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Meus cotovelos estavam apoiados na mesa, enquanto eu observava Raphaelle contar animadamente uma coisa engraçada que já havia acontecido com ela.
Sendo sincero, eu não fazia ideia do que se tratava, pois desde o começo em que ela começou a falar eu foquei em analisar todo o seu rosto, querendo guardar cada expressão dela em minha memória, principalmente as de quando ela sorria abertamente ou ria e os olhos chegavam a se fechar.
Tentava ignorar uma parte de mim dizendo que eu não deveria estar tão admirado por ela e que talvez aquilo não fosse uma boa ideia, mas eu não podia negar que Raphaelle mexia comigo.
Era até estranho. Não achei que eu fosse sentir frio na barriga ao ver outra mulher, sem ser a Ainê, sorrir para mim, mas aquilo acontecia com ela.
Tudo o que ela fazia o meu corpo respondia de alguma forma.
A ideia do jantar veio para que eu pudesse quebrar aquele clima estranho que estava entre nós, como se ela estivesse me evitando nos últimos dias.
— Você está tão linda hoje. — Solto, interrompendo a fala dela.
Raphaelle sorriu outra vez, inclinando de leve a cabeça o lado e me encarando, fazendo com que eu ficasse ligeiramente nervoso.
Limpo a garganta e ajeito a minha postura na cadeira.
— Não que você... não que você seja feia nos outros dias. — Digo e ela levanta as sobrancelhas. — Quer dizer... você é bonita todos os dias, mas hoje você não tá. Quer dizer, tá!
Ela riu e eu me afundei um pouco na cadeira, achando aquilo tudo patético. Quando eu desaprendi a elogiar uma mulher em um encontro?
— Você também está lindo hoje, Philippe. — Raphaelle falou sorrindo. — Não que você seja feio nos outros dias. — Me imitou.
Sorrio com o elogio e peço para que ela continuasse a falar, voltando a ignorar tudo o que saía de sua boca e focando em cada canto do seu rosto.
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Seco minhas mãos no pano de prato após lavar a pouca louça que Raphaelle e eu sujamos e me viro para ela novamente, encontrando a mesma me encarando.
— Prontinho. — Digo.
— Você é o faz tudo do seu restaurante, não? — Brincou e eu ri, confirmando com a cabeça.
— Vamos? — Chamo. Rapha me olhou confusa e eu sorri. — Como um bom cavalheiro, eu deixo a dama na porta de sua casa, mas como moramos na mesma casa, vou te deixar na porta do seu quarto.
Ela riu com a explicação, mas assentiu com a cabeça em resposta para a minha pergunta.
Ofereço o meu braço e ela passa o dela pelo meu, começando a andar.
Assim que chegamos, Raphaelle abriu a porta do quarto e se encostou no batente da mesma, me olhando com um sorriso no rosto.
— Obrigada, bom cavalheiro.
Rio pelo tom brincalhão usado por ela e aceno com a cabeça.
— De nada. — Respondo e ficamos em silêncio, encarando um ao outro.
— Eu adorei o jantar comprado de um restaurante qualquer do Ifood e o seu bolo sem açúcar. — Falou sincera, mas ainda assim colocou uma pitada de brincadeira na fala, me fazendo sorrir.
— Tem que admitir que o meu bolo está uma delícia. — Falo.
— Doce como mel. — Confirmou com a cabeça e eu ri, colocando as mãos nos bolsos da frente da minha calça e me aproximando mais de Raphaelle.
— Fico feliz que você tenha gostado. — Digo. — Gosto de passar um tempo assim com você. — Confesso baixo.
Raphaelle deu um meio sorriso, encarando o meu rosto e molhando os lábios em seguida.
— Boa noite, tá? — Disse e eu fechei o sorriso leve em meu rosto.
Estava esperando algo mais parecido com "também gosto", não um boa noite. Ainda assim, me obriguei a colocar o sorriso no rosto outra vez.
— Boa noite. — Sussurro. O silêncio voltou e e eu me aproximei ainda mais dela, já que ela não tinha se movido para terminar de entrar no quarto. — Não quer dormir comigo hoje?
Raphaelle abriu a boca algumas vezes, parecendo não saber o que responder. Meu olhar se intercalou entre seus olhos e sua boca, tentando se decidir em qual parte eu deveria focar.
Os pensamentos sobre aquilo ser certo voltou a rodar em minha mente. A culpa também apareceu, como sempre fazia quando eu me pegava pensando em Raphaelle.
Daquela vez eu a ignorei. Talvez eu estivesse errado em o fazer e poderia me arrepender amargamente segundos depois, mas não pensei muito ao segurar no rosto de Raphaelle e juntar meus lábios aos dela.
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q isso hein papi
😳
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Recomeço ━━ Philippe Coutinho
Fanfiction✿*:・゚ ㅤ A dor de perder o grande amor da sua vida é inexplicável, e Philippe Coutinho estava a sentindo, além de também acusar a si mesmo como o culpado pelo acidente de carro que sofreu com a mulher, Ainê Coutinho, onde esta acabou perdendo a vida...