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Meus olhos se moveram por debaixo das pálpebras e eu tentei os abrir, falhando na primeira tentativa

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Meus olhos se moveram por debaixo das pálpebras e eu tentei os abrir, falhando na primeira tentativa. Meu corpo todo doía, especialmente o meu braço direito, que formigava e eu não conseguia o mover, sentindo um peso sobre o mesmo.

Flashs do acidente tomaram minha mente e eu lembrei perfeitamente de quando tudo começou a girar.

Minha cabeça doeu com tal recordação e eu me forcei a abrir os olhos, tentando escapar daquilo, mas a dor apenas aumentou quando dei de cara com a luz branca e extremamente forte presente no local. Demoro alguns segundos para me acostumar com a claridade e olho ao redor, reconhecendo rapidamente um quarto de hospital.

Meu braço continuou a formigar e eu olhei para o mesmo, encontrando alguém deitado sobre ele.

Levanto um pouco o meu corpo, me inclinando para frente e reconhecendo Philippe.

? — Chamo com a voz embargada e balanço um pouco o braço, fazendo ele se assustar.

Lembrei dos acontecimentos antes do acidente e senti ainda mais vontade de chorar. O aperto no peito doeu mais do que o restante das partes do meu corpo e piorou quando vi a expressão de exaustão que Philippe tinha no rosto.

Seus olhos se encheram de lágrimas quando encontraram os meus e só então eu comecei a chorar.

Podia ouvir a sua voz na última mensagem de áudio que ele havia mandado, dizendo "eu te amo muito", e me recordava do medo absurdo que senti de nunca mais poder ouvir aquilo quando meus olhos se entregaram à escuridão depois do carro rodar inúmeras vezes.

— Meu . — Ele sussurrou e segurou em meu rosto com cuidado, o analisando com demasiada atenção antes de juntar os lábios nos meus em um beijo breve e, ainda assim, desesperado.

— Você pode falar que me ama? — Peço baixinho e Philippe sorri em meio as lágrimas, confirmando com a cabeça.

— Eu te amo. — Disse no mesmo tom que o meu e colou nossas testas. — Eu te amo muito.

Sorrio e passeio com as minhas mãos pelo seu rosto, o puxando para mais um beijo que, apesar do gosto salgado por conta das lágrimas de ambos, era o melhor beijo do mundo e o que eu queria receber todos os dias pelo resto da minha vida.

Não tinha dúvidas daquilo, mas agora parecia ter ficado ainda mais claro.

— Pensei que iria perder você. — Philippe confessou e soltou um soluço. — Eu estava com muito medo de perder você.

— Desculpa, meu amor. — Peço. — Não queria que você estivesse sentindo essa dor outra vez, eu sinto muito.

— Nunca mais vou deixar você entrar dentro de um carro. — Garantiu e eu sorri de leve.

— Você vai pensar naquela minha ideia de comprar bicicleta de família? — Pergunto e Philippe ri.

— É ridícula, mas eu faço tudo o que você quiser. — Disse e sorriu para mim. — Eu te amo. — Repetiu.

— Eu te amo, meu . — Sussurro com a voz embargada novamente.

*

Ignoro o quanto doeu o pulo que Enrique deu para o meu colo e retribuo o abraço que ele me dava, gritando "mamãe" sem parar e me fazendo sorrir boba.

— Que saudades, meu amor. — Sussurro.

Dicupa, mamãe. — Disse me olhando com um biquinho nos lábios. — Enri pomete que semple vai ir com a mamãe.

Rio com os olhos cheios de lágrimas e  balanço a cabeça.

— Está bem. — Digo. — É claro que a mamãe desculpa você.

Faço carinho em seu rosto e ele sorri, voltando a abraçar o meu pescoço. Solto um gemido de dor e Enrique se afasta rapidamente.

— Dodói?

— Muito dodói. — Respondo. — Mas se você me der aquele monte de beijinhos, eu fico boa.

Vedade? — Perguntou duvidando e eu confirmei rapidamente com a cabeça, virando o meu rosto e dando batidinhas em minha bochecha com o indicador.

Enrique começou a deixar diversos beijos atrapalhados ali, me fazendo rir.

A porta do quarto abriu e Philippe entrou no cômodo segurando uma bandeja com algumas coisas para que eu comesse.

— O que está acontecendo? — Perguntou, colocando a bandeja nos pés da cama.

Bêjinhos pra salar a mamãe. — Nosso filho respondeu e ele riu.

— É tão fácil assim sarar a mamãe? — Philippe perguntou para mim e eu respondi de maneira afirmativa com a cabeça. — Então tá bom, chuva de beijos!

Soltei um gritinho em surpresa quando ele se juntou a Enrique e também começou a distribuir beijos pela minha bochecha, e soltei uma gargalhada em seguida, me encolhendo pelas cócegas que sentia com os beijos.

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viva e feliz
🤪

Recomeço ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora