Próximo passo.
Durante os primeiros minutos me senti sem chão. Apesar de no fundo me sentir feliz por ter outro motivo para me sentir mal, parecia que nada mudava o ciclo sempre se repetia. Por algum motivo eu sempre deixava alguma coisa me levar para baixo.
Quando voltei ao mundo real, longe da minha cabeça percebi que estava de volta a tenda de treinando. Nada podia ser feito agora, dei meia volta e andei até a cabana da Clara. Bati na porta.
-Clara?- Coloquei o ouvido encostado na porta, não tinha nenhum barulho.-Clara...-Sussurei.
Bati o punho fechado de lado na porta, eu não podia agir assim. Não aqui, muito menos agora. Girei a maçaneta e para minha surpresa e decepção estava destrancado. Abri a porta e entrei na sala, fechei a porta atrás de mim. Me aproximei da mesa que ficava por padrão perto da porta e vi um bilhete escrito a mão.
"Livie,
Fui convocada por alguma razão para ir até o centro de treinamento e depois para a sala de reuniões. A chave e o número da sua cabana estão no bancada da cozinha. Volto logo. Se precisar de mim e só ir a um desses lugares, aqui é menor do que parece.
Xoxo Clara."
Um sorriso de lado surgiu no meu rosto junto de uma lágrima. Sequei a lágrima com as costas do meu punho e dobrei o bilhete, eu poderia ficar aqui e deixar que ela vê-se o meu estado mais não quero falar sobre o assunto. Caminhei até a bancada e peguei a chave que tinha um post-it rosa com um sorri escrito "Para Livie" coloquei a chave no bolso e voltei meu corpo em direção a porta.
Faltando dois passos para sair da cabana a porta abriu. Olhei para frente e o Mitch estava parado me encarando, meus olhos vermelhos prenderam sua atenção.
-Achei que a Clara estivesse aqui.- Teoricamente, era um assunto profissional. Eu era obrigada a responder ele.
-Eu também, ela saiu e deixou um bilhete. Centro de treinamento e reunião.- Falei prestando atenção na sensação de segurar a chave no meu bolso. Sem olhar no seu rosto para não piorar a situação.
-Livie...- Olhei para ele. -Ok, obrigada.- Ele não teve coragem, abriu passagem para mim. Passei por ele e não olhei para trás.
Minha cabana ficava duas para frente da cabana da Clara. Quando entrei vi uma cesta no sofá, nela haviam itens básicos de higiene e algumas mudas de roupas simples. A toalha estava em cima da cama.
Tranquei a porta coloquei a chave na mesa e me sentei no sofá.
Eu finalmente me permiti sentir o peso de tudo que havia acontecido hoje me causou.
Minhas costas doíam, meus ombros se tornaram chumbo. Minhas mãos estavam gélidas e pálidas. Coloquei minhas pernas próximas ao meu peito e as apertei, senti que se eu soltasse desmoronaria. Por um segundo deixei o peso me dominar, não por completo, só o suficiente para que eu aprendesse com a dor. E a cicatriz viesse como um aprendizado.
A crise chegou derrubando tudo, chorei. Chorei como se não houvesse amanhã. Como se eu estivesse sozinha e desamparada. Solucei.
Até que o desespero deu lugar a compreensão. O medo ao conforto. A raiva a indiferença.
Levantei cambaleando, juntar a ressaca com o choro não foi um combo inteligente de dor de cabeça. Peguei o necessário e fui para o chuveiro. Deixei tudo ir por água abaixo. Sai do chuveiro leve e cansada, coloquei uma roupa leve e me deitei na cama. O choro veio como um murmúrio de desentendimento. Adormeci.
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Zona de Guerra
ActionApós uma missão mal executada, problemas surgem na vida de Livie como uma cascata, forçando-a a enfrentar decisões cruciais. Ela se vê diante de um dilema: retornar à sua paixão de sempre, sem carregar as mágoas do passado, ou mergulhar de cabeça na...