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A dor de perder o grande amor da sua vida é inexplicável, e Philippe Coutinho estava a sentindo, além de também acusar a si mesmo como o culpado pelo acidente de carro que sofreu com a mulher, Ainê Coutinho, onde esta acabou perdendo a vida...
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— Não nos disseram que menina era mais tranquila? — Philippe perguntou ao meu lado e eu ri baixo, também colocando as mãos em minha cintura.
Estávamos parados igualmente, um ao lado do outro, observando nossa Nê sentada na grande cama de casal, que nos pertencia, passando no rosto todas as maquiagens possíveis que ela conseguiu pegar nas minhas coisas.
As bochechas estavam super vermelhas pelo blush forte e a boca borrada de batom. Naquele momento ela passava uma sombra verde nas pálpebras e eu quis rir, já que ela estava parecendo uma palhacinha.
— Nós esperamos ela terminar a maquiagem para vermos o resultado, ou...? — Pergunto e meu marido me olha.
— Não, meu bê. — Disse óbvio e eu voltei a rir.
Limpo a garganta um pouco alto, voltando a atenção para Ainê e vendo ela arregalar os olhos em nossa direção.
— Oi. — Falou sorrindo e escondeu a paleta de sombras atrás dela, como se aquele fosse o único objeto que a incriminasse, mas o quarto estava uma completa bagunça de maquiagens espalhadas e o rosto dela mais pintado do que tudo.
Nê estava com quatro aninhos. Era um amor de menina, dando jus ao nome e à pessoa que quisemos homenagear, inteligente, bagunceira e um pouquinho briguenta, quando queria.
— Oi, Nê. — Dissemos ao mesmo tempo.
Ela continuou nos olhando, esperando que falássemos mais alguma coisa, mas nós queríamos que ela nos contasse o que estava aprontando.
— O que está fazendo, minha princesa? — Philippe perguntou e se aproximou mais da cama, desviando de algumas coisas no chão até chegar a Ainê.
— Nada. — Respondeu e piscou os olhinhos três vezes seguidas, coisa que ela fazia quando estava mentindo.
— Ainê... — Digo e ela suspira.
— Tava bincando com as coisas da mamãe, puquê eu goto e é legal. — Falou rápido.
— Mas você pediu pra mamãe? — Meu marido perguntou novamente e ela negou com a cabeça, abaixando os ombros.
— Meu amor, já falamos que você tem que pedir antes de mexer ou pegar coisas das outras pessoas. — Falo cuidadosa e me aproximo da cama, sentando do outro lado dela. — Por que não pediu pra mamãe?
— Mamãe não ia deixar. — Murmurou.
— Eu ia sim. — Digo. — Só que bem pouquinho, porque você ainda é muito pequena para essas coisas.
