamente.
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Recomeço ━━ Philippe Coutinho
Fiksi Penggemar✿*:・゚ ㅤ A dor de perder o grande amor da sua vida é inexplicável, e Philippe Coutinho estava a sentindo, além de também acusar a si mesmo como o culpado pelo acidente de carro que sofreu com a mulher, Ainê Coutinho, onde esta acabou perdendo a vida...