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Olho a hora em meu relógio e em seguida batuco meus dedos no carrinho de compras na minha frente

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Olho a hora em meu relógio e em seguida batuco meus dedos no carrinho de compras na minha frente. Já estava quase atrasada para buscar Enrique na escola e a fila do caixa não andava de jeito nenhum.

Minha cabeça já doía por estar ali a tanto tempo e todo o meu corpo implorava por um banho morno e relaxante.

Assim que o caixa foi liberado, ouvi a mulher gritar "próximo". Empurro o meu carrinho para mais perto e a cumprimento rapidamente, começando a colocar as minhas coisas sobre a esteira rolante.

— Raphaelle?

Levanto a cabeça, encontrando Rebecca. Meu estômago deu uma revirada apenas em pensar no que eu poderia ouvir a partir daquele momento saindo da boca da irmã de Ainê.

— Oi, Becca. — Dou um meio sorriso. Era como eu costumava a chamar, quando ainda tínhamos o mínimo de contato.

— Nossa, quanto tempo! — Disse sorridente e se inclinou sobre o caixa, me puxando para um cumprimento de dois beijos no rosto.

Estranhei um pouco o movimento, mas não transpareci isso.

— Pois é. — Concordo simples.

— E o Enrique?! Nossa, eu vejo as fotinhas que você e o Philippe postam dele, está tão grande. — Continuou a falar, começando a passar os meus produtos. — E a cara da Ainê.

— É, ele é bem parecido com ela. — Digo. — Ele está ótimo, ficando cada dia mais esperto.

— Você poderia levar ele lá em casa qualquer dia.

Com o "lá em casa", ela com certeza estava se referindo à casa da mãe.

— Becca, as portas da minha casa estão abertas para você, pode ir lá sempre que quiser para ver o Enrique, mas eu jamais colocarei os meus pés perto da casa da sua mãe. — Falo.

Ela me encarou com os olhos um pouco arregalados e limpou a garganta em seguida.

— Claro. — Disse. — Desculpa, Rapha, acabei me esquecendo que você e a minha mãe tiveram algumas discussões e...

— Corrigindo: ela falou coisas horríveis para mim e eu fiquei me sentindo a pior pessoa do mundo por bastante tempo. — A interrompo sem querer parecer muito grossa. — Nunca levaria o meu filho a um lugar onde ele claramente não é bem vindo.

— Você está certa. — Falou e sorriu em seguida. — Adoraria o ver e o levar para passear qualquer dia desses.

— Seria ótimo o Enrique ter contato com pelo menos uma pessoa da família da mãe dele.

Recomeço ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora