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Facas e armas. - Revisada

O domingo passou muito rápido com todos os treinos e a concentração que pairava sobre nós.

Eu estava sentada no sofá, o ar de  final da tarde veio acompanhado de uma xícara de café enquanto os meninos faziam o jantar.

Clara estava sentado do meu lado concentrada em seu celular que ficava apitando toda hora, já Emanuela estava lá fora ainda treinando. Levando em considerando que ela quase cortou o dedo do Isac com uma faca pequena, era compreensível toda dedicação que ela dispunha nesse exato momento.Quando a faca passou raspando em seu dedo ele entrou correndo em pânico e parou de lutar. "SEM facas". Ele repetia desesperado para mim enquanto eu fazia um  curativo no pequeno risco que causou seu desespero. Me segurei para não rir dele, antes de voltar a treinar olhei pela janela e percebi  que ela parecia bem mais confortável e confiante sem a minha presença. 

Voltando para o presente. Ela entrou na sala e foi direto para o quarto. Foi audível o som do chuveiro poucos minutos depois.

-Alguém ficou brava.- Clara disse desligando o celular e colocando ele na estante.

-Não é pra menos, ela acha que o bonitinho aqui não reagiu aos ataques dela. Apesar de ter sido nítido o esforço que ele fazia.- Rafael disse a caminho da geladeira para pegar uma cerveja.

- Foi  necessário para tirar esse espírito de invencível dela.- Clara mexia em seu cabelo brincando com uma mexa enquanto falava.

-Será uma missões suicida, o invencível normalmente é o primeiro a morrer. Foi o melhor que ele podia ter feito por ela. Tirar esse encanto.-Suspirei de cansaço e coloquei a xícara vazia na mesinha de centro.

- Ela me cortou. Não confio nela.- Isac disse.

Ele já estava à horas mexendo no Notebook que ele tinha recebido para a missão, ignorando qualquer sinal de vida exterior.

Levantei e fui ver o que ele estava fazendo de forma discreta puxando assunto.

-Eu não confio em ninguém ainda. E você deveria fazer o mesmo.-Quando eu disse isso Clara fingiu ter sido tocada pelo comentário colocando a mão na frente do coração fazendo uma cara triste.

-Nem no bonitinho? Que dizer vocês já se conhecem, né?- Rafael comentou.

Eu e Mitch nos encaramos.

-Não confio em ninguém.- ele disse friamente.

-EU confio em você...Digo você fez o curativo do meu dedo.- Isac disse quando percebeu minha aproximação e  seguiu me ignorando.

Seu Notebook estava na página da polícia local, era possível ver varias câmeras e até onde elas iam.

- Stan?- perguntei, naquele momento ele percebeu minha aproximação e confirmou com um movimento positivo da cabeça.

-Sim.-Ele voltou a encarar a tela e colocar alguns códigos de segurança.

Me aproximei da cozinha e fiquei olhando os meninos que se dividiam para realizar as tarefas. Mitch cozinhava junto de Tomas, aparentemente eles se entenderam muito bem ali também.  Rafael falava sobre sua época como major do exército, algo sobre tanques, cabeças e armas de longa distância.  Ele provavelmente seria o nosso piloto da fuga e caso necessário o bode expiatório junto com a Clara. A equipe aos poucos ia ganhando forma,  mais só teríamos certeza quando as armas entrassem em ação, dizem que bons atiradores se rebelam quando vem uma boa arma. Stan deu ar de sua graça depois de horas no escritório entre gritos e xingamentos ao telefone.

-Boa Noite.-Ele disse sério.

<Todos responderam>Boa noite!

Emanuela apareceu na sala e sentou na frente do Isac. Stan foi até ele trocou poucos palavras que foram respondidas com dois sim e um não. Ele reparou que eu estava prestando atenção e deu um sorriso de lado disfarçado.

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